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DATA DA PUBLICAÇÃO 07/05/2015 | Economia
Santo André ganha uma farmácia a cada 22 dias
Santo André ganha uma farmácia a cada 22 dias Foto: Nario Barbosa/DGABC
Foto: Nario Barbosa/DGABC
A cada 22 dias uma farmácia é aberta em Santo André. A cidade, que é a que mais tem drogarias na região, possui hoje 423 estabelecimentos do tipo, o que equivale a mais de duas unidades por quilômetro quadrado. Em 2012, eram 375 – expansão de 12,8% ou 48 a mais. As informações são de estudo realizado pela consultoria IPC Marketing. Enquanto isso, moradores da cidade relatam problemas na obtenção gratuita de remédios nos postos de Saúde, o que faz com que tenham de pagar por eles nas farmácias – e contribui para impulsionar o setor.

O levantamento revela também que o mercado farmacêutico em Santo André deve movimentar R$ 586,6 milhões neste ano – 38,5% a mais do que os R$ 423,6 milhões de 2012. O crescimento é superior à inflação oficial do período, de 22,34%, conforme o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Para o diretor da IPC Marketing, Marcos Pazzini, o fato de a população estar envelhecendo cada vez mais – a expectativa de vida dos brasileiros que, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), era de 74,6 anos em 2012, e um ano depois subiu para 74,9 anos – e, portanto, demandando mais medicamentos para cuidar de sua saúde, o que amplia os gastos, contribui para a abertura de drogarias.

E um dos fatos que potencializam a procura por farmácias é a falta de remédios na rede pública de Saúde. Sem encontrar as substâncias prescritas em unidades básicas e hospitais, muitos munícipes têm de pagar para conseguir fazer o tratamento de maneira adequada. A dona de casa Graziela Sibucks, 30 anos, é exemplo disso. Ela foi ontem à US (Unidade de Saúde) da Vila Palmares em busca do medicamento Depo-Provera, anticoncepcional aplicado por meio de injeção. “Tomo uma a cada três meses e, quando vim receber a dose de maio, não tinha. Fui obrigada a comprar, já que não tem como deixar de tomar”, lamenta. O contraceptivo é encontrado em promoção a partir de R$ 28,79, mas Graziela diz ter pago R$ 52 em estabelecimento próximo à sua casa.

A empregada doméstica Cilene Pereira dos Santos, 41, também esteve ontem na US da Vila Palmares em busca do antibiótico amoxicilina com clavulanato de potássio para a filha de 9 anos. “Vou ter que comprar. Não posso deixar a menina doente. Até porque, se ela piora, os gastos ficam ainda mais altos.” No mercado, a composição com 400 mg/5ml de amoxicilina e 57 mg/5ml de clavulanato de potássio – indicação prescrita para a menina – varia entre R$ 30 e R$ 50.

Já o aposentado João da Conceição Caldeirão, 55, enfrentou problemas na US do Centro. “Já faz mais de uma semana que tento pegar remédio para a diabetes e não encontro. E os atendentes não sabem informar quando chegará”, reclama. Caldeirão faz uso da substância gliclazida, cuja caixa com 30 comprimidos de 30 mg custa em torno de R$ 25. Na dosagem de 60 mg, o preço médio é R$ 45.

A equipe do Diário verificou que as unidades de Santo André também estão com falta de medicamentos mais simples, como soro fisiológico para aplicação nasal, utilizado como descongestionante e antisséptico. “Sem o soro, o nariz do meu filho, que é bebê, fica irritado”, relata a estudante Ketlen Cordeiro, 19, que esteve ontem na US da Vila Guiomar.

Não é somente em unidades de Saúde que há problemas. No mês passado, a auxiliar de enfermagem Miriam Constantino, 53, não encontrou sinvastatina no Centro de Especialidades 1. A substância é indicada para pacientes com alto índice de colesterol no sangue. “A solução foi comprar. Com certeza estão abrindo muitas farmácias por aí porque os empresários estão vendo que é um ótimo mercado”, ironiza.

A Secretaria de Saúde de Santo André informa que a amoxicilina com clavulanato de potássio já foi comprada e a entrega será feita a partir de amanhã. Em relação à gliclazida, a Pasta diz que a distribuição está regular apenas para a dosagem de 60 mg e reconhece que os comprimidos de 30 mg não estão disponíveis. Entretanto, cita que foi aberta licitação para a compra. Também está em andamento processo licitatório para aquisição de soro fisiológico, mas não foi dado prazo de quando a entrega será normalizada.

Sobre o anticoncepcional Depo-Provera, a Prefeitura diz que o item deveria ser fornecido pelo Ministério da Saúde, mas que não foi repassado à rede municipal. Os motivos não foram informados, bem como a previsão de quando o medicamento estará disponível. Já em relação à sinvastatina, a Pasta diz que a distribuição, que é feita nos centros de especialidades, está normal.

MÁRIO COVAS - Pacientes relatam que, há cerca de dois meses, não encontram o medicamento Risperidona, indicado para tratamento de esquizofrenia, na farmácia do Hospital Estadual Mário Covas, também em Santo André. A Secretaria de Estado da Saúde reconhece o problema e diz que houve “desabastecimento pontual e temporário” do remédio nas dosagens de 1 mg e 2 mg em razão de “aumento inesperado de demanda”. A Pasta garante que “a compra foi realizada e, no início da próxima semana, ambas as medicações devem estar disponíveis para retirada”.

Por Fábio Munhoz e Soraia Abreu Pedrozo - Diário Online
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