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DATA DA PUBLICAÇÃO 11/07/2016 | Setecidades
Salto no ponto mais alto do Demarchi
Salto no ponto mais alto do Demarchi  Praticantes usam técnicas do rapel para fazer os saltos. Foto:Andris Bovo
Praticantes usam técnicas do rapel para fazer os saltos. Foto:Andris Bovo
Equipe da Rope Trip usa condomínio abandonado para praticar esportes radicais

Se eu tivesse de redigir esse texto usando papel e caneta, minutos depois de saltar de uma altura de 13 andares, preso a um cordame mais fino que a espessura do meu braço, seria a tarefa mais difícil da minha vida. Braços e pernas trêmulos, um ombro dolorido e deslocado por conta da queda são as únicas informações que tenho no momento para iniciar esta reportagem. Mas a sensação de liberdade, a lembrança do vento e o barulho, o chão se aproximando, a velocidade, a gravidade puxando com uma força descomunal – simplesmente maravilhoso.

Tivemos a oportunidade de acompanhar uma tarde com o pessoal da Rope Trip, grupo de praticantes de esportes radicais que se pendura nos prédios abandonados da rua Gregório de Fergel, no bairro Demarchi, em São Bernardo. As seis torres carcomidas pelos mais de 30 anos de abandono se tornaram o playground dessa moçada que não teme altura. O esporte chama-se Rope Jumping. É um balanço humano. Cordas de rapel que suportam mais de duas toneladas de peso são esticadas em duas torres. No centro desse barbante de alta capacidade vai outro jogo de cordas. A brincadeira é simples: as pessoas se amarram e se jogam do terraço do prédio.

Queda livre
Até que a corda segure o corpo em queda e o balanço começa. Aos críticos, um alerta. Pode parecer amadorismo, mas o esporte exige equipamento profissional para escalada e rapel. A equipe Rope Trip possui a permissão dos proprietários do condomínio para praticar os saltos. Além disso, não é para qualquer um. O salto que tivemos direito foi uma exceção. “Apenas instrutores e pessoas do grupo que têm muita experiência podem saltar com a gente. Não tem civil sem preparo”, comentou um dos organizadores do grupo Diego Nascimento Benzi. Ele foi entrevistado depois de saltar em pirueta e se balançar de cabeça para baixo.

Os esportistas têm ponto fixo no bairro Sumaré, na Capital. Além disso, sempre procuram outros pontos para rolar a diversão. “Para saltar a pessoa tem de saber, no mínimo, praticar rapel, pois tem de conhecer a técnica do alto salvamento”, comentou Filipe Costa, de 27 anos, que está há oito meses praticando o Rope Jumping. Foi com ele que saltei. A equipe me paramentou de equipamentos de segurança para escalada, diversas cordas foram atadas a ganchos que suportam toneladas de peso.

Um pé no beiral do terraço e outro tremendo um pouco mais atrás. “Cara, fica tranquilo que você está bem seguro”, disse Costa, me encorajando. Em nenhum momento a equipe da Rope Trip fez qualquer tipo de brincadeira para apavorar o inexperiente aqui. Pelo contrário, cada um do grupo tem bem mais de 50 saltos, além de anos de rapel. Na hora do pulo, todos contam juntos. “Um, dois, três...”. Queda livre. Vento, muito vento. O coração dispara. O chão se aproxima muito rápido. Por fim, a corda se estica e o balanço começa.

RECORDE

Entre os voadores está um recordista da modalidade. Alan Ferreira, 43 anos, 12 dos quais morando na Inglaterra, onde foi preso diversas vezes por pular de lugares altos. Ele é conhecido como Alan Voador. É fácil explicar o apelido. No dia 9 de abril ele saltou com 149 pessoas atadas a cordas na Ponte da Integração, em Hortolândia, interior. Foi o maior número de pessoas a praticar o Rope Jumping ao mesmo tempo. “É uma emoção muito grande. Depois que você se acostuma a pular, não quer parar mais”, contou Alan Voador, que trabalha como taxista e nos próximos meses vai cobrar o registro recordista ao livro do Guinnes (Guinness World Records).

Por Renan Fonseca - ABCD Maior
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