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DATA DA PUBLICAÇÃO 05/11/2008 | Cidade
Santa Casa aguarda R$ 1,7 milhões em Mauá
A Santa Casa de Mauá tem encontrado dificuldades para operar nos últimos meses. Um atraso de cerca de R$ 1,7 milhão no repasse de recursos feito pela Prefeitura tem ocasionado falta de médicos no hospital, que realiza partos de forma gratuita para a população do município. A situação é mais um capítulo no histórico de vulnerabilidade financeira da atual administração Leonel Damo (PV), que chegará ao fim em pouco menos de dois meses.

As verbas referentes aos meses de setembro e outubro ainda não foram entregues ao hospital. Fora isso, um aditivo de 25% sobre o valor total, que foi estipulado em acordo firmado em agosto, também não foi honrado pela administração municipal até o momento.

O conselheiro-gestor da Santa Casa, Vanderlei Pio, não se conforma com a situação. "O que parece é que a direção da Santa Casa joga o problema para a Prefeitura, que devolve a questão para a Santa Casa", afirma.

Para Pio, a falta de profissionais no atendimento à população tem um motivo claro. "Eles estão com pagamentos atrasados. Fica difícil as pessoas trabalharem sem conseguir receber por isso", diz.

A crise financeira da Santa Casa prejudica quem necessita de auxílio público no local. O setor de pronto-atendimento realiza de 7.000 a 8.000 consultas por mês. Além disso, são feitos exames laboratoriais, raio X e mamografias, entre outros.

São mais de 300 internações pediátricas e outras 100 entre adultos por mês, incluindo o atendimento feito em UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

O setor mais sensível à população, entretanto, é o da maternidade e ginecologia. Atualmente, 250 partos, em média, são realizados por mês, custeados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). No entanto, essa verba deveria ser repassada pela Prefeitura sem o atraso constatado nos últimos meses.

Com relação aos partos especificamente, o diretor-administrativo da Santa Casa, Ednaldo Paulo dos Reis, aponta que, mesmo sem atraso, os valores estipulados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) são insuficientes para cobrir os gastos efetivos. "No SUS, paga-se R$ 430,70 pelo parto normal, o que é muito pouco. Um convênio particular arca, no mínimo, com R$ 1.005. Essa defasagem também tem nos prejudicado", explica.

O diretor-administrativo reconhece o atraso no pagamento aos médicos. Diz ainda que é proporcional ao atraso no repasse de verbas por parte da Prefeitura.

A Prefeitura foi procurada ontem para se posicionar a respeito do assunto, mas não deu resposta até o fechamento da edição.


Reunião pode selar acordo entre Prefeitura e hospital

O diretor-administrativo da Santa Casa de Mauá, Ednaldo Paulo dos Reis, aguarda reunião que será realizada na manhã de hoje com a secretária de Saúde do município, Sandra Regina Vieira, para saber quando receberá o repasse em atraso. O aditivo de 25% também entrará na discussão.

Reis adota tom conciliatório e espera um resultado positivo após o encontro com os responsáveis pela administração municipal. "Queremos apenas uma definição de quanto e quando será pago, para que possamos passar uma posição para médicos e fornecedores", explica.

O diretor da Santa Casa informa que foram tomados empréstimos bancários para saldar, em parte, as despesas assumidas no período. "Sem os atrasados e o aditivo, teremos muitas dificuldades. Ficará muito complicada e bastante insustentável essa situação", explica. Entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões é o valor necessário para quitar as dívidas assumidas com instituições financeiras.

Caso saia da reunião sem acordo com a Prefeitura, Reis levará hoje mesmo o problema para a mesa-diretiva da Santa Casa, que deverá analisar o caso.

Crise na Saúde já teve outros capítulos

O atraso no repasse de recursos para a Santa Casa é mais um capítulo na crise que atinge a Saúde em Mauá. Desde a metade do ano, o município tem enfrentado uma série de problemas que já ultrapassaram as questões meramente administrativas e chegaram inclusive às vias judiciais.

O caso mais emblemático é a falta de medicamentos nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do município, provocada pela saída da Home Care. Acusada na última semana de integrar um esquema de fraudes em licitações públicas desbaratado pela Operação Parasitas, da Polícia Civil, a empresa deixou a cidade no fim de agosto alegando a falta de pagamento de uma dívida estimada na ocasião em cerca de R$ 4 milhões.

Nos momentos mais agudos da crise, que começou em setembro e se estende até hoje, a população sofreu com o desabastecimento. Medicamentos simples como AAS, dipirona sódica e diclofenaco de sódio não eram encontrados nas farmácias das UBSs. Até mesmo a campanha de imunização contra a rubéola foi afetada, por falta de agulhas para a aplicação das vacinas enviadas pelo governo do Estado. O caso motivou até a abertura de Inquérito Criminal pelo Ministério Público.

No Hospital Doutor Radamés Nardini, as cirurgias eletivas ficaram suspensas por baixa no estoque de material médico-hospitalar, como luvas descartáveis. Na última semana, Sandra Regina Vieira reassumiu a Secretaria de Saúde e confirmou a demissão de 360 funcionários do Programa Saúde da Família, alegando que não havia dotação orçamentária e verba para o pagamento de salários.

Por William Cardoso - Diário do Grande ABC
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