DATA DA PUBLICAÇÃO 09/02/2010 | Informática
Saiba por que há um movimento para acabar com o Internet Explorer 6
Anos atrás, não existia concorrência no mercado de navegadores. O domínio era total da Microsoft com o Internet Explorer, e seu maior expoente foi a versão 6.0 do navegador. Hoje, o cenário é outro: existe uma dualidade no mercado entre o Explorer e Firefox, ainda com domínio da Microsoft (62% a 24% respectivamente). O Chrome vem logo em seguida, com pouco mais de 5%, seguido pelo Safari, com 4,5%.
Com quase 9 anos de vida, o Explorer 6 é um dos aplicativos mais antigos que ainda está em uso na web. (Foto: Reprodução)O Internet Explorer 6 foi lançado em 2001 e se manteve como o principal navegador da Microsoft até 2006, quando foi lançado o Internet Explorer 7. Ainda hoje, representa 20% dos navegadores – só perde para seu irmão mais novo, o Internet Explorer 8, e supera o Firefox 3.5 com 17%, segundo dados do NetApplications.
Vários fatores colaboram para a que as pessoas ainda usem o IE 6. Dentre eles, posso destacar:
>> Pessoas com computadores comprados há muitos anos e que, de certa forma, atendem às necessidades dos usuários em suas tarefas corriqueiras;
>> Empresas que têm em suas políticas de segurança apenas o Internet Explorer 6 homologado para ser usado em seus computadores, geralmente máquinas antigas e que não sofrem atualizações de hardware;
>> Empresas que usam sistemas em navegadores que só funcionam em IE 6;
>> Pessoas que usam o Windows XP pirata e não conseguem atualizar o navegador – apesar de a Microsoft ter liberado a instalação do IE 7 sem a verificação de autenticidade do sistema operacional;
>> Desconhecimento do usuário, que consegue realizar suas pesquisas e navegar na internet sem problema usando o IE 6 e não se preocupa em atualizá-lo.
Esses motivos são até simplistas, mas acredito que sejam os principais. Mas quais são os impactos desses 20% navegando por aí usando um navegador antigo? São vários:
>> A internet fica mais insegura. Existem inúmeras vulnerabilidades conhecidas e altamente exploradas no IE 6. Provavelmente, esses usuários estão com algum tipo de infecção em suas máquinas;
>> Os sites e portais precisam manter versões funcionais para IE 6 e suas incompatibilidades com os padrões atuais para desenvolvimento de sites.
>> O custo de se produzir um site corretamente é elevado pelos excessivos testes em diversos navegadores e em todas as versões do IE, levando alguns desenvolvedores a ignorar o IE 6 ou mesmo criar versões mais simples dos sites para serem vistas no navegador.
Existem diversas campanhas ao redor do mundo para incentivar a morte do Internet Explorer 6, como UpgradeYourBrowser e End6!. Iniciativas como a do IE Death March tentaram matar o navegador em março de 2009, sem sucesso. Também existem os mais radicais, como o BrowserHappy, que pede que as pessoas parem de usar qualquer versão do Internet Explorer.
A maioria das iniciativas parte de profissionais de internet e empresas que querem trabalhar com tecnologias, mas que acabam impedidos de utilizar certos recursos devido ao grande volume de pessoas usando a versão 6 do IE.
A entrada do HTML 5 no mercado de navegadores será um divisor de águas entre as gerações de navegadores. Essa nova forma de construir páginas trará diversos ganhos tanto para os desenvolvedores quanto – principalmente – para os usuários. Páginas mais leves e dinâmicas, vídeos sem a necessidade de Flash Player instalado, conteúdos mais organizados e melhor indexados por mecanismos de busca são algumas das inúmeras vantagens do HTML 5.
