DATA DA PUBLICAÇÃO 05/05/2010 | Saúde e Ciência
Santo André usa agrotóxico na rua
Santo André é a única cidade da Região que ainda aplica a capina química em vias públicas, prática proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) por conta dos riscos que os agrotóxicos podem causar à saúde. Na última semana, o ABCD MAIOR flagrou funcionários aplicando veneno em calçadas e ruas na Vila Assunção, próximo ao Hospital Christovão da Gama.
Os servidores informaram que a aplicação do herbicida serviria para acabar como pragas e gramíneas que crescem em frestas no concreto ou asfalto. A reportagem tentou entrevistar o responsável pelo Depav (Departamento de Parques e Áreas Verdes), mas até o fechamento desta edição o gestor não havia se pronunciado.
A capina química é proibida em todo o Brasil, independentemente do produto usado como herbicida. Contudo, a agência informou que são comuns denúncias de prefeituras que passam por cima da determinação. A aplicação de herbicidas foi proibida em 2003. O grau de toxicidade é elevado em ambientes urbanos por causa da dificuldade de o veneno se dissipar no meio ambiente.
“As calçadas e o asfalto impedem que o produto escorra pelo solo”, disse a especialista em toxicologia da Anvisa Fabiane Gomes. Além disso, todos os produtos agrícolas ou venenos afins possuem o período de reentrada após a aplicação.
“Após a aplicação da dosagem, o local deve ser isolado durante um tempo que pode chegar a 24h, dependendo do produto. Mas o isolamento é quase impossível em uma cidade”, esclareceu Fabiane.
O serviço de capina química realizado em Santo André também foi flagrado pela Associação Amigos do Parque Central, que filmou a ação (http://amigosdoparquecentral.blogspot.com).
“Existe um risco muito grande de as pessoas sofrerem intoxicação com o veneno. É uma prática muito antiga que não deveria ser mais utilizada”, afirmou o presidente da instituição, José Carlos Vieira. Crianças, animais e pedestres desavisados podem se intoxicar com o veneno, que pode causar problemas como, por exemplo, intoxicação aguda ou choque anafilático, como argumentou o ambientalista e a especialista da Anvisa.
Herbicida - Os funcionários do Depav que executavam a poda química afirmaram para a reportagem que o produto utilizado é o Arsenal NA. A especialista da Anvisa explicou que o veneno não pode ser usado em grandes quantidades onde o espaço não permite a eliminação do reagente no meio ambiente. “A Anvisa não autoriza o uso de nenhum químico, não importa a dosagem ou o princípio ativo”, confirmou. A nomenclatura NA, conforme ressaltou Fabiane, se refere ao uso do veneno. “Significa que o produto não é agrícola, porém, mesmo assim não deve ser utilizado na capina química. A prática em si é proibida”, reforçou.
Por causa da insistência de algumas administrações públicas, a agência de saneamento publicou este ano uma nota técnica informando os riscos da prática. “A capina química em áreas urbanas expõe a população ao risco de intoxicação, além de contaminar a fauna e a flora. Por esse motivo, tal prática não é permitida”, ressalta a nota. O órgão esclarece ainda que somente a capina química não elimina as pragas vegetais. Após a aplicação do herbicida, é necessária ainda a poda manual para eliminar as gramíneas persistentes.
Proteção - Alguns dos agentes do Depav que aplicavam o produto químico na última semana não estavam protegidos com luvas e máscaras. O diretor do Sindserv (Sindicato dos Servidores de Santo André) Jaime de Almeida afirmou que tem conhecimento da falta de EPI (equipamentos de proteção individual) para os funcionários da Prefeitura.
“A Administração alega que vai fazer compra emergencial, mas até o momento os servidores ainda reclamam da fala do equipamento”, disse. “O problema não está só no Depav. Outros setores sofrem o mesmo problema”, informou Almeida.
Os servidores informaram que a aplicação do herbicida serviria para acabar como pragas e gramíneas que crescem em frestas no concreto ou asfalto. A reportagem tentou entrevistar o responsável pelo Depav (Departamento de Parques e Áreas Verdes), mas até o fechamento desta edição o gestor não havia se pronunciado.
A capina química é proibida em todo o Brasil, independentemente do produto usado como herbicida. Contudo, a agência informou que são comuns denúncias de prefeituras que passam por cima da determinação. A aplicação de herbicidas foi proibida em 2003. O grau de toxicidade é elevado em ambientes urbanos por causa da dificuldade de o veneno se dissipar no meio ambiente.
“As calçadas e o asfalto impedem que o produto escorra pelo solo”, disse a especialista em toxicologia da Anvisa Fabiane Gomes. Além disso, todos os produtos agrícolas ou venenos afins possuem o período de reentrada após a aplicação.
“Após a aplicação da dosagem, o local deve ser isolado durante um tempo que pode chegar a 24h, dependendo do produto. Mas o isolamento é quase impossível em uma cidade”, esclareceu Fabiane.
O serviço de capina química realizado em Santo André também foi flagrado pela Associação Amigos do Parque Central, que filmou a ação (http://amigosdoparquecentral.blogspot.com).
“Existe um risco muito grande de as pessoas sofrerem intoxicação com o veneno. É uma prática muito antiga que não deveria ser mais utilizada”, afirmou o presidente da instituição, José Carlos Vieira. Crianças, animais e pedestres desavisados podem se intoxicar com o veneno, que pode causar problemas como, por exemplo, intoxicação aguda ou choque anafilático, como argumentou o ambientalista e a especialista da Anvisa.
Herbicida - Os funcionários do Depav que executavam a poda química afirmaram para a reportagem que o produto utilizado é o Arsenal NA. A especialista da Anvisa explicou que o veneno não pode ser usado em grandes quantidades onde o espaço não permite a eliminação do reagente no meio ambiente. “A Anvisa não autoriza o uso de nenhum químico, não importa a dosagem ou o princípio ativo”, confirmou. A nomenclatura NA, conforme ressaltou Fabiane, se refere ao uso do veneno. “Significa que o produto não é agrícola, porém, mesmo assim não deve ser utilizado na capina química. A prática em si é proibida”, reforçou.
Por causa da insistência de algumas administrações públicas, a agência de saneamento publicou este ano uma nota técnica informando os riscos da prática. “A capina química em áreas urbanas expõe a população ao risco de intoxicação, além de contaminar a fauna e a flora. Por esse motivo, tal prática não é permitida”, ressalta a nota. O órgão esclarece ainda que somente a capina química não elimina as pragas vegetais. Após a aplicação do herbicida, é necessária ainda a poda manual para eliminar as gramíneas persistentes.
Proteção - Alguns dos agentes do Depav que aplicavam o produto químico na última semana não estavam protegidos com luvas e máscaras. O diretor do Sindserv (Sindicato dos Servidores de Santo André) Jaime de Almeida afirmou que tem conhecimento da falta de EPI (equipamentos de proteção individual) para os funcionários da Prefeitura.
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