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DATA DA PUBLICAÇÃO 25/05/2011 | Setecidades
Ribeirão Pires ignora o passado
Manuseio inadequado dos restos mortais durante a exumação de corpos e descarte irregular de resíduos funerários. Essas são apenas algumas das irregularidades sanitárias encontradas no Cemitério Municipal São José, em Ribeirão Pires, por Mateus Moreira Brito, funcionário público e integrante da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidente) da Prefeitura. Munido de fotografias, o servidor mostra colegas realizando exumações sem os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).

Ao invés de botas, coveiros usam sapatos velhos, rasgados, e luvas de plástico comuns para manipular ossos. “Na exumação, os coveiros devem usar EPIs apropriados à profissão, como botas de PVC cano médio e luvas nitrílicas de punho longo, as mesmas usadas para coleta de lixo hospitalar”, comentou Brito. A lavagem do carrinho de mão e das ferramentas usadas nas exumações, em uma torneira ao lado do banheiro de visitas do cemitério, é outro problema apontado pelo funcionário. “A água contaminada escorre pelo espaço e segue para a rua. Isso é um absurdo”, criticou.

Flagrante - Em abril, Brito flagrou um caminhão com carroceria aberta transportando resíduos mortuários pela cidade, como restos de caixões, roupas de corpos exumados e até couro cabeludo com restos de cabelos, cobertos apenas com uma lona. “O cheiro era insuportável. Era hora do almoço quando o veículo estacionou ao lado do refeitório da Secretaria de Infraestrutura Urbana”, afirmou. Agora o servidor quer saber para onde seguem os resíduos. “Não sabemos onde esse material é jogado. A suspeita é que seja em algum terreno de bota-fora da cidade. O certo era incinerar tudo.”

Para o advogado ambientalista Virgilio Alcides de Farias, as denúncias são graves, uma vez que a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) exige o cumprimento de normas de vigilância e técnicas para o funcionamento do equipamento. “Não se trata apenas de um problema humano, com risco de contaminação, mas também ambiental”, comentou.

Integrante do MSOS (Movimento Sociedade Organizada em Saúde), Alaor Vieira garante que levará o caso para o Conselho Estadual da Saúde ou ao Ministério Público. “O risco de contaminação é grande, não podemos permitir isso”, destacou.

Perseguição - De acordo com Brito, após as denúncias ele e outros dois amigos foram transferidos da Secretaria de Infraestrutura, onde trabalhavam com serviços de asfalto, para a Secretaria de Juventude, Esportes, Lazer, Cultura e Turismo. Em 12 de maio, o servidor passou a ser alvo de processo administrativo e foi afastado das funções por 60 dias. “A alegação é de que minha presença pode atrapalhar o processo”, disse. E acrescentou: “É apenas uma ação punitiva”.

A situação tensa, pela qual Brito passa na cidade, também foi presenciada pela equipe de reportagem na última sexta-feira (20/05). Convidado para tirar uma foto na frente do cemitério municipal, o servidor foi alvo de xingamentos por parte do administrador do equipamento público. As ameaças quase partiram para o lado físico, mesmo com a equipe de reportagem no local.

Procurada, a assessoria da Prefeitura afirmou que só vai se pronunciar sobre o assunto após analisar cuidadosamente as denúncias.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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