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DATA DA PUBLICAÇÃO 29/11/2011 | Turismo
Roteiros paradisíacos marcam Paraty, que ganha escuna gigante
Roteiros paradisíacos marcam Paraty, que ganha escuna gigante  O centro histórico de Paraty é o grande charme da cidade (Foto: Carolina Lauriano / G1)
O centro histórico de Paraty é o grande charme da cidade (Foto: Carolina Lauriano / G1)
Com um cenário natural deslumbrante, Paraty, no Sul Fluminense, agrada a todo tipo de turista. Dezenas de praias e ilhas, para quem é de sol; belas cachoeiras, para os amantes da natureza; roteiros curiosos dos alambiques, para quem aprecia a cachaça; e para os que se encantam com a história do Brasil, um centro histórico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com um dos conjuntos arquitetônicos coloniais mais perfeitos e harmoniosos do país, segundo a Unesco.

(Na segunda-feira, 21, o G1 deu início a uma série sobre turismo em todos os estados onde está presente. A primeira semana da série foi no estado de São Paulo. A segunda semana é no Rio de Janeiro. Se você tiver dicas de destinos no estado, com descrição e fotos, envie ao VC no G1.)

O que é unânime, entre moradores, guias e agências de viagem, é que os passeios de barco são imperdíveis. E são mesmo. Paraty é cercada por uma reserva ambiental muito rica. A água cristalina e a mata verde preservada impressionam.

No cais da cidade, entre as dezenas de embarcações, uma escuna chama atenção pelo tamanho. Reformada recentemente, a partir de dezembro levará até 280 pessoas, a maior capacidade de todas as escunas da cidade. A maioria leva até 150 pessoas.

O barco Estrela da Manhã tem três andares, 29 metros de comprimento e oito de largura. Dentro dele, onde ficam a cozinha e o restaurante, tem até ar condicionado.

São dois banheiros – masculino e feminino – revestidos de mármore. Uma televisão de plasma será instalada para compor o ambiente, de acordo com o gerente da empresa responsável, Samuel Júnior.

Além de serviço de bordo e almoço, a escuna também tem música ao vivo. O valor cobrado é o mesmo da maioria: R$ 30. A partir de 15 de dezembro, na alta temporada, o preço sobre para R$ 40.

Os passeios de barco duram em média cinco horas e saem do cais entre 10h e 11h e são fechados em agências ou na hora mesmo, diretamente no cais. Todos fazem de três a quatro paradas em ilhas e praias, para mergulho. Mas é importante ressaltar que o turista corre o risco de viajar em um grupo que não lhe agrade e ainda não gostar do roteiro. Como são muitas horas no mar, desconfie de preços abaixo da média.

Os trajetos variam, dependendo do dia e da maré. Entre as paradas estão a Praia da Lula, Praia Vermelha, Jurumirim, Akita, Praia do Engenho, Lagoa Azul, Saco da Velha e Ilha Comprida. Se possuir snorkel, vale a pena levar.

A cidade histórica foi escolhida pelo casal Edmara Soares de Souza e Antônio Carlos Leite escolheu passar a lua-de-mel. Primeira parada, passeio de escuna.

“É muito bonito. A gente ainda não sabe o que fazer na cidade, só sabíamos que tinha que fazer o passeio de barco e conhecer o centro histórico”, disse ela.

Barqueiro amigo de Amyr Klink
Para os que preferem ter mais liberdade no trajeto e não se importam com o conforto, a opção é alugar uma pequena lancha, com capacidade para seis adultos. Preço médio na baixa temporada: R$ 70. A partir de dezembro, esse valor chega a R$ 120. A grande vantagem é que o barco vai a locais que as outras embarcações não chegam, já que o tempo de trajeto dele é muito menor. O roteiro e o tempo das paradas são livres.

Além disso, o turista pode ter a sorte de andar nas águas de Paraty com o barqueiro Diquinho, que cresceu com o velejador Amyr Klink e tem boas histórias guardadas. “Vir à Paraty e não andar de barco não tem como”, disse ele no início do trajeto.

Samuel de Fátima Ribeiro, seu nome de batismo, não explora a amizade de infância com o famoso navegador. Amyr Klink é declaradamente apaixonado por Paraty, onde chegou com a família quando tinha apenas dois anos e onde ainda possui uma casa. A cidade histórica foi o local que o inspirou a viajar pelo mundo. Veja o vídeo ao lado.

Ao parar na praia de Jurumirim, onde fica a casa do velejador, Diquinho revela, de forma tímida, que seu pai, Benedito, foi caseiro do pai de Amyr Klink. “Nós fomos criados juntos”, disse ele. “Naquela época ele não entendia nada de mar, só que agora ele ficou famoso e sabe o dobro da gente”, contou.

Segundo Diquinho, as primeiras dúvidas de Amyr Klink sobre o mar foram Benedito quem tirou. Ele conta que o navegador começou a velejar em uma canoa caiçara e foi o caseiro quem o ajudou a remar. “Me lembro de Paraty sem energia nenhuma, só com gerador”, disse o barqueiro, de 51 anos, acrescentando que Amyr Klink até hoje não usa energia elétrica em sua humilde casa.

Centro Histórico
Os casarios coloniais do centro histórico são o grande charme de Paraty e o principal cenário. É preciso não ter pressa, para caminhar sem hora pelas ruas encantadoras, com o calçamento irregular conhecido como "pé-de-moleque". É bom levar sapatos confortáveis.

Vale conhecer as quatro igrejas da cidade. O cartão-postal e a mais antiga é a Santa Rita dos Pardos Libertos, no Largo Santa Rita, em frente ao cais, onde também fica a antiga cadeia. Seguindo pela orla, tem a igreja Nossa Senhora das Dores, na Rua Fresca, que foi construída por mulheres. A maior da cidade é a Igreja Matriz, em frente à praça de mesmo nome. E no meio do centro, na Rua do Comércio, esquina com a Dr. Samuel Costa, fica a N.S. do Rosário, que era frequentada por escravos.

Outra atração no centro são as lojinhas de artesanato. As principais ficam na Rua da Lapa, na Dona Geralda e na Rua da Praia. Os coloridos balões feitos de cabaça ou papel maché. As miniaturas de barco também se destacam.

As opções de restaurantes e cafés são muitas, para todo tipo de gosto e bolso. Há desde gastronomia italiana e francesa até a culinária regional. Para se hospedar, as pousadas mais luxuosas estão no centro histórico, o local mais prático para ficar, onde também há pousadas modestas. Mas há boas opções também nos arredores. Confira no site www.destinoparaty.com.br.

Paraty possui uma extensa agenda de eventos culturais. O mais famoso deles é a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que se tornou uma das mais famosas no mundo da literatura.

Cantinhos inexplorados
O G1 separou duas dicas em Paraty que são pouco exploradas, mas que valem conhecer. A primeira delas é uma visita ao Quilombo Campinho da Independência, comunidade descendente de três escravas. Fica na BR-101, km 584, cercado por mata nativa.

O restaurante serve pratos típicos dos quilombolas locais, feitos com produtos da agricultura familiar, como o peixe à moda quilombola (peixe grelhado com palmito, farofa de banana da terra com camarão e arroz branco). O ambiente é simples, alegre e aconchegante, com redes na varanda onde é servida a comida, para o turista poder relaxar após a refeição. Vale visitar o ateliê dos artesãos. Quem estiver com tempo, pode fazer o roteiro oferecido por lideranças da comunidade. Custa R$ 30 por pessoa e dura em media 3h. O guia conta toda a história do quilombo, visita famílias, a casa de farinha, as plantações e a oficina de artesanato. O grupo também pode optar por conhecer o grupo de jongo.

O outro segredo só vale se estiver calor e a maré estiver baixa. Ponto turístico importante em Paraty, o Forte Defensor Perpétuo fica no alto do Morro do Forte e tem uma bela vista da cidade, além, é claro, de abrigar um acervo de peças autênticas da Grã-Bretanha, como os canhões, e diversos objetos dos séculos XVIII e XIX. Após a visita, o turista, se estiver com trajes de banho por baixo da roupa, pode descer a grande pedra que vai dar no mar verde e mergulhar em águas cristalinas, em um cantinho reservado e desconhecido.

Cachoeiras
As cachoeiras em Paraty são de fácil acesso e ótimas para banho. Uma das mais conhecidas é a da Pedra Branca. As quedas d'água formam uma piscina. Logo na entrada estão as ruínas da antiga hidrelétrica de Paraty. Fica em propriedade particular, na estrada para a Fazenda Murycana, e custa R$ 2. Tem estacionamento.

A cachoeira do Tobogã é outra bastante procurada, por ter uma enorme pedra por onde a água escorre e forma um escorrega, que vai até um poço natural. Fica na estrada para Cunha, no km 8. Os visitantes escorregam sentados, enquanto os frequantadores locais praticam o surfe na pedra, modalidade de esporte que ganhou até competição na região. A 100 metros fica a Ponte do Tarzã, com uma grande pisicna natural.

O Poço do Inglês é outra dica para quem prefere a mata e água doce. Um profundo poço formado no local permite que o visitante se pendure em uma corda e se jogue no meio da psicina natural.

Cachaça
A cidade cresceu no fim do século XVIII, quando serviu de porto para transportar o ouro descoberto em Minas Gerais. Toda riqueza chegava em Paraty através da trilha atualmente conhecida como Caminho do Ouro. Outro fator de grande importância econômica foi a construção de centenas de engenhos e alambiques, para produzir açúcar e aguardente. Por conta disso que Paraty virou referência em cachaça e possui até o Festival da Pinga, no mês de agosto.

Visitar um alambique também é uma opção de lazer. O turista pode conhecer o processo de fabricação da cachaça e ainda degustar as variações da aguardente. Os mais conhecidos são: Maria Izabel, que faz a tradicional pinga da cidade (a 7 km de Paraty, sentido Angra dos Reis, após a praia do Corumbê); Coqueiro (BR-101, km 583); Engenho D'ouro (estrada para Cunha, km 8); e a Fazenda Murycana (estrada para Cunha, km 6).

Quem segue do Rio de Janeiro para Paraty, deve ficar atento a um trecho de 2,5 km com apenas uma pista funcionando no esquema "siga e pare", logo na chegada à cidade. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), o local passa por obras de restauração da pista, que inclui drenagem e acostamento. A previsão é que o serviço seja concuído em seis meses.

Por Carolina Lauriano - G1 RJ, em Paraty
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