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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/05/2012 | Geral
Restrição de caminhões é inviável
Restrição de caminhões é inviável  Proposta de restrição precisa ser melhor debatida. Foto de Luciano Vicioni
Proposta de restrição precisa ser melhor debatida. Foto de Luciano Vicioni
É o que afirmam especialistas sobre estudo do governo do Estado de São Paulo

Aliviar o trânsito na RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) com a restrição da circulação de caminhões durante o dia na área que compreende os 39 municípios é inviável mesmo a longo prazo, além de afetar a produção e a geração de empregos. É o que afirmam políticos, especialistas e sindicalistas sobre a proposta em estudo pelo governo do Estado. A avaliação é que a iniciativa não pode ser implementada arbitrariamente, e que o estudo depende da participação de todos os setores envolvidos, incluindo logística e empresas.

De acordo com Mário Reali, prefeito de Diadema e presidente do Consórcio Intermunicipal, entidade que reúne os prefeitos do ABCD, é necessário criar uma legislação única para toda a Região Metropolitana. “Desde que a Capital colocou em prática a restrição de caminhões em determinadas vias, houve sobrecarga no trânsito de Diadema. Não pode ocorrer um jogo de empurra”, afirmou.

Reali disse que uma das ações seria a construção de terminais de carga no Rodoanel, para que caminhões VUC (Veículo Urbano de Carga), de porte menor, façam a distribuição de materiais dentro do perímetro urbano. “Podemos aproveitar os dois trechos do viário que estão concluídos para essa ação. Porém, esbarramos em problemas que precisam ser solucionados, como a questão do abastecimento de postos de combustíveis. Não há como um VUC fazer esse trabalho”, avaliou.

Reunião
O tema foi discutido em reunião entre os secretários estaduais de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, e de Logística e Transportes, Saulo de Castro, prefeitos e representantes de sindicatos de transportadoras, de trabalhadores da área de transportes e transportadores autônomos. No encontro, realizado no último dia 20, foi formada uma comissão para discutir o assunto.

Sobre a proibição da circulação de caminhões dentro dos municípios da região metropolitana durante o dia, Reali considera ser uma solução que precisa ser mais debatida. “Essa é uma solução que precisa ser conversada com setores de transporte, logística e com as empresas. Não pode ser uma decisão arbitrária, pois poderia causar sérios problemas de distribuição de materiais e entregas”, destacou.

Para o presidente do Consórcio, esmiuçar o problema e procurar soluções é o primeiro passo para que algo de concreto seja feito visando melhoria no trânsito dentro dos municípios. “Temos de encontrar uma solução para esse problema. Podemos usar ações que municípios estão colocando em prática isoladamente e que podem trazer um bem coletivo”, opinou.

Na quarta-feira (25/04), um grupo de técnicos elaborou propostas a serem cumpridas pelos municípios da RMSP. A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Metropolitano informou que o resultado da reunião entre os técnicos só será divulgado na próxima reunião da comissão, em 5 de junho, em São Bernardo.

Iniciativa pode gerar desemprego, afirma sindicalista
Para o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, a proibição de circulação de caminhões no período diurno poderá gerar problemas de logística para empresas e desemprego no setor. “Há muito o governo do Estado não investe em mobilidade. Há defasagem no Metrô e em obras viárias. Medidas como essa afetariam o mercado de trabalho e de consumo”, avaliou.

Marques destacou que com a proibição pode haver reajuste no preço do frete e, consequentemente, o aumento seria repassado para o consumidor, além de haver risco de desemprego no setor de transporte. “Temos um problema de mobilidade urbana que é notório, mas medidas como essa podem mais prejudicar do que beneficiar”, salientou.

O metalúrgico disse que a proibição ou não deve ser discutida com todos os setores envolvidos antes de uma decisão final. “Não é apenas proibir. É necessário envolver nos debates os setores de logística, transporte e trabalhadores, para que um colapso seja evitado”, enfatizou.

Medida não resolve o problema, diz mestre da FEI
O mestre em trânsito e professor de Engenharia Civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Creso Peixoto, avaliou que as medidas são emergenciais e devem resolver o problema por pouco tempo. “Há uma demanda motorizada que está reprimida. Tendo mais espaço, essas pessoas irão colocar seus carros na rua”, explicou.

Peixoto destacou que medidas que resolveriam o problema estão atrasadas ou não saíram do papel. “O Rodoanel já era para estar pronto, e ações do Pitu (Plano Integrado de Transporte Urbano) 2020 não saíram do papel. Entre essas ações está o ferroanel, que iria tirar a pressão dos caminhões como único meio de transporte de cargas”, disse.

O professor avaliou que é possível a criação de integração entre transporte rodoviário e férreo. “A descida de contêineres para o porto de Santos pode ser feita pela ferrovia. Os caminhões levam o material até determinado ponto e o trem faz o transporte até o litoral. Isso retiraria todo o trânsito de caminhões do sistema Anchieta-Imigrantes”, afirmou.

Lei do silêncio
Com relação à restrição diurna de circulação de caminhões, Peixoto afirmou que, caso isso ocorra, é necessário que a Lei do Silêncio seja cumprida. “Em algumas cidades da Europa essa prática é adotada, mas para ação em larga escala não há uma comprovação de que funcionaria”, enfatizou.

A resposta, para o mestre em transporte, está no investimento em transporte público de qualidade. “Hoje a média é de um veículo a cada seis habitantes. Com transporte público bom e barato, as pessoas deixariam os carros em casa e optariam por ônibus, trens ou metrô, o que desafogaria o trânsito”, finalizou.

Por Vladimir Ribeiro - ABCD Maior
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