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Seguro deve ficar até 35% mais barato
DATA DA PUBLICAÇÃO 08/04/2013 | Economia
Seguro deve ficar até 35% mais barato
A estudante de administração Milena Lacerda, 19 anos, tem carro há dois anos e nunca fez seguro para seu veículo, um Fiat Siena 1998, apesar de dirigir quase todos os dias do bairro São Mateus (em São Paulo), onde mora, para São Bernardo, para ir à faculdade. Situação semelhante vive o cozinheiro Everaldo Camilo de Souza, 40 anos, de São Bernardo, que tem um carro ano 1998. "Já tive uma vez, logo que comprei o Corsa (há oito anos), mas depois não deu para fazer", afirma.

De olho em facilitar o acesso ao seguro automotivo, a Susep (Superintendência de Seguros Privados) - órgão ligado ao Ministério da Fazenda - deve regulamentar até o início do segundo semestre nova modalidade de produto no segmento. A ideia é que seja uma alternativa para aqueles que não têm renda suficiente para comprar as apólices tradicionais ou para os que querem gastar menos com isso.

O formato do novo modelo ainda está em discussão com as empresas do setor, mas deve oferecer mais flexibilidade na contratação, com escolha diferenciada de coberturas e (um dos pontos principais) trazer a permissão legal, se houver necessidade de conserto do veículo, de colocação de peças usadas em condições de reutilização e que tenham aprovação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Com esses diferenciais, cogita-se que o prêmio (a parcela mensal paga para a seguradora) fique de 30% a 35% mais em conta para o consumidor.

INTERESSE

As seguradoras têm grande interesse na futura modalidade, que já foi intitulada de Seguro Popular de Autos. A Porto Seguro - uma das líderes desse mercado - se prepara para aproveitar esse filão. O diretor da companhia Marcelo Sebastião reforça que, assim que a circular da Susep sair, a empresa estará apta a oferecer opções de produtos nesse formato.

As estimativas no setor variam em relação ao potencial de inclusão de consumidores da classe C, que hoje não têm acesso às apólices tradicionais. Sebastião cita que pelos últimos números oficiais da Susep (de dezembro de 2011) havia 13,5 milhões de carros segurados. Ele calcula que poderiam ser agregados mais 20 milhões de veículos com o novo formato. "Mas ainda precisamos fazer as contas para ver a qual será a viabilidade de redução de preços", ressalta.

O diretor comercial da rede de franquias Seguralta, Nilton Dias, por sua vez, cita que, de acordo com relatório do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), há atualmente 76 milhões de veículos em circulação. "Hoje temos 25% da frota segurada, com a modalidade, pode chegar a 40%. Vai dar uma alavancada no mercado", prevê. "Do total de veículos em circulação, 80% possuem até cinco anos de uso. Esses serão os focos prioritários para o novo tipo de seguro", acrescenta Dias.

O diretor da Seguralta afirma ainda que uma apólice tradicional, que hoje custa em torno de R$ 1.500, não é acessível para a classe C, mas se o valor cair para menos de R$ 1.000, o cenário muda. "Em algumas regiões, de menor risco, pode ficar ainda mais barato, e custar R$ 500 a R$ 600; é uma diferença bem grande", diz.

Ano do veículo não muda custo de troca

Por que os preços dos seguros de carros usados são semelhantes ao de um veículo zero? A resposta é simples, segundo o diretor de Autos da Porto Seguro, Marcelo Sebastião. "Uma porta de um Gol 2011, por exemplo, custa o mesmo que uma porta de um Gol 2007", diz. Ou seja, se há necessidade de troca de peças, para o reparo do automóvel, os custos se equivalem.

Por isso, a expectativa no setor é de que, com a possibilidade de se trabalhar com peças usadas certificadas, o valor a ser pago pelos consumidores caia e cresce a gama de pessoas a serem atendidas.

O novo presidente da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais) , Paulo Marracini, em recente entrevista a boletim da própria entidade, prevê que o mercado do setor crescerá 15% neste ano, entre outros fatores, com a criação de seguros populares de automóvel, para ampliar mercado e conter a concorrência desleal gerada pelas cooperativas de proteção automotiva "que sequer têm reservas ou solvência (que é a capacidade de honrar os compromissos com os recursos que compõem o patrimônio da empresa)". Marraccini cita que as perspectivas para a atividade se mantêm favoráveis por causa da taxa de desemprego reduzida no País, pois, dessa forma, há consumidores com maior poder de compra e, por consequência, mais dispostos a adquirir bens de consumo duráveis, colocando-os no seguro.

Por Leone Farias - Diário do Grande ABC
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