O HTML 5 ainda não é um padrão recomendado por não estar totalmente finalizado. Alguns navegadores já o suportam e servem de base para grandes portais iniciarem trabalhos de experimentação desse novo padrão. É o caso do YouTube, que já faz testes com vídeos sem o uso de Flash Player.
Visualmente não muda nada para o usuário, mas o vídeo desta imagem não utiliza o Flash Player. Ele roda direto no HTML, o que é mais leve para o navegador e mais rápido para o usuário. (Foto: Reprodução)Os navegadores aderentes ao HTML 5 são o Chrome 4, Firefox 3.5, Internet Explorer 8 e Safari 4. Se você usa um desses navegadores pode testar o YouTube com o tocador em HTML 5.
Concordo que, para muitas pessoas, o fator “versão do navegador” seja irrelevante. O importante é navegar na internet, mas é bom frisar que, nos próximos anos, os sites passaram a ser mais arredios a navegadores antigos por não comportarem suas funcionalidades.
Outro fator crítico é a segurança. Em breve, a maioria dos sites que lida com certificados de segurança (de bancos até lojas de comércio eletrônico) vão parar de suportar versões antigas de navegadores. Eles não fazem isso hoje pois não querem perder as compras e acessos realizados por esses usuários.
Sou a favor da morte do IE 6? Sim.
Deveria ser, justamente por trabalhar diretamente com o desenvolvimento de aplicações para web, e a morte do IE 6 iria facilitar muito a vida dos desenvolvedores. Mas não é o meu principal motivo.
Acredito que as pessoas precisam ter segurança na internet. Esse é um dos pilares básicos para aumentar a oferta de serviços on-line. As pessoas vão onde se sentem seguras. Compram on-line quando se sentem seguras para isso e, hoje, uma forma de garantir segurança começa por manter o computador do usuário atualizado.
Outro fator é a acessibilidade e a navegabilidade. Usar um navegador atualizado permite explorar os recursos técnicos mais atuais. Na prática, isso impacta em sites com uma estética mais apurada, conteúdo mais organizado e maiores possibilidades de interação do usuário com a aplicação e também entre usuários.
Tecnologias mais modernas e a percepção dos profissionais possibilitam ferramentas como o Twitter, com suas diversas plataformas de integração, ou mesmo plataformas como o Google Docs, que vai parar de suportar o IE 6 ainda neste ano para disponibilizar mais recursos para seus usuários.
Exposto tudo isso, termino esta coluna sugerindo aos usuários de IE 6 que atualizem seus navegadores. Se você não sabe se o seu navegador é o IE 6, clique em Ajuda e vá à opção “sobre o Internet Explorer”. Se você usa o 7.0 também sugiro a atualização.
O Firefox resolveu bem essa questão atualizando automaticamente seu navegador a revelia do desejo do usuário, exceto quando o usuário desmarca opção de atualização automática.
Os principais navegadores do mercado: de cima para baixo, Firefox, Internet Explorer, Chrome, Opera e Safari. (Foto: Reprodução)Versões mais atuais dos navegadores:
>> Internet Explorer 8;
>> Firefox;
>> Chrome;
>> Safari;
>> Opera.
Exceto em computadores de empresas, nos quais o usuário não tem permissão de instalar programas, não é possível usar um navegador atualizado. Mesmo assim, convém conversar com os responsáveis pela área de TI (informática, apesar de odiar este nome) e questionar sobre a atualização dos navegadores, sua viabilidade ou a possibilidade de usar outras opções.
Empresas que têm aplicativos que só funcionam com IE 6 podem manter o navegador para seus aplicativos, mas permitir que seus funcionários usem outro navegador, como Firefox ou o Chrome para acessar a internet.
* Fernando Panissi é especialista em tecnologia e internet, formado em Sistemas de Informação com extensão em gestão. É professor universitário e ministra cursos de extensão em desenvolvimento de sistemas. Vive a internet e suas excentricidades desde 1995 e, nesta coluna, irá compartilhar suas experiências e conhecimentos sobre os mais variados temas ligados à internet, computação e tecnologia. Também tira as dúvidas deixadas pelos leitores na seção de comentários.
