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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/04/2016 | Economia
Scania lança 1º laboratório de testes fora da Suécia
Scania lança 1º laboratório de testes fora da Suécia Foto: André Henriques/DGABC
Foto: André Henriques/DGABC
Apostando em tecnologia e inovação em território nacional, a Scania inaugurou ontem, na fábrica de São Bernardo, o primeiro laboratório de testes de motores fora da matriz, na Suécia. Com objetivo de desenvolver, testar e certificar esses equipamentos e seus componentes para otimizar a fabricação deles, o local conta com inteligência de ponta até então desconhecida no Brasil.

“Trouxemos para a região o estado da arte em tecnologia. O que nos ajuda a acelerar as pesquisas e o desenvolvimento de novas soluções em transporte, como menor consumo de combustível e contribuição para um sistema de transporte sustentável”, declara o diretor de assuntos institucionais e governamentais da Scania na América Latina, Rogério Rezende.

Mesmo diante de resultados não muito animadores, tendo em vista que no primeiro trimestre a montadora fechou com queda de 20% nas vendas de caminhões e ônibus – ainda assim percentual menor que a média do mercado, que registrou queda de 32,8% no caso do comércio de caminhões e tombo de 47,6% para os ônibus – foram investidos R$ 40 milhões para a construção do laboratório.

O equipamento conta com duas células, sendo uma delas destinada a preparação e análise das peças, onde são medidos temperatura, pressão, arrefecimento e outros índices para a simulação do uso. A outra é destinada aos testes que focam em emissões e uso de combustível, que irão auxiliar a empresa a construir produtos mais eficientes em termos de utilização de combustíveis alternativos, durabilidade de componentes e consumo eficiente. Essa preparação pode demorar até três dias, mas o teste é feito em apenas 20 minutos e, assim, é possível ter uma amostra de quais componentes precisam ser trocados ou aperfeiçoados.

Para se ter ideia, hoje um motor produzido pela Scania, com toda a manutenção necessária, roda por até 1 milhão de quilômetros. “Com o monitoramento e aperfeiçoamento das peças por meio do laboratório, a intenção é que sejam produzidas cada vez mais máquinas de qualidade”, conclui o vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento da Scania para a América Latina, Henrik Alfredsson, sem estimar quanto poderia percorrer a mais.

O ideal é que o sistema de produção seja global, mas com um produto único, afirmam os executivos. Sendo assim, por enquanto todo o trabalho que está sendo realizado ainda segue uma demanda da sede europeia, mas, no futuro, espera-se que a fábrica de São Bernardo possa se tornar menos dependente e aumentar o nível de desenvolvimento. Além disso, que amplie sua plataforma de exportação – atualmente, cerca de 70% do que é produzido na região segue para outros países da América Latina, Leste Europeu, Ásia e Oriente Médio.

IMPACTO - Todo esse investimento de R$ 40 milhões, entretanto, não deve gerar emprego e receita adicional para a cidade tão cedo. “Essa é uma aposta em tecnologia para capacitar nossos profissionais. Nossa intenção é especializar os engenheiros daqui para que nos tornemos referência no assunto”, afirma Rezende. A montadora conta hoje com 250 colaboradores na área de pesquisa e desenvolvimento, sendo nove funcionários direcionados ao novo laboratório. Ao todo, a sede brasileira da Scania, em São Bernardo, possui 3.600 funcionários.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, ressalta a importância da montadora para potencializar a indústria automotiva brasileira mesmo em cenário econômico de dificuldades. “Em 2013, travamos acordo de longo prazo para reestruturação da empresa, a fim de preservar o trabalhador do desemprego diante da crise, e essa ação da Scania só reforça novas oportunidades aos colaboradores.”

Prefeitura não descarta parceria com montadora

O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), também compareceu ao evento de inauguração do laboratório de motores da Scania e, entre a parabenização à montadora por colocar a região em patamares globais no que se refere a pesquisa e desenvolvimento de ponta, comentou sobre a possível parceria da montadora para a construção de parque tecnológico na cidade. “Esses avanços só reforçam a importância da instituição de um parque tecnológico, que poderá contar com o envolvimento do mundo universitário, além de empresas multinacionais como a Scania”, afirma Marinho.

Questionado sobre a possibilidade dessa colaboração, o diretor de assuntos institucionais e governamentais da Scania na América Latina, Rogério Rezende, cita a proximidade com as faculdades da região como um aspecto positivo. “Apesar do bom relacionamento com as academias do Grande ABC, ainda não podemos afirmar que haverá essa parceria. Precisamos aguardar um pouco mais.”

Como as iniciativas de parques tecnológicos na região ainda não avançaram, seja em Santo André ou em São Bernardo, desde abril do ano passado a montadora já faz parte do Parque Tecnológico de Sorocaba, no Interior, juntamente com a Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo).

Lá foram investidos R$ 6 milhões para estudar o comportamento do fluxo de ar dentro dos motores movidos a diesel. “Esse é um projeto menor, diferente do que estamos inaugurando hoje, com previsão de início, meio e fim. Em Sorocaba, o foco é apenas no comportamento do combustível dentro da câmara de combustão”, explica Rezende.

Por Marina Teodoro - Especial para o Diário
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