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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/07/2012 | Cidade
Samba de terreiro tem vida própria em Mauá
Vertente da música nacional conta com espaço garantido no ABCD pelas mãos de amantes do samba

Em 2007, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) inscreveu o samba de terreiro como uma das três matrizes do samba do Rio de Janeiro, definindo-o como aquele ritmo que nasceu nas quadras das escolas de samba, nos quintais de subúrbio e nas rodas de botequim.

Original da década de 1930, o gênero em questão narra o cotidiano de trabalhadores e de quem vive na periferia, mas perdeu espaço para os sambas-enredos e outras formas comerciais provenientes do samba.

No entanto, é exatamente um grupo de trabalhadores do ABCD que realiza uma atividade de preservação de músicas, compositores e autores de terreiro. Ao menos uma vez por mês, desde dezembro de 2008, o Samba de Terreiro de Mauá ocorre no Centro Cultural Dona Leonor. A próxima edição será neste domingo (01/07), a partir das 15h, e como sempre grandes nomes da música nacional estarão presentes.

A ação foi criada no bairro Parque das Américas há quase uma década. Nasceu especificamente da casa de Dona Marlene e de Seu Ocimar ao receber amigos da vizinhança que tocavam samba e pesquisavam por hobby. Com o passar dos anos, apresentações começaram a ser feitas no bar do Buiu.

O resultado da imersão no samba de terreiro culminou em um coletivo independente que estuda e dedica o tempo livre à memória do ritmo originalmente carioca. “Fundamos um polo de pesquisa voluntária de um ponto específico da música nacional pouco divulgada”, declarou Danilo Silva, um dos curadores do espaço.

A garimpagem de autores trouxe à tona a obra de artistas como Paulo da Portela, Mano Décio da Viola, Xangô da Mangueira, Aniceto do Império, Cartola, Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola, Noel Rosa e muita gente da velha guarda do Rio. “Revisitamos e reinterpretamos o repertório, a poesia de pessoas simples que desenvolveram melodias muito particulares, verdadeiras pérolas”, acrescentou Silva.

SUB: Roda é totalmente desplugada

Do bar do Buiu, o evento migrou para uma entidade que possui biblioteca própria, um grupo de estudos e é sede do bloco de carnaval Pega o Lenço e Vai. O projeto ganhou musculatura para atualmente ser uma cópia fiel, sonoramente falando, do que seria um samba de terreiro nos anos 1930. A roda inteira é desplugada, feita só com instrumentos acústicos.
Das reuniões para ouvir, ler, discutir e tocar samba, os integrantes do conjunto entraram em um processo de descoberta de livros e discos que colaborou com a própria formação. “É importante frisar que o que fazemos não tem nada a ver com macumba, pois muita gente associa o nome a rituais”, esclareceu Léo Pereira, filho do casal em cuja residência a proposta teve início.

De acordo com Pereira, a maior dificuldade do grupo hoje é atingir o público mais jovem. “Queríamos dar oportunidade para todos conhecerem o samba de terreiro, mas com as crianças o costume é passado adiante”, disse Pereira, que trabalha em escolas públicas de Mauá como recreador do projeto Ritmos do Brasil, pautado pela lei 10.634, responsável pela promoção do ensino de costumes afrobrasileiros nas instituições de ensino.

Por Caio Luiz - ABCD Maior
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