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DATA DA PUBLICAÇÃO 20/06/2014 | Setecidades
Seca de reservatórios se aproxima da Região
Seca de reservatórios se aproxima da Região Billings poderia ser solução para crise hídrica, mas poluição impede utilização da água da represa. Foto: Andris Bovo
Billings poderia ser solução para crise hídrica, mas poluição impede utilização da água da represa. Foto: Andris Bovo
Depois do Cantareira, seca ronda o Sistema Alto Tietê; Sabesp não informa nível das represas e se haverá racionamento

A água evaporou, secou, sumiu. Primeiro foram as represas que formam o Sistema Cantareira. Agora, o sistema hidrográfico Alto Tietê também entra em decadência e aponta uma possível preocupação para o morador do ABCD: a possibilidade de a seca afetar a represa Billings em seu braço de água não poluída, o Rio Grande. Nas últimas semanas, o governo do Estado vem mostrando que o Sistema Alto Tietê está em seus últimos 28% de capacidade de armazenamento. Já o Cantareira, sobrevivendo com o volume morto, está em seus 22%. O Cantareira abastece 100% de São Caetano, enquanto o Alto Tietê fornece água para Santo André e Mauá.

Especialistas e ambientalistas apontam que a atual crise nos recursos hídricos é resultado de anos de má gestão e completa ausência de investimentos. “O que acontece é que o governo estadual foi alertado desde 2004 sobre essa crise, mas ignorou as informações e agora tenta remediar o problema”, explicou o ecologista e especialista em direito ambiental Virgílio Farias. Ele critica ainda a forma como a captação de água é realizada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo). “A companhia desperdiça água. Coleta diretamente do manancial, mesmo local para onde muitas vezes é devolvido o esgoto”, salientou.

Diante do panorama, o ecologista se mostra pessimista e alega que o problema percebido tanto no Cantareira quanto no Alto Tietê é “irreversível”. “O Sistema Alto Tietê já está em crise. O que faltou foi gerir de forma correta os recursos hídricos”, sustentou. Farias vai além e acrescenta que uma alternativa para minimizar a falta de água em São Paulo seria utilizar a água da represa Billings. “Está na lei, a Billings foi idealizada também para abastecimento”, apontou.

Atualmente, a Sabesp faz captação do volume de apenas um braço da represa, o Rio Grande, que fica às margens da via Anchieta, no Riacho Grande. Para quem se dirige sentido Litoral, o braço Rio Grande fica à esquerda. Todo o restante da água da Billings não é usado para abastecimento. “O Rio Grande é muito pequeno se comparado com outros sistemas hidrográficos. Não sustentaria sozinho abastecer a Grande São Paulo”, acrescentou Farias.

Até o fechamento desta edição, a Sabesp não informou se trabalha com possibilidade de racionamento, quando pretende aumentar a captação de água do Rio Grande e se fará alguma medida de contenção com relação ao baixo volume do Sistema Alto Tietê.

Poluição - Carlos Bocuhy, presidente do Proam (Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental), chama atenção para outro ponto envolvendo a Billings: mesmo se o governo do Estado decidisse pelo uso da água da represa, seria necessário despoluir todo o volume. “A Billings está em uma região privilegiada, com relação às demais bacias. É uma localidade muito úmida. Porém, a maioria da água não está própria para uso”, explicou.

A poluição, ainda de acordo com Bocuhy, é um dos principais fatores que contribuem para o recuo da capacidade do Sistema Cantareira. “É uma bacia com volume considerável de água, porém, a maior parte está poluída”, confirmou. Para ele, a crise da falta da água é algo “inevitável”. “O potencial hídrico do Cantareira e Alto Tietê está esgotado. O Estado deveria investir em despoluição. Mas não tem essa sensibilidade. Prefere jogar água contaminada do rio Pinheiros na Billings em dias de enchente”, criticou.

Por Renan Fonseca - ABCD Maior
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