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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/03/2013 | Setecidades
Santo André terá bilhete único em maio
Santo André terá bilhete único em maio Em maio usuários terão direito a fazer integração gratuitamente. Foto: Amanda Perobelli
Em maio usuários terão direito a fazer integração gratuitamente. Foto: Amanda Perobelli
Quinta e última matéria da série mostra que sistema de cartões deve atender 30% dos usuários de transporte público

Até o fim de maio, a Prefeitura de Santo André deve implantar na cidade um sistema de integração tarifária nos ônibus municipais. O modelo escolhido deve seguir os moldes do adotado por São Bernardo, que permite aos usuários utilizar até três ônibus no período de 90 minutos, pagando apenas uma tarifa.

A primeira reunião oficial com representantes das empresas que operam o sistema de transporte público na cidade (Consórcio União Santo André e Expresso Guarará) foi realizada no último dia 20, e foi solicitado à administração o prazo de 90 dias para fazer as adequações necessárias à viabilização do sistema. Os ajustes técnicos incluem uma série de medidas, como o cadastramento de digitais, criação de cartões e realinhamento operacional.

A implementação do Bilhete Único não acarretará em aumento da tarifa. De acordo com o secretário de Obras e Serviços Públicos, Paulinho Serra, o sistema deverá beneficiar 30% dos 80 mil passageiros transportados por dia em Santo André. “O bilhete único é só a porta de entrada para mudança no transporte público da cidade. Faremos também a revisão de todos os itinerários e pretendemos instalar aparelhos de GPS em todos os ônibus, para termos controle efetivo da frota”, destacou.

EXCESSO DE VEÍCULOS

O principal objetivo é resgatar os usuários de ônibus que deixaram de utilizar os coletivos nos últimos anos, devido ao sucateamento do sistema municipal. “Estimamos que 70% do trânsito da cidade é causado pelo excesso de veículos nas ruas. Não adianta fazermos mais vias, se não melhorarmos o transporte coletivo. É preciso tornar o ônibus mais confortável e vantajoso”, disse o secretário.

Entre os beneficiados pelo bilhete único estão trabalhadores, estudantes e idosos. “No caso deles, a mudança também é no atendimento. Não haverá mais a necessidade de entrar pela porta de trás do veículo, causando todo um constrangimento. Ele terá de volta o direito de entrar pela porta da frente”, enfatizou.

Cartão eletrônico já é utilizado nos ônibus municipais

Santo André já possui nos ônibus a tecnologia de cartão eletrônico para idosos, aposentados e pensionistas ou qualquer cidadão que utilize os coletivos. Para participar do sistema de bilhete único, os cartões emitidos devem ser renovados para cadastramento das digitais. A medida tem o objetivo de combater a violência e os constantes assaltos.

Depois da implantação do sistema municipal de integração tarifária, o objetivo é efetivar a conexão com ônibus intermunicipais da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), uma das metas estabelecidas pelo Plano de Mobilidade Regional que está em execução pelo Consórcio Intermunicipal – entidade que reúne os sete prefeitos do ABCD.

PLANO

A integração em nível regional é essencial para o futuro do transporte coletivo na Região, conforme apontou o estudo. O Plano tem custo de R$ 1 milhão, sendo R$ 800 mil do governo do Estado e R$ 200 mil de contrapartida do Consórcio. O projeto tem conclusão prevista para junho deste ano.

Na Região, apenas Rio Grande não possui ainda qualquer tipo de integração no transporte público. A Prefeitura não respondeu aos questionamentos da reportagem a respeito de projetos sobre o assunto.

Dificuldade é convencer motorista a deixar carro

Mesmo que todas as cidades tivessem o sistema de integração implantado, não há garantias de que os motoristas prefiram deixar o carro na garagem para pegar ônibus. De acordo com o professor de Transportes e Mobilidade Urbana da UFABC (Universidade Federal do ABC), Humberto de Paiva Junior, é natural imaginar que, se a integração reduz os custos do transporte coletivo, isso irá atrair os usuários do transporte individual e impactar positivamente no sistema viário, reduzindo o número de carros nas vias.

“O problema é que a percepção dos benefícios está associada às características socioeconômicas da população”, observou. Quanto mais alta a renda, mais valor se atribui à velocidade, conforto e segurança do sistema de transporte. Por outro lado, quanto mais baixa a renda, maior o valor que o usuário atribui ao preço do sistema de transporte. “Como o Brasil está entre os países com mais desigualdade social no mundo, essa polarização se reflete no perfil de usuários de transporte individual (alta renda) e coletivo/público (baixa renda)”, disse.

Desconforto

Para o professor, será preciso muito mais que integração tarifária para convencer a população que comprou automóvel a deixá-lo em casa para usar os serviços de transporte público, que salvo exceções é mais lento, desconfortável e menos flexível.

“A verdade é que, em comparação com o transporte público atual, automóvel é a escolha de melhor custo-benefício para todos os indivíduos. Assim que o poder aquisitivo de um usuário de transporte público aumenta, ele migra para o automóvel. Mas a integração tarifária pode trazer benefícios sociais para a população de baixa renda, que é cativa do transporte público”, avaliou.

Por Angela de Paula - ABCD Maior
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