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DATA DA PUBLICAÇÃO 12/02/2013 | Cidade
Santo André, São Bernardo e Mauá sofrem com chuva
A região amanheceu ontem contabilizando as perdas com o forte temporal que assolou principalmente Santo André, São Bernardo e Mauá no domingo. Em Santo André, além de uma morte, 60 pessoas estão desabrigadas e 108 foram desalojadas. Segundo informações da Prefeitura, os 60 munícipes que perderam suas casas foram encaminhados para o Cesa (Centro Educacional de Santo André) Cata Preta e estão recebendo assistência. Já os outros procuraram abrigo na casa de familiares e amigos.

São Bernardo sofreu com o destelhamento. Ventos fortes avariaram cerca de 100 residências e derrubaram 40 árvores. Na cidade foram entregues, segundo a Prefeitura, 180 colchões, 180 cobertores, 100 cartões alimentação no valor de R$ 40 e 120 lonas plásticas para cobertura de telhado. Ninguém ficou desabrigado.

No Jardim Carlina, em Mauá, duas famílias foram atingidas pela chuva, uma delas, com quatro integrantes, ficou desalojada.

Os estragos causados pela forte chuva em Santo André puderam ser vistos melhor na manhã de ontem. Apesar de a água ter cedido, ainda era possível visualizar o nível que ela atingiu em alguns pontos da cidade e a quantidade de lama que a enchente deixou.

Na altura do número 322 da Rua Afonso Pena, situada no Jardim América, a marca da água chegou aos dois metros de altura.

Valter Andrade Júnior vive no local há cinco anos e informou que perdeu a conta de quantas vezes sua casa foi alagada. "Construí rampa e coloquei comporta para minimizar os danos, mas ela não aguentou. Dessa vez perdi sofá, televisão e micro-ondas."

A força da água foi tanta que parte do portão de aço de uma das casas vizinhas entortou completamente. Pedindo por mudanças, Júnior colocou uma faixa em frente à sua casa com os dizeres: "Vila América é uma vergonha. Basta de enchentes, solução já".

Já na Rua Xavantes, na Vila Pires, local que também sofreu com a inundação, a situação não era muito diferente. Morando há 45 anos no lugar, a professora Teresinha Trindade Pereira alegou, enquanto tirava a lama com uma enxada de sua calçada, que todos os anos a situação é a mesma. "Assim que começa a chover, já levo o carro para a rua de cima, senão o perco."

Outro problema ocasionado pela chuva e pelos ventos fortes foi a queda de mais de 60 árvores em Santo André. Na manhã de ontem, o prefeito Carlos Grana (PT) e sua equipe visitaram locais como Cidade São Jorge, onde duas casas foram atingidas, Parque Erasmo e Ana Maria. "Fui conversar com a população. É necessário fazer um trabalho de estudo de meio ambiente para tomar atitudes mais preventivas, como a questão do reflorestamento. Há muito trabalho pela frente", afirmou.

Em relação às inundações, Grana disse que é preciso fazer a lição de casa. "Infelizmente as obras de contenção não foram feitas nos períodos adequados antes das chuvas. Agora é intensificar a limpeza desses locais e pedir a colaboração da população para que não jogue lixo nas áreas de grande risco."

ALUGUEL SOCIAL - "Santo André vive um caos em relação à habitação. É uma questão de emergência, pois não houve nenhuma política habitacional qualificada. Daqui para a frente vamos investir mais. Primeiramente, as famílias que sofreram com as enchentes serão incluídas no aluguel social", disse Grana.

Questionado sobre possíveis parcerias entre a Prefeitura e o governo do Estado, o prefeito foi direto: "O que espero é que o Estado ajude a resolver a questão da Avenida dos Estados. Pedi há algumas semanas para Edson Aparecido (Secretário Chefe da Casa Civil do governo do Estado de São Paulo) que se faça um plano de reurbanização do Rio Tamanduateí."

Vítima de enchente é enterrada na Vila Curuçá

Centenas de pessoas estiveram presentes no Cemitério Nossa Senhora do Carmo, na Vila Curuçá, para dar adeus ao aposentado Edmilson Martins de Queiroz, 57 anos. Ele morreu no domingo, após tentar ajudar amigos que tiveram a casa invadida pela água durante temporal no Jardim Santa Cristina, em Santo André. O prefeito da cidade, Carlos Grana (PT), também compareceu ao local para prestar solidariedade.

Em clima de muita emoção e indignação, familiares e amigos participaram do velório de Queiroz, que teve início às 13h. Todos que passaram pelo local para prestar homenagem foram unânimes ao dizer que o aposentado "era uma pessoa alegre e que sempre gostou de ajudar o próximo".

"Infelizmente tivemos o falecimento do Edmilson, que foi nada mais do que um herói. Morreu salvando vidas", afirmou o prefeito.

Mardonio Martins de Queiroz, um dos irmãos, o definiu como uma pessoa diferente das demais. "O Santa Cristina está de luto. Ele deu um exemplo como ser humano. O que me deixa triste é saber que tantas vezes isso (enchente) aconteceu e agora ocorreu uma tragédia", disse.

Em meio a choros e abraços, parentes tentavam se confortar com o fato de que Queiroz não morreu em vão. Adriana Martins, sobrinha da vítima, fez alerta sobre o ocorrido. "Aquela área está abandonada. A situação se repete sempre. Para quem a gente deve reclamar?"

Filho do aposentado, Solon Martins ressaltou que o pai sempre foi muito amoroso. "Não existem palavras para falar sobre ele. Era bom pai, bom avô e um homem 100% prestativo ao próximo."

Por Thaís Moraes - Diário do Grande ABC
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