Com quase 9 anos de vida, o Explorer 6 é um dos aplicativos mais antigos que ainda está em uso na web. (Foto: Reprodução)O Internet Explorer 6 foi lançado em 2001 e se manteve como o principal navegador da Microsoft até 2006, quando foi lançado o Internet Explorer 7. Ainda hoje, representa 20% dos navegadores – só perde para seu irmão mais novo, o Internet Explorer 8, e supera o Firefox 3.5 com 17%, segundo dados do NetApplications.
Vários fatores colaboram para a que as pessoas ainda usem o IE 6. Dentre eles, posso destacar:
>> Pessoas com computadores comprados há muitos anos e que, de certa forma, atendem às necessidades dos usuários em suas tarefas corriqueiras;
>> Empresas que têm em suas políticas de segurança apenas o Internet Explorer 6 homologado para ser usado em seus computadores, geralmente máquinas antigas e que não sofrem atualizações de hardware;
>> Empresas que usam sistemas em navegadores que só funcionam em IE 6;
>> Pessoas que usam o Windows XP pirata e não conseguem atualizar o navegador – apesar de a Microsoft ter liberado a instalação do IE 7 sem a verificação de autenticidade do sistema operacional;
>> Desconhecimento do usuário, que consegue realizar suas pesquisas e navegar na internet sem problema usando o IE 6 e não se preocupa em atualizá-lo.
Esses motivos são até simplistas, mas acredito que sejam os principais. Mas quais são os impactos desses 20% navegando por aí usando um navegador antigo? São vários:
>> A internet fica mais insegura. Existem inúmeras vulnerabilidades conhecidas e altamente exploradas no IE 6. Provavelmente, esses usuários estão com algum tipo de infecção em suas máquinas;
>> Os sites e portais precisam manter versões funcionais para IE 6 e suas incompatibilidades com os padrões atuais para desenvolvimento de sites.
>> O custo de se produzir um site corretamente é elevado pelos excessivos testes em diversos navegadores e em todas as versões do IE, levando alguns desenvolvedores a ignorar o IE 6 ou mesmo criar versões mais simples dos sites para serem vistas no navegador.
Existem diversas campanhas ao redor do mundo para incentivar a morte do Internet Explorer 6, como UpgradeYourBrowser e End6!. Iniciativas como a do IE Death March tentaram matar o navegador em março de 2009, sem sucesso. Também existem os mais radicais, como o BrowserHappy, que pede que as pessoas parem de usar qualquer versão do Internet Explorer.
A maioria das iniciativas parte de profissionais de internet e empresas que querem trabalhar com tecnologias, mas que acabam impedidos de utilizar certos recursos devido ao grande volume de pessoas usando a versão 6 do IE.
A entrada do HTML 5 no mercado de navegadores será um divisor de águas entre as gerações de navegadores. Essa nova forma de construir páginas trará diversos ganhos tanto para os desenvolvedores quanto – principalmente – para os usuários. Páginas mais leves e dinâmicas, vídeos sem a necessidade de Flash Player instalado, conteúdos mais organizados e melhor indexados por mecanismos de busca são algumas das inúmeras vantagens do HTML 5.
O HTML 5 ainda não é um padrão recomendado por não estar totalmente finalizado. Alguns navegadores já o suportam e servem de base para grandes portais iniciarem trabalhos de experimentação desse novo padrão. É o caso do YouTube, que já faz testes com vídeos sem o uso de Flash Player.
Visualmente não muda nada para o usuário, mas o vídeo desta imagem não utiliza o Flash Player. Ele roda direto no HTML, o que é mais leve para o navegador e mais rápido para o usuário. (Foto: Reprodução)Os navegadores aderentes ao HTML 5 são o Chrome 4, Firefox 3.5, Internet Explorer 8 e Safari 4. Se você usa um desses navegadores pode testar o YouTube com o tocador em HTML 5.
Concordo que, para muitas pessoas, o fator “versão do navegador” seja irrelevante. O importante é navegar na internet, mas é bom frisar que, nos próximos anos, os sites passaram a ser mais arredios a navegadores antigos por não comportarem suas funcionalidades.
Outro fator crítico é a segurança. Em breve, a maioria dos sites que lida com certificados de segurança (de bancos até lojas de comércio eletrônico) vão parar de suportar versões antigas de navegadores. Eles não fazem isso hoje pois não querem perder as compras e acessos realizados por esses usuários.
Sou a favor da morte do IE 6? Sim.
Deveria ser, justamente por trabalhar diretamente com o desenvolvimento de aplicações para web, e a morte do IE 6 iria facilitar muito a vida dos desenvolvedores. Mas não é o meu principal motivo.
Acredito que as pessoas precisam ter segurança na internet. Esse é um dos pilares básicos para aumentar a oferta de serviços on-line. As pessoas vão onde se sentem seguras. Compram on-line quando se sentem seguras para isso e, hoje, uma forma de garantir segurança começa por manter o computador do usuário atualizado.
Outro fator é a acessibilidade e a navegabilidade. Usar um navegador atualizado permite explorar os recursos técnicos mais atuais. Na prática, isso impacta em sites com uma estética mais apurada, conteúdo mais organizado e maiores possibilidades de interação do usuário com a aplicação e também entre usuários.
Tecnologias mais modernas e a percepção dos profissionais possibilitam ferramentas como o Twitter, com suas diversas plataformas de integração, ou mesmo plataformas como o Google Docs, que vai parar de suportar o IE 6 ainda neste ano para disponibilizar mais recursos para seus usuários.
Exposto tudo isso, termino esta coluna sugerindo aos usuários de IE 6 que atualizem seus navegadores. Se você não sabe se o seu navegador é o IE 6, clique em Ajuda e vá à opção “sobre o Internet Explorer”. Se você usa o 7.0 também sugiro a atualização.
O Firefox resolveu bem essa questão atualizando automaticamente seu navegador a revelia do desejo do usuário, exceto quando o usuário desmarca opção de atualização automática.
Os principais navegadores do mercado: de cima para baixo, Firefox, Internet Explorer, Chrome, Opera e Safari. (Foto: Reprodução)Versões mais atuais dos navegadores:
>> Internet Explorer 8;
>> Firefox;
>> Chrome;
>> Safari;
>> Opera.
Exceto em computadores de empresas, nos quais o usuário não tem permissão de instalar programas, não é possível usar um navegador atualizado. Mesmo assim, convém conversar com os responsáveis pela área de TI (informática, apesar de odiar este nome) e questionar sobre a atualização dos navegadores, sua viabilidade ou a possibilidade de usar outras opções.
Empresas que têm aplicativos que só funcionam com IE 6 podem manter o navegador para seus aplicativos, mas permitir que seus funcionários usem outro navegador, como Firefox ou o Chrome para acessar a internet.
* Fernando Panissi é especialista em tecnologia e internet, formado em Sistemas de Informação com extensão em gestão. É professor universitário e ministra cursos de extensão em desenvolvimento de sistemas. Vive a internet e suas excentricidades desde 1995 e, nesta coluna, irá compartilhar suas experiências e conhecimentos sobre os mais variados temas ligados à internet, computação e tecnologia. Também tira as dúvidas deixadas pelos leitores na seção de comentários.
Assine nosso Feed RSSAs últimas | Informática
19/09/2018 | Grupo Renault Nissan terá sistema operacional Android em seus carros
18/09/2018 | A corrida para a criação do computador mais poderoso da história
11/06/2018 | Google tira ovos de emoji de salada para agradar veganos
As mais lidas de Informática
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda