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DATA DA PUBLICAÇÃO 09/01/2018 | Educação
Segunda prova da segunda fase da Fuvest teve menos questões interdisciplinares e exatas mais difíceis, dizem professores
Segundo dia de provas da segunda fase teve 16 questões dissertativas de conhecimentos gerais; para professores, interdisciplinaridade foi menos explorada neste ano do que no ano passado.

Professores de cursinhos pré-vestibulares afirmaram que a prova de conhecimentos gerais da Fuvest 2018 manteve o padrão de anos anteriores, e elegeram física e matemática como as disciplinas mais difíceis. Aplicada na tarde desta segunda-feira (8), a prova teve 16 questões dissertativas de todas as disciplinas do ensino médio, com exceção de português.

Algumas das questões são interdisciplinares e abordam conteúdos de mais de uma matéria. No total, os estudantes tiveram cinco horas para completar a prova.

"É um dia muito importante para os vestibulandos", afirmou a professora Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do Curso e Colégio Objetivo. "É a nota decisiva, o dia em que caem todas as matérias, tem muita preocupação para eles."

Segundo os professores, as questões mais fáceis foram as de biologia.

Mais difíceis

Na opinião de Vera Lúcia, física foi a disciplina mais difícil na prova desta segunda. "Tinham textos enormes, o aluno precisava entender o que estava sendo dito aí. O aluno sabe a física, mas tem que entender o que está sendo perguntando, entender os processos, compreender e saber aplicar os conceitos", explicou.

Ela ainda destacou que, além dos textos longos, as questões cobrando conteúdos de física ainda tinham três e quatro itens, o que fez da prova mais trabalhosa.

"No geral, foi mais difícil do que os anos anteriores pois exigiu conhecimentos técnicos", explicou Daniel Perry, coordenador do Curso Anglo.

"As questões de física e matemática tiveram grau de dificuldade maior, com enunciados longos e complexos, enquanto a de biologia teve grau de dificuldade menor. O candidato que chegou de paraquedas na segunda fase se deu mal." - Daniel Perry (Anglo)

De acordo com ele, as duas matérias tiveram estilo técnico e tradicional. Física teve "enunciados longos e complexos e nível de dificuldade elevado para um segundo dia". Já matemática teve "pouca contextualização e sem interdisciplinaridade".

Coordenador do Curso Poliedro, Vinicius de Carvalho Haidar considerou a prova como um todo nem muito fácil nem muito difícil, e elegeu matemática como a matéria mais difícil. "A prova de matemática trouxe algumas questões difíceis, que envolveram probabilidade e geometria analítica. Uma questão de física sobre colisão dos buracos negros chamou a atenção, exigindo bastante cálculo. O grande 'x' da questão era prestar a atenção nas unidades", explicou ele.

Para Edmilson Motta, coordenador geral do Etapa, manteve o mesmo nível de dificuldade do ano passado, mas explorou mais as matérias separadamente. Matemática, por exemplo, foi o tema de três das 16 questões. "Considerando que todos os candidatos responderam às mesmas questões, foi uma prova exigente", afirmou ele.

Já Celio Tasinafo, coordenador pedagógico da Oficina do Estudante, considerou toda a prova trabalhosa, e disse que o nível de dificuldade "depende do aluno", de acordo com a aptidão para as ciências exatas e humanas.

Pouca interdisciplinaridade

Segundo Tasinafo, a mudança foi o fato de que "a prova praticamente perdeu seu caráter interdisciplinar".

"No geral, a prova da Fuvest de hoje apresentou um grau de dificuldade semelhante à de anos anteriores ainda que as questões desse ano tenham sido bastante diferentes." - Celio Tasinafo (Oficina do Estudante)

De acordo com Motta, do Etapa, o segundo dia da segunda fase da Fuvest deu "menos peso à interdisciplinaridade".

Tasinafo disse ainda que "as questões se assemelharam às que geralmente aparecem no terceiro dia", e que esperava mais questões "criativas, interdisciplinares e contextualizadas", por isso, ele classificou a prova do segundo dia como "decepcionante".

"Não houve qualquer inovação: pouquíssima ou nenhuma contextualização dos temas cobrados, presença de temas clássicos como gráficos e funções em matemática e processos de utilização da superfície terrestre e seus efeitos nas vazões dos rios em geografia".

Isso, segundo ele, pode até ter feito alguns alunos, principalmente os que não são "afeitos" às questões interdisciplinares, considerarem a prova deste ano mais fácil. Essa percepção, porém, "não corresponde exatamente à realidade", explica Tasinafo. "O volume de conteúdos e a capacidade redacional cobrados foram muito significativos."

Perry, do Anglo, concordou.

"A grande marca do segundo dia era a interdisciplinaridade; houve anos em que todas as questões trabalhavam mais de uma disciplina. Nesse ano, porém, a prova teve interdisciplinaridade tímida, apenas entre biologia e química e entre história e inglês." - Daniel Perry (Anglo)

Formatos inovadores

A questão mais destacada pelos professores foi uma que misturou conceitos de história e exigiu também conhecimentos de inglês. Segundo Perry, ela "se destaca pela criatividade ao pedir uma analogia entre a Guerra Fria e a música “'Space Odissey', do David Bowie, sem estar traduzida".

O professor Fernando Rodrigues, que dá aulas de história no Cursinho da Poli e fez a prova da Fuvest nesta segunda, afirmou que "a música falava da chegada à Lua, e mostrava um pouco das contradições desse processo de corrida aeroespacial. O David Bowie, todo mundo sabe, é um pacifista, participou desses movimentos de contra-cultura que criticavam abertamente a Guerra Fria, essa paranóia da disputa armamentista, militar, etc."

Outra questão que misturou duas matérias estava na parte de inglês. De acordo com Vera Lúcia, os conhecimentos de geografia, especialmente a comercialização do algodão, ajudariam o aluno a ganhar mais pontos com a banca examinadora.

Ela também destacou o formato das duas questões de inglês, que escaparam de enunciados cheios de texto e usaram imagens para apresentar o conteúdo. Segundo a professora do Objetivo, foi uma "nova maneira de abordar as matérias", que também apareceu em uma questão sobre cadeia alimentar e na próxima pergunta de história, que incluiu uma canção em inglês.


Por Ana Carolina Moreno, G1
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