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DATA DA PUBLICAÇÃO 01/02/2008 | Política
Secretário de Ribeirão retorna ao cargo
Depois de 56 dias afastado para apuração de um suposto envolvimento na expulsão de nove mendigos da cidade, no final do ano passado, o secretário de Promoção Social de Ribeirão Pires, Eduardo Antônio dos Santos Nogueira, reassume nesta sexta-feira o cargo.

A decisão foi tomada pelo prefeito Clóvis Volpi (PV) na quarta-feira – e publicada quinta-feira –, após o resultado da sindicância da Prefeitura, que livrou Nogueira das acusações de participação no episódio. O chefe do Executivo não descarta a hipótese de a ação ter sido provocada por adversários políticos (leia reportagem abaixo).

A investigação interna da administração foi motivada pela reportagem do Diário, em 5 de dezembro, que revelou que o grupo de moradores de rua de Ribeirão Pires foi abandonado em uma estrada de Campinas. Na ocasião, os mendigos responsabilizaram cinco guardas municipais, sem a farda, a mando da Secretaria de Promoção Social.

Mas a sindicância – composta por servidores concursados da Prefeitura – não identificou envolvimento de nenhum funcionário público municipal no ato. O inquérito policial ainda não foi concluído.

Nogueira – que será candidato a vereador em outubro pelo PV–, revela que ficou abalado durante o período em que ficou distante da Pasta. “Faço um trabalho totalmente contrário ao que aconteceu com os moradores de rua. Fiquei muito chateado com isso, já que vai contra os meus princípios. Foi um episódio muito triste.” Ele diz que sequer foi citado pelos mendigos expulsos, durante os depoimentos na Prefeitura e na delegacia.

Mesmo assim, afirma que ainda quer respostas do que ocorreu naquele dia. “Seria leviano acusar alguém. Mas fica essa indagação, que cabe à polícia responder.”

O secretário diz que, apesar do ocorrido, não mudará a política de assistência social no município. “Nosso trabalho é consistente e vamos mantê-lo.”

Ele afirma, porém, que o trabalho com esse público é muito difícil. “Eles não são fáceis. Muitos não querem trabalhar e ir para a cidade natal. Alguns falaram mentiras”, diz. “Tenho uma parceria com a Associação Comercial, que banca o envio de moradores para suas famílias, mas não passa de dois por mês. Eles sabem que se não quiserem sair da rua, ninguém pode tirá-los.”

"Não descarto uma ação política", diz prefeito

O prefeito Clóvis Volpi afirma desconfiar da participação de adversários políticos na expulsão dos mendigos da cidade. “Não descarto que isso tenha cunho político. Mas é difícil que alguém tenha armado um negócio desse para desestabilizar minha candidatura”, diz o chefe do Executivo, que tentará a reeleição, em outubro.

“Na última campanha, quando não era favorito, todos os adversários me batiam. Agora, então, vão usar todas as armas que puderem”, diz, sem citar nomes. O prefeito diz que a campanha de Nogueira – que terá de deixar a Prefeitura até o dia 31 de março – não será afetada. “Depois que ele se refez do susto, ganhou muito mais disposição. Pedi que o Eduardo não recuasse na candidatura. É claro que seremos atacados, mas vamos mostrar o que fizemos.”

Confiança - Volpi afirma que o episódio não abalará sua relação de confiança com Eduardo Nogueira. “Nos conhecemos desde os 11 anos. Ele foi o primeiro que lançou a minha candidatura a prefeito. Foi um trauma muito grande vivenciado pelo Eduardo. Tive de conversar muito com ele nesse período”.

Na conclusão da sindicância, os integrantes afirmam que a investigação pode ser reaberta, “se qualquer fato novo ocorrer que motive tal iniciativa”.

Volpi diz que, por conta do episódio, irá rever a política adotada na Pasta. “Temos de nos aprimorar nesta questão. Não podemos permitir que isso ocorra de novo.”

Moradores de rua dizem não confiar em Nogueira

Moradores de rua ouvidos pelo Diário, quinta-feira à tarde, criticaram o retorno de Nogueira à Prefeitura de Ribeirão Pires. “Não temos confiança nele e nem no prefeito. A gente fica preocupado com essa volta do Eduardo”, disse um deles.

Apesar de a ação ter ocorrido há quase dois meses, eles parecem ainda não ter superado o trauma. “O Eduardo sempre diz que não quer ninguém dormindo na rua”, disse Jefferson Rocha de Macedo, um dos que foram largados em Campinas.

Dias depois da expulsão, todos os moradores de rua retornaram para Ribeirão Pires. Além da insatisfação com o retorno do secretário de Promoção Social, os moradores tinham quinta-feira outro motivo para se lamentar: a morte de Maria Cecília – uma das expulsas –, que estava internada desde domingo no Hospital Municipal Radamés Nardini, em Mauá, após ter sido atropelada por um ônibus, na entrada do Terminal Rodoviário de Ribeirão Pires. “Ninguém fez nada por ela”, reclamou Jefferson.

Nogueira disse que a administração realiza abordagens diárias, com o objetivo de encaminhar os moradores de rua à Casa do Migrante, albergue municipal com 30 vagas. Para isso, conta com cinco assistentes sociais e dois veículos, além do apoio da GCM. “Mas a maioria não aceita porque eles têm de seguir as regras, como não beber.”

Para este ano, a Promoção Social contará com R$ 2 milhões. O orçamento total da Prefeitura para 2008 é de R$ 108,7 milhões.

Por Sérgio Vieira - Diário do Grande ABC
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