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DATA DA PUBLICAÇÃO 03/06/2011 | Internacional
Repressão na Síria deixa 15 manifestantes mortos
A repressão do regime sírio aos protestos contra o ditador Bashar al Assad deixou pelo menos 15 mortos nesta quinta-feira (2) cidade de de Al Roston, nos arredores da capital do país, Damasco. As informações são de ativistas de direitos humanos.

O bombardeio ocorre um dia depois de Assad anuncar a formação de um organismo para dar início ao diálogo nacional e de conceder anistia a líderes opositores.

O grupo Comitês Locais de Coordenação na Síria revelou na sua página no Facebook o Exércio usou tanques e aviões no bombardeio, atingido duas mesquistas e a principal padaria da cidade, vizinha de Homs, outro epicentro da revolta.

A organização, que conseguiu identificar alguns mortos, acrescentou que algumas casas foram bombardeadas e que famílias inteiras morreram. Além disso, informou que não é possível resgatar os feridos por causa dos contínuos ataques. Também afirmou que as autoridades proíbem a entrada de alimentos e medicamentos em Roston.

Na cidade litorânea de Baniyas, vários cidadãos foram presos nesta quinta-feira (2), segundo os ativistas. Enquanto isso, uma coluna de tanques do Exército entrou nesta quinta-feira em Talbisa, também ao norte de Damasco. A rede opositora Sham afirmou em sua página no Facebook que grandes reforços de segurança chegaram de diferentes pontos a Roston, onde foram registrados bombardeios intensos.

Ativistas fazem abaixo-assinado para renúncia de Assad

Nesta quinta-feira, cerca de 300 líderes opositores assinaram uma declaração pedindo a renúnica de Assad, na cidade turca de Antalya.

Um membro da Irmandade Mulçumana síria disse que "Bashar al Assad deve sair pacificamente".

- Propomos a ele que ceda seus poderes a um de seus subordinados. Se o fizer, ganhará tempo e evitará o derramamento de sangue. Se não o fizer, o consideraremos responsável por tudo o que ocorrer na Síria.

Os opositores convocaram para sexta-feira (2) uma jornada de protestos batizada como "Sexta-feira das crianças da liberdade", em homenagem aos menores mortos durante as revoltas.

Estes fatos ocorrem depois que Assad decretou na quarta-feira a formação de um organismo para iniciar um diálogo nacional e tentar dar fim à crise no país.

Na terça-feira passada, o líder ordenou uma anistia geral, que incluía os presos políticos, para os réus que tivessem cometido crimes até esse dia e que consistia no perdão da metade da pena sempre e quando não houvesse uma denúncia interposta por um indivíduo.

Mártir sírio

A revolta na Síria já tem um símbolo, o menino Khatib. Assim como o vendedor de frutas Mohamed Bouazizi, que ateou fogo ao próprio corpo na Tunísia, e Neda Agha Soltan, cujos últimos momentos de vida foram gravados e divulgados na internet, o garoto se tornou um poderoso símbolo para os manifestantes que exigiam maior liberdade no país.

O vídeo no YouTube mostra o corpo inchado do menino, com feridas de tiros em seus braços, abdômen e peito, além de hematomas no rosto e nas pernas. Dois homens, aparentemente examinadores médicos, dizem que o pênis de Khatib foi cortado. Essa parte da imagem está com falhas. O vídeo aparentemente foi gravado em 25 de maio.

Khatib desapareceu durante os protestos de 29 de abril e seu corpo foi devolvido à família cerca de um mês depois. Algumas autoridades para os direitos humanos acreditam que o caso dará um impulso para os protestos na Síria.

Grupos defensores dos direitos humanos afirmam que mais de 10 mil pessoas foram presas em dez semanas de protestos em toda a Síria.

"Copyright Efe - Todos os direitos de reprodução e representação são reservados para a Agência Efe."

Por R7 - Efe
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