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DATA DA PUBLICAÇÃO 26/05/2015 | Setecidades
Sabesp aterra braço da Billings para combater crise hídrica
Sabesp aterra braço da Billings para combater crise hídrica A área aterrada pela empresa tem cerca de 50 metros de largura e era utilizada pela população para lazer e pescarias de final de semana; obra prejudica parte da Billings usada para abastecimento de água. Foto: Rodrigo Pinto
A área aterrada pela empresa tem cerca de 50 metros de largura e era utilizada pela população para lazer e pescarias de final de semana; obra prejudica parte da Billings usada para abastecimento de água. Foto: Rodrigo Pinto
Para levar água para represa seca, empresa aterra braço da Billings usado para abastecer o ABCD

Em 21 dias de obras da Sabesp, já é possível ver a transformação do Bairro Rebizzi, em Rio Grande da Serra. Além do tráfego pesado de caminhões e máquinas, o Rio Grande, braço da represa Billings que abastece Diadema, São Bernardo, parte de Santo André e Capital, sofreu um aterro de 50 metros de largura. O local é onde a Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo constrói a estação elevatória que levará 4 mil litros de água por segundo do sistema Rio Grande para o Alto Tietê, sistema de represas para abastecimento praticamente seco com a crise hídrica que afeta o Estado.

Na avaliação do ambientalista José Soares da Silva, membro do MDV do ABC (Movimento de Defesa da Vida), o aterro foi realizado para que a Sabesp acomode as tubulações e bombas da estação elevatória que transportará a água 80 metros acima, superando assim o morro que divide o ABCD e Suzano, onde fica a adutora Taiaçupeba, responsável pelo tratamento de água do Alto Tietê. “A Sabesp justifica o aterro dizendo que esse trecho era um pântano, mas não é. Aqui é o Rio Grande, mesmo braço onde é feita a captação de água”, destacou.

Lambaris - A comerciante Luzinete Souza, 63 anos, que pescava lambaris no local, assegurou que o trecho era repleto de água. “Era usado no final de semana como área de lazer pela população que vinha nadar, pescar e fazer churrasco por aqui”, garantiu. Com as obras, o local deixou de ser área de lazer. “O comércio ficou fraco, porque, além das máquinas, a estrada ficou muito ruim. Ainda não sabemos o que acontecerá quando a obra acabar”, acrescentou.

Outra dúvida é a procedência da terra que é jogada na represa. “Eles estão transportando muita terra, o que está acabando com a malha viária da cidade. De onde vem essa terra?”, questionou o vereador de Rio Grande da Serra Clauricio Gonçalves Bento (DEM). A falta de documentação da obra também preocupa. “A Sabesp não tem licença de instalação ou estudo de impacto ambiental”, afirmou Clauricio. A licença de instalação é o documento da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) que autoriza o início das obras em área de proteção ambiental.

De acordo com Soares, sem o EIA/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) não há responsável técnico para cobrar mais tarde pelos resultados negativos e danos ambientais que a obra causar. “Mesmo que o estudo seja apresentado após a obra, continua sendo necessário”, enfatizou o ambientalista. “Até agora também não sabemos qual será a compensação ambiental que a cidade ganhará. Queremos transparência, pois a população precisa de respostas e não sabemos dá-las”, argumentou o vereador Cleson Alves de Sousa (PT).

Sete dos 13 vereadores de Rio Grande da Serra, junto com ambientalistas, realizaram vistoria pelas obras da Sabesp na última sexta-feira (22/05). Diante dos danos ambientais e da falta de documentação, o caso será levado ao Ministério Público e ao Gaema (Grupo Estadual do Meio Ambiente). A obra orçada em R$ 130 milhões foi iniciada em 4 de maio e será entregue até setembro.

Procurada, a Sabesp não respondeu até o fechamento desta edição.

Ambientalistas temem danos no ribeirão da Estiva
O ribeirão da Estiva, responsável pelo abastecimento dos 46 mil habitantes de Rio Grande da Serra, sofreu, de acordo com ambientalistas, danos entre 2010 e 2011, época em que as obras da instalação do gasoduto da Petrobras, a Gasan 2, foram realizadas no ABCD. Agora, o mesmo local está sob nova ameaça: as obras emergenciais da Sabesp.

“Parte dos 11 quilômetros das tubulações da Sabesp vão passar por aqui, paralelo aos dutos da Gasan. A área, que nem sequer foi recuperada, já será danificada novamente”, argumentou o ambientalista José Soares da Silva, membro do MDV do ABC (Movimento de Defesa da Vida). Uma balsa da Sabesp já pode ser vista na rua Alemanha, no Bairro Pouso Alegre. O equipamento será usado para instalar as tubulações.

Avelino Cardoso da Silva, 70 anos, que mora há 50 anos no local, já viu várias transformações no ribeirão da Estiva, mas nenhuma boa. “Estão estragando tudo. Se continuar assim vai secar. E sem água, vamos viver do quê?”, questionou.

Além do ribeirão da Estiva, um vídeo de divulgação da Sabesp mostra que as tubulações da obra passarão por duas linhas férreas: a linha 10-Turquesa da CPTM, próximo à estação de Rio Grande da Serra, e os trilhos de transporte de carga, perto de Ribeirão Pires e Suzano.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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