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DATA DA PUBLICAÇÃO 04/07/2013 | Setecidades
Ruas de terra são desafios para moradores e prefeituras
Ruas de terra são desafios para moradores e prefeituras Tráfego de pedestres e de veículos fica extremamente complicado em dias de chuva na estrada dos Alvarengas; por outro lado, quando o tempo é de calor intenso, a poeira que sobe com a passagem dos veículos é tanta que moradores mal conseguem respirar. Foto: Divulgação/ABCD Maior
Tráfego de pedestres e de veículos fica extremamente complicado em dias de chuva na estrada dos Alvarengas; por outro lado, quando o tempo é de calor intenso, a poeira que sobe com a passagem dos veículos é tanta que moradores mal conseguem respirar. Foto: Divulgação/ABCD Maior
Vias sem pavimentação estão principalmente em bairros localizados nas periferias das cidades do ABCD e são empecilho para a mobilidade da população

Estrada dos Alvarengas, altura do número 9.500, São Bernardo. A via estreita recebe o trânsito pesado dos caminhões e ônibus, além do vai e vem dos moradores do Parque dos Químicos, bairro que está localizado na periferia de São Bernardo. Não há asfalto ou calçada nesse trecho da estrada dos Alvarengas, e a lama torna o trajeto ainda mais difícil para os moradores. Ruas em áreas de manancial não podem receber asfalto comum porque impermeabiliza a terra coberta.

“A dificuldade é muito grande em caminhar. Em dias de chuva, a lama é escorregadia. No calor, a poeira toma conta do ar”, descreveu a dona de casa Kátia Correia, 33 anos.

Assim como Kátia, milhares de outras pessoas que hoje vivem em locais onde ainda não há pavimentação nas ruas enfrentam dificuldades na locomoção. Os idosos e as crianças são as principais vítimas do problema, que afeta todas as cidades do ABCD, exceto São Caetano, onde não há registro de ruas sem asfalto.

“Quando a terra fica molhada por causa da chuva, é muito escorregadio. Muitas pessoas caem e os veículos derrapam. Por outro lado, nos dias de calor intenso, a poeira é tanta que mal conseguimos respirar”, continuou a moradora do Parque dos Químicos.

Prejuízo - O marceneiro Antônio Pereira da Silva, 53 anos, destacou outro problema. Além da mobilidade afetada, a falta de asfalto significa prejuízo. “Muitas vezes os caminhões não conseguem subir a ladeira. Além disso, é perigoso para os pedestres”, afirmou.

A boa notícia é que as vias paralelas ganharam pavimentação há um mês, tornando a vida dos moradores do bairro mais fácil. “Agora estamos esperando que o asfalto chegue à estrada”, disse a operadora de telemarketing Rita de Cássia Soares, 27 anos.

Áreas de manancial não podem receber asfalto comum

De acordo com a Secretaria de Transportes e Vias Públicas de São Bernardo, as ruas de terra estão localizadas nas áreas de manancial e morros, compreendendo os bairros das regiões do Grande Alvarenga, Montanhão e Riacho Grande. Mas não informou o número exato de vias que ainda estão sem asfalto. Ruas de áreas de manancial não podem ser pavimentadas com asfalto comum.

Mauá conta com 160 quilômetros de vias sem pavimentação. A maioria destas vias está nos jardins Zaíra e Oratório e nas áreas de mananciais. A Prefeitura informou que realiza estudos técnicos visando a obtenção de recursos federais para a execução dos serviços. A área de manancial está em pavimentação com bloquetes. Atualmente, são aproximadamente 15 quilômetros de vias com este pavimento.

Santo André contabiliza 49 quilômetros de ruas de terra, concentradas nos bairros Recreio da Borda do Campo, Parque Pedroso, Parque Miami e Jardim Riviera. No momento, a Prefeitura tem em andamento projeto de pavimentação das ruas do Recreio da Borda do Campo. Já a Prefeitura de Ribeirão Pires informou que, do total de vias de terra no município, 80% estão em Ouro Fino e 20% nos bairros Jardim Alteza e Sítio Taquaral. Há projetos de melhorias e manutenção de vias nos bairros.

Em Diadema, as 16 ruas de terra se localizam na região sul da cidade, em áreas de preservação ambiental ou em loteamentos que surgiram recentemente. Dez estão no Bairro Eldorado e serão pavimentadas com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), com aplicação de bloquete de concreto. O projeto está em finalização.

A estrada Maria Cristina, na divisa de Diadema com São Bernardo e São Paulo, fica em área de manancial e recebe apenas manutenção. Há ainda cinco ruas do loteamento social Nossa Senhora das Graças, no Bairro Serraria, e a Prefeitura viabiliza estudos para pavimentá-las. A Prefeitura de Rio Grande da Serra não respondeu ao levantamento da reportagem.

Só duas cidades têm asfalto ecológico

Somente em duas cidades da Região é possível encontrar vias pavimentadas com asfalto ecológico. Diferentemente da estrutura dos bairros comuns, o modelo garante a infiltração de parte da água das chuvas, que é devolvida para o lençol freático, evitando erosões e enchentes.

Em São Bernardo, a aplicação do asfalto ecológico soma 5.000 metros de extensão e localiza-se no Núcleo João de Barro. Diadema possui 12 vias no Bairro Praia Vermelha, na região do Eldorado, nesta categoria. As vias têm pavimento asfáltico nos leitos e nos lugares das calçadas foi plantada grama para escoamento das águas das chuvas. Calçadas mais arborizadas contribuem para a eliminação do gás carbônico liberado pelos veículos.

De acordo com Ricardo Moretti, professor do curso de Engenharia Ambiental e Urbana da UFABC (Universidade Federal do ABC), um dos problemas do asfalto ecológico é que o tipo de pavimento não suporta muito peso, podendo se deformar facilmente. “Como a compactação do substrato (camada inferior do solo) não é muito espessa, o trânsito pesado tende a deformar a camada superior. Não aconselho esse tipo de asfalto para os bairros, por causa da manutenção. A melhor aplicação seria em estacionamentos”, destacou.

Urbanização - Para o especialista, manter ruas de terra é um problema grave que o poder público tem de resolver com urgência. “É uma crueldade com a população, em todos os sentidos. Em vias de terra há a erosão do solo, que a chuva leva para os rios, causando enchentes periodicamente. Geralmente essas ruas não têm calçadas, arborização adequada, drenagem. Tecnicamente, não há como fazer a urbanização das cidades sem a pavimentação das vias”, enfatizou.

Por Angela de Paula - ABCD Maior
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