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DATA DA PUBLICAÇÃO 15/01/2012 | Geral
Sacolas plásticas deixarão de ser distribuídas supermercados
Sacolas plásticas deixarão de ser distribuídas supermercados   Consumidores deverão mudar de hábito com o fim das sacolas. Foto de Amanda Perobelli.
Consumidores deverão mudar de hábito com o fim das sacolas. Foto de Amanda Perobelli.
A partir do próximo dia 25, compras terão de ser levadas em sacolas retornaveis ou caixas

O típico entre e sai de pessoas dos supermercados carregadas com sacolas plásticas está prestes a acabar em todo o Estado. A partir do próximo dia 25, convênio entre a Apas (Associação Paulista de Supermercados) e o governo estadual determina a substituição das sacolas plásticas derivadas de petróleo por alternativas mais sustentáveis como ecobags (sacolas retornáveis) e sacolas biodegradáveis.

Ao reduzir o consumo, a campanha Vamos Tirar o Planeta do Sufoco pretende abolir o uso das sacolas comuns. No ABCD varejistas como Carrefour, Coop (Cooperativa de Consumo), Joanin e grupo Pão de Açúcar, o que inclui o hipermercado Extra, vão aderir à campanha.

O apelo ambiental é a principal justificativa usada pelo setor para a mudança. Porém, pode não ser a única motivação, uma vez que a retirada de 29,4 bilhões de sacolas plásticas distribuídas, anualmente, em todo o Estado representa uma economia de R$ 580 milhões aos varejistas, considerando que o preço médio da unidade é de R$ 0,02.

Economia
De acordo com a estimativa da Apas, somente o ABCD consome mais de 1,8 bilhão de unidades por ano, o que significará uma economia de R$ 36 milhões anuais. Com o valor é possível comprar mil carros populares ao preço de R$ 36 mil cada.

“A campanha motiva uma mudança de comportamento para que possamos sair da cultura de descarte. As pessoas queriam fazer algo, mas não sabiam como. Agora cada um poderá fazer a sua parte”, argumentou o diretor de sustentabilidade da Apas, João Sanzozo.

Para o dirigente da Apas, o fim das sacolas plásticas é apenas a ponta do iceberg, uma vez que a Lei de Resíduos Sólidos prevê a logística reversa, ou seja, as embalagens têm de voltar aos fabricantes. “Toda essa campanha provocará uma discussão que ajudará o trabalho com outras embalagens mais à frente”, destacou Sanzozo.

Alternativas
Diante da mudança, restarão aos consumidores opções como carrinho de feira, caixas de papelão, sacolas retornáveis ou biodegradáveis.

Para a Apas, a melhor solução é a adoção das ecobags, ou sacolas retornáveis, uma vez que as sacolas biodegradáveis são apenas uma medida paliativa.

“A intenção da campanha não é substituir a sacola plástica pelo material biodegradável, mas sim incentivar o uso de alternativas reutilizáveis”, explicou Sanzozo.

De acordo com a Apas, haverá opções de sacolas a preço de custo nos supermercados. No ABCD, os valores variam entre R$ 0,19 (sacolas biodegradáveis) e R$ 13,90 (sacolas retornáveis).

Pessoas aprovam a mudança
Pensando na preservação do meio ambiente, a maioria das pessoas aprova a nova medida. “A decisão será boa para o planeta, por isso, não vou me importar em pagar pelas sacolas. O importante é que no final teremos um planeta mais saudável”, avaliou a líder de limpeza Alexandra Rizzo, 37 anos.

A estudante Ligia da Rosa Silvia, 34 anos, concorda com os benefícios da campanha, mas acha injusta a venda de sacolas biodegradáveis. “Se querem acabar com as sacolas, então que acabem de uma vez. Não é justo quem tem dinheiro continuar a usar e caber apenas aos pobres o sacrifício de salvar o planeta”, criticou.

Apesar de a ideia parecer positiva, a técnica de enfermagem Elaine Katia Silva, 27 anos, vê problemas na decisão. “Se os supermercados não oferecerem caixas de papelão, imagine quanto não teremos de gastar em sacolas? E quem não tem carro, como vai carregar as compras de um carrinho cheio de supermercado”, questionou.

Caixas de papelão
O diretor da Apas, João Sanzozo, revelou que os 1,2 mil supermercados associados estão recebendo a orientação para disponibilizar caixas de papelão aos clientes.

Ambientalmente, a presidente do MDV (Movimento de Defesa da Vida) do ABCD, Ivone Arruda Carvalho, disse que a campanha é perfeita, mas acredita que ainda falta, por parte do Estado e dos municípios, maior divulgação sobre a importância da ação.

“A nova geração que nasceu usando a sacola plástica não entende os motivos da proibição e muitas vezes a ideia pode parecer ruim. Por isso é preciso maior conscientização”, avaliou Ivone.

Custo está embutido nos produtos
Entre as dúvidas sobre a decisão de abolir o uso das sacolas plásticas está o custo das unidades, que atualmente é diluído no valor dos produtos. Ao economizar nas sacolas é esperado que o preço dos produtos caia, mas a situação não é tão simples assim, ao menos na avaliação da Associação Paulista de Supermercados.

A entidade que reúne o setor supermercadista confirmou que, ao serem substituídas, as sacolas sairão da planilha de custos, mas uma vez que o custo é diluído em todos os itens da loja, não há como medir o desconto que os produtos teriam. “Os preços vão baixar proporcionalmente ao valor das sacolas”, destacou Sanzozo.

Outra polêmica envolve o descarte do lixo domiciliar. Com a extinção das sacolas, a população terá de comprar sacos plásticos. O problema é que, assim como as sacolas comuns, os sacos são nocivos ao meio ambiente.

Reciclagem
Para a Apas, o fato de os sacos de lixo serem confeccionados com material reciclado, faz com que sigam a filosofia de reutilizar e reciclar proposta na Política Nacional de Resíduos Sólidos, mesmo não sendo biodegradáveis. As sacolas plásticas são produzidas com resina virgem e descartadas após uma utilização.

“As pessoas estão acostumadas a colocar lixo dentro de lixo, sendo que isso não é preciso”, destacou a presidente do MDV (Movimento de Defesa da Vida) do ABCD, Ivone Arruda Carvalho.

A ambientalista revelou que não usa sacolas em casa há alguns meses. “Despejo os conteúdos das lixeiras de casa em um saco de lixo de 100 litros que fica no quintal. Essa é uma solução, mas cada um pode encontrar a sua”, destacou. Apesar disso, Ivone sabe que o período de transição será o mais complicado. “Tudo será uma questão de tempo, até as pessoas se acostumem com a nova realidade”, avaliou.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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