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DATA DA PUBLICAÇÃO 21/09/2009 | Setecidades
São Bernardo é a cidade que mais desmata no Grande ABC
São Bernardo é o município que foi mais desmatado nos últimos três anos. Segundo levantamento conjunto do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e a ONG SOS Mata Atlântica, área equivalente a 116 campos de futebol (1,16 milhão de metros quadrados) foi desmatada entre 2005 e 2008. A triste constatação ganha força pela data de hoje: Dia da Árvore.

O estudo revela que, em segundo lugar - muito atrás de São Bernardo - aparece o município de Ribeirão Pires, onde o equivalente a 12 campos de futebol foi desmatado no mesmo período.

Santo André aparece em terceiro no levantamento, com 60 mil metros quadrados de Mata Atlântica devastados. Mauá é quarto colocado, com 50 mil metros quadrados de desmatamento.

Em Diadema, Rio Grande da Serra e São Caetano, onde a mata nativa já está extinta, não houve devastação.

Diretora de gestão do conhecimento da SOS Mata Atlântica, a ambientalista Márcia Hirota explica que o principal motivo para o desmatamento em São Bernardo foi a construção do Trecho Sul do Rodoanel. "Mas o Rodoanel é um benefício social", opina Márcia.

Porém, ambientalistas concordam que, quando nenhum fator como uma grande construção influi, a principal causa do desmatamento no Grande ABC são as ocupações irregulares próximas às florestas.

Novas políticas públicas, que regulamentem compensações para ocupações em áreas de proteção ambiental, como a criação de outras áreas de preservação, são apontadas pelos ambientalistas como a principal maneira de se contornar o problema do desmatamento, seja legal ou ilegal.

"Esse é o grande desafio que estamos enfrentando com o poder público", afirma o ambientalista Mario Mantovani. "Temos que criar mecanismos de compensação para desenvolver outras áreas de proteção e mecanismos para incentivar e facilitar a requalificação dos terrenos (para áreas de proteção ambiental, por exemplo), diz Mantovani.

Segundo os estudos do Inpe, depois de uma queda no desmatamento de 69%, registrada entre 1995 e 2000, o desmatamento na Mata Atlântica tem se mantido constante, nos 17 Estados englobados por este ecossistema.

O levantamento é realizado desde 1989 e se baseia em fotos de satélite. Mas não registra devastações abaixo de 50 mil metros quadrados. Começou em 1985, de cinco em cinco anos. Mas agora, as entidades que o realizam pretendem fazer a análise de dois em dois anos.

Dersa compensa perda causada pelo Rodoanel

Se a construção do Trecho Sul do Rodoanel é um dos principais causadores do desmatamento no Grande ABC, a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário), está fazendo o possível para compensar o impacto.

Uma dessas formas de compensação foi apresentada no dia 10, quando o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) ganhou dois jipes da Dersa, por causa do desmatamento que o Parque do Pedroso sofreu devido às obras do anel viário. Os veículos devem ser usados para fiscalizar o parque.

Até o final do ano, outras formas de compensação estão previstas para o parque que, segundo a Dersa, receberá quatro motos para rondas da GCM (Guarda Civil Municipal), sistema de videomonitoramento, mais uma ciclovia, investimentos em iluminação e em equipamentos de manutenção. São Bernardo e Mauá também terão de ser compensados por conta da passagem do Rodoanel.

Vegetação mais abundante está no Parque do Pedroso

O Parque do Pedroso, em Santo André, é o local de acesso público com a área verde mais abundante nas sete cidades, segundo o Consórcio Intermunicipal Grande ABC. O local conta com trechos de Mata Atlântica original, assim como outros parques meio afastados dos locais mais urbanizados da região.

Porém, para o ambientalista Virgílio Alcides de Farias, presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida) do Grande ABC, o parque com a maior concentração de Mata Atlântica no Grande ABC é a Gruta Santa Luzia, em Mauá.

A nascente do rio Tamanduateí fica dentro do parque, que é coberto por vegetação nativa. O problema do local, a cerca de 10 minutos de carro do Centro de Mauá, é a falta de segurança.

O ambientalista lembra ainda do Parque Estoril, no Riacho Grande, em São Bernardo, como uma importante reserva de mata nativa no Grande ABC. Virgílio menciona ainda o Parque Ecológico Guapituba, em Mauá, onde a Mata Atlântica ainda domina a paisagem. "Este locais são importantes como espaços verdes", explica o ambientalista.

Parques dão alívio em área urbana

As principais áreas verdes próximas aos locais movimentados do Grande ABC são o Parque Central, em Santo André, e o Espaço Verde Chico Mendes, em São Caetano. Especialistas ressaltam a importância da presença de árvores nos espaços urbanos. Elas influem principalmente no clima das cidades, amenizando as temperaturas, faça frio ou calor.

Com 346.647 metros quadrados, o Parque Central conta com cerca de 10,5 mil árvores. Lagos, equipamentos de exercícios, pistas de cooper e uma concha acústica complementam a interação com a natureza. Porém, a maioria das árvores ainda está crescendo por lá, e o horizonte ainda não é tão recortado pelas copas.

"É maravilhoso esse parque! A gente não tem expectativa de encontrar o verde na cidade. Mas aqui tem bastante. As crianças brincam muito", disse, na tarde da sexta-feira, a pedagoga Inês Silva do Nascimento Vieira, 43 anos, que levava o filho, Bruno, 9, para passear. O local é aberto ao público das 6h às 20h.

Em São Caetano, o Espaço Verde Chico Mendes encanta os frequentadores com uma vegetação abundante e, em alguns pontos, quase fechada. Segundo a Prefeitura, o parque tem cerca de 140 mil metros quadrados. Pistas e equipamentos para exercícios, um parquinho para crianças e diversas quadras aparecem entre a vegetação do parque, que funciona das 6h às 21h.

"Para mim, isso aqui é ótimo. Não saio de São Caetano por esse motivo. Pego o carro e venho para cá sempre que posso", disse o gestor de negócios Ricardo Alves Cardoso, 33, que nasceu na Capital.

A engenheira florestal Renata Cristina Fonseca explica que as árvores evitam as "ilhas de calor" se formem, refrescando o ambiente com suas sombras e absorvendo a luz do sol pelas folhas. Quando está frio, as árvores também ajudam, quebrando o vento e diminuindo o resfriamento do ar depois que anoitece.

A qualidade do ar também melhora com a presença das árvores, principalmente fixação da poeira nas folhas e pela absorção de gás carbônico. A poluição sonora também é amenizada pela presença de árvores. Elas ainda atraem pássaros e morcegos para as cidades onde são plantadas, que comem insetos, melhorando a qualidade de vida.

Por Guilherme Russo - Diário do Grande ABC
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