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DATA DA PUBLICAÇÃO 23/10/2013 | Turismo
Repórter dá dicas para mulheres que viajam sozinhas pelo Marrocos
Americana Giovanna Dell'Orto, da AP, passou mais de 3 semanas no país.

Aprender a dizer 'Não, obrigada' é uma das primeiras lições para as turistas.


A mulher estrangeira que viaja sozinha pelo Marrocos, um país norte-africano de maioria islâmica, onde os espaços públicos são dominados por homens, pode se preparar para chamar a atenção por onde passa.

Em janeiro e junho, a repórter Giovanna Dell'Orto, da agência de notícias americana Associated Press, passou mais de três semanas explorando o Marrocos, desde suas cidades imperiais até os oásis no deserto, e viveu essa experiência. Na maior parte do tempo, ela ficava sozinha – quando se juntava a um grupo, era de estudantes americanas.

Nos momentos em que não havia ninguém a acompanhando, Giovanna aprendeu a dizer firmemente "La, shukran" ("Não, obrigada") para qualquer convite ou abordagem de estranhos. Também evitou encarar os homens, para evitar problemas. Muitos marroquinos olham e "secam" as mulheres, conta a jornalista.

Ela recomenda, ainda, não usar os chamados "grandes táxis" (veículos compartilhados que fazem trajetos entre cidades e vilarejos), não andar nas medinas (cidades velhas) após o fechamento das lojas, não entrar em cafés onde haja apenas a presença do sexo masculino e não consumir bebida alcoólica em público.

Dicas de viagem
Segundo Giovanna, essa terra "fascinante, com culturas e raízes antigas, também vive imersa em analfabetismo e dificuldades de subsistência". Suas ruínas de quase 2 mil anos, com arcos e colunas, são muitas vezes ocupadas por ninhos de cegonhas, em meio a uma paisagem rodeada de oliveiras e burros de carga.

Na antiga cidade romana de Volubilis, a poucos quilômetros da região centro-norte do Marrocos, é possível ver pelo chão coloridos mosaicos que retratam corajosas mulheres. A poucas horas de carro dali, no sentido norte pelas montanhas Rif, fica uma praia de cascalhos no Mediterrâneo, onde Giovanna usou biquíni entre mulheres cobertas de túnicas até os tornozelos e véus "esportivos".

A repórter pôs o mesmo biquíni em uma casa de banho em Fez – a mais antiga das cidades imperiais do Marrocos, capital da primeira dinastia árabe a governar o país, no século 8 –, quando uma massagista tirou a roupa de banho dela e a deixou coberta de um sabão preto à base de oliva, sobre uma laje de mármore. Enquanto a mulher esfregava um rolo gigante nas costas dela, Giovanna pôde ouvir uma dúzia de americanas nuas rindo.

Segundo a jornalista, a cidade de Fez é uma "colmeia" gigante de casas em tons de terra sem janela e de lojas abarrotadas.

Pra lá de Marrakech
Já em Marrakech, construída pelas dinastias que comandaram o Marrocos do século 11 ao 13, as paredes cor-de-rosa de sua medina se destacam no deserto, de onde é possível avistar a neve da cordilheira do Atlas.

Na cidade velha de Marrakech, é possível encontrar de tudo: desde doces e aromas perfumados das especiarias até artesanatos feitos de couro e metal. Mas, se você não gosta de fazer compras, sinta as cores e os cheiros em um passeio pelas madraças – as escolas islâmicas. Na centenária Ben Youssef, cada centímetro é um caleidoscópio de entalhes em madeira, inscrições em gesso e mosaicos geométricos.

A maioria dos turistas que vão a Marrakech se concentra nos mercados árabes ao redor de Djemaa el-Fna, a praça central da cidade velha, onde há barracas de comida abertas até o anoitecer. Para os fãs de história, há monumentos do séculos 16, como as ruínas do Palácio El Badi, feito de areia cor-de-rosa, e os Túmulos Saadianos, um complexo funerário coberto de telhas coloridas.

Em outra ex-capital imperial do Marrocos, Meknès, a menos de 80 km de Fez, há gigantescos celeiros e estábulos reais do século 17, para onde vão menos turistas.

Para chegar de Marrakech até Timbuktu, por meio de uma antiga rota de comércio, a repórter da Associated Press dependeu de um motorista que a guiou durante três dias pelo deserto. A temperatura na região chegou a 48° C, e Giovanna viu antigas vilas feitas de barro entre colinas cor de salmão e vales cheios de tamareiras nas dunas do Saara.

Segundo ela, o receio que sentia em dormir sozinha em uma barraca acabou assim que chegou de camelo até o local, conduzida por um beduíno com a ajuda de um "GPS mental" e um iPhone.

A maioria das viagens até o Marrocos começa ou termina na capital Rabat ou em Casablanca, duas modernas cidades políticas e empresariais do país, onde a luz do Atlântico e as construções brancas lembram a arquitetura de South Beach, em Miami, na Flórida.

Em Casablanca, a repórter destaca o Rick Cafe, inaugurado em 2004 com o objetivo de recriar o cenário do clássico filme "Casablanca", de 1942. Giovanna pediu para que tocassem a música "As time goes by", mas isso só ocorre à