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DATA DA PUBLICAÇÃO 15/09/2015 | Setecidades
Sabesp manda água suja para torneiras de Ribeirão Pires
Sabesp manda água suja para torneiras de Ribeirão Pires Ronilson Oliveira Santos com a água que sai da torneira de casa: 'A água começou a ficar escura e fedia muito'. Foto: Andris Bovo
Ronilson Oliveira Santos com a água que sai da torneira de casa: 'A água começou a ficar escura e fedia muito'. Foto: Andris Bovo
Cerca de um terço da cidade foi afetado; em alguns casos, água estava misturada com esgoto

Em vez de água potável, por duas vezes em um mês a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) abasteceu os moradores de Ribeirão Pires com água suja, barrenta e em alguns casos vinda do esgoto.

Conforme o Conselho Municipal de Saúde, o problema atingiu cerca de 30% do município, todos os bairros abastecidos pelo reservatório da companhia estadual na rua José de Alencar, na Vila Pereira Barreto. A estimativa é que mais de 30 bairros e 11 mil famílias tenham sido afetados.

“Lavamos a caixa de água por uma semana com cloro, porque, em vez de água, recebemos cocô”, afirmou o motorista Gilson Marcos da Silva, 51 anos, morador do Bairro Rancho Alegre. O bairro, juntamente com Jardim Bandeirantes, Jardim Eucalipto e Itrapoã, todos na região de Ouro Fino, foram alguns dos primeiros a serem atingidos pelo abastecimento de esgoto, em agosto. “Estava lavando o pára-brisa do caminhão quando senti aquele cheiro de merda. Era a água.”

Entre a última quinta (10/09) e a sexta-feira (11/09), o problema voltou a se repetir, afetando moradores do Bairro Nossa Senhora de Fátima. “Cheguei em casa e fui tomar banho. A água começou a ficar escura e com cheiro estranho. Fedia muito”, relatou o supervisor de perecíveis Ronilson Oliveira Santos, 32 anos.

Vizinha de Ronilson, a costureira Maria do Carmo Oliveira Cunha, 43 anos, lembra que teve de comprar água para beber e cozinhar. “Primeiro ficamos sem água, depois quando voltou estava suja, preta, e fedia”, comentou. Anaide Santo da Silva, 45 anos, que mora no mesmo bairro, ficou sem banho e sem escovar os dentes. “A Sabesp veio depois e disse que a água tinha sido misturada com a rede de esgoto”, afirmou.

“PASSEI MUITO MAL”

Apesar de perceber que a água estava estranha, Antônio E. Pereira da Silva, 51 anos, morador do Bairro Vale do Sol, não imaginou que a rede de esgoto pudesse ter invadido a rede de abastecimento e bebeu a água normalmente. “Passei muito mal. Fui parar no médico com vômito e diarreia”, disse.

“A água contaminada com coliformes fecais pode causar diarreia infecciosa, cólera, entre outras doenças”, esclareceu o conselheiro de Saúde de Ribeirão, Alaor Vieira.

Para Ronilson, o maior problema foi o fato de a Sabesp não ter comunicado a população sobre a situação. “Muita gente achou a água estranha, mas imaginou que era apenas barro ou cloro demais. A Sabesp deveria ter usado um caminhão de som avisando sobre o problema”, criticou.

Denúncias serão levadas para o MP e para a ONU

Diante das denúncias apresentadas por moradores de Ribeirão Pires, o Coletivo de Luta pela Água levará o caso ao Ministério Público de São Paulo, Ministério Público Federal e ao relator da ONU (Organização das Nações Unidas), Leo Heller, que busca apurar se a crise hídrica de São Paulo está violando os direitos humanos, especialmente o direito universal de acesso à água, ao esgotamento sanitário e à saúde.

“Acreditamos que o rodízio camuflado, com abre e fecha de torneiras, cause esse efeito chicote que pode causar infiltrações da rede de esgoto na rede de água. Isso pode ter sido causado por essas manobras da Sabesp”, analisou Hamilton Rocha, membro do Coletivo de Luta pela Água.

Até o momento, não se sabe o que causou o problema na rede de distribuição da Sabesp em Ribeirão. Até porque a companhia estadual não se manifestou oficialmente sobre o caso. “Vamos continuar cobrando uma explicação”, destacou Rocha.

Em agosto, quando os primeiros casos vieram à tona, a justificativa apresentada para a população foi que o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) estourou uma tubulação de esgoto, durante obras em frente à fábrica de bolachas Santa Edwiges, na alça de ligação da estrada Sapopemba com a estrada SP-43, o que teria causado o problema.

“Pode até ter sido um acidente, mas a Sabesp precisa comunicar a população, o que não foi feito”, criticou Rocha.

Procurada, a Sabesp não se pronunciou sobre o assunto até o fechamento desta edição.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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