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DATA DA PUBLICAÇÃO 18/06/2014 | Setecidades
Rodoanel atrasado deixa para trás casas destruídas em Ribeirão Pires
Rodoanel atrasado deixa para trás casas destruídas em Ribeirão Pires Obras do trecho Leste do Rodoanel estão orçadas em R$ 3,2 bilhões. Foto: Rodrigo Pinto
Obras do trecho Leste do Rodoanel estão orçadas em R$ 3,2 bilhões. Foto: Rodrigo Pinto
Remarcada pela quarta vez, obra que começou a ser pensada há 50 anos promete ser entregue no próximo dia 29 por Geraldo Alckmin

Quando o projeto do Rodoanel começou a ser desenhado em São Paulo, há mais de 50 anos, arquitetos e engenheiros não se preocupavam com o impacto da construção em casas e prédios no entorno de onde passaria o viário. Até porque naquela época havia pouca coisa nas proximidades do traçado. Somente em 1998 os primeiros tratores começaram a escavar a terra e dar forma ao trecho Oeste. Agora, depois de tantos atrasos, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) promete entregar o trecho Leste no próximo dia 29 – após adiar e remarcar a data quatro vezes.

Em Ribeirão Pires, cidade em que há o maior trecho do Rodoanel Leste, casas, sonhos e tranquilidade foram alterados pelas obras. Em diversos bairros, o visual é o mesmo: antes árvores da Mata Atlântica, agora, concreto e asfalto. Nas casas, as marcas da obra atrasada estão em paredes, pisos, telhados, janelas e vidraças.

Por mais de dois anos os moradores tiveram de conviver com barulho de motores, escavadeiras, britadeiras e explosões. A população afirma não ser contra o anel viário, mas muitos procuram em vão os representantes da empresa responsável pela obra, a SPMar, para reclamar seus direitos.

Promessas - Nilson Rodrigues da Silva, 45 anos, mora na Vila Belmiro, em Ribeirão Pires. Ao lado de sua casa fica um dos viadutos da rodovia. “Foram aparecendo rachaduras por toda parte. A empresa veio aqui e prometeu arcar com a reforma”, disse. Hoje, Nilson tateia cada canto da residência para mostrar que a promessa não foi cumprida. Há dois anos, foi acometido por meningite que deixou como sequela a cegueira. “Posso não enxergar mais hoje, mas sei onde está cada rachadura.”

No bairro das explosões, rachadura é marca registrada - Distante da Vila Belmiro, as pessoas tiveram de se acostumar às explosões. No Jardim Iramaia, dois túneis foram escavados. O barulho hoje é menor, mas as vibrações causaram rachaduras nas paredes e estilhaçaram vidros de janelas.

Na casa do vigilante João Peres Lins, 51 anos, os danos foram tapados com argamassa. Ele mesmo fez o serviço. “Procuramos alguém da empreiteira, mas não conseguimos contato com ninguém”, esclareceu.

A esposa do vigilante, Vilma Nunes de Lucena Lins, 46, disse que ainda acorda com as explosões. “Acontecem com menos frequência, mas na maioria das vezes à noite”, relatou.

A dona de casa Irene Maria de Souza, 56 anos, vive há 20 no Jardim Iramaia. Gosta da casa que lutou para construir e olha com tristeza as rachaduras nas paredes. “As maiores ficam na garagem. Já fui até a pedreira para conversar com algum responsável, mas ninguém escuta a gente.”

Em nota, a SPMar informou que as detonações ainda acontecem, três vezes por semana, entre 17h e 19h. “As propriedades que estão na área de impacto do Túnel Santa Luzia (raio de até 500 metros) receberam uma visita cautelar, onde os técnicos realizaram o registro fotográfico de cada imóvel. Caso o morador de um destes imóveis perceba alguma avaria, pode entrar em contato pelo 0800 772 3000 para relatar o acontecido.”, informou a empresa.

A SPMar já vistoriou 97 propriedades em nove vias do entorno da Pedreira Santa Clara.

Diálogo com SPMar é dificultoso, reclama prefeito - Saulo Benevides (PMDB), prefeito de Ribeirão Pires, disse conhecer o drama dos moradores que tiveram suas casas destruídas pelas obras do Rodoanel. O gestor afirmou ter tentado diversas vezes melhorar a comunicação entre a Prefeitura e a empresa, mas poucos foram os avanços.

Além das reformas nas casas, outro débito com a cidade é a reconstrução de vias destruídas pelo maquinário. “A SPMar se comprometeu a fazer isso até o fim das intervenções. Acho que isso não vai acontecer”, sustentou. Dos 43,5 quilômetros do trecho Leste, 12 quilômetros estão no município.

De acordo com a Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos), o Rodoanel Leste fará intersecção com o trecho Sul até a rodovia Ayrton Senna. Já a segunda etapa, até a Dutra, será concluída no segundo semestre.

A interligação com o trecho Sul fica na saída da avenida Papa João 23, em Mauá. A estimativa de tráfego é de 43 mil veículos por dia. Estão sendo investidos no trecho Leste R$ 3,2 bilhões.

Por Renan Fonseca - ABCD Maior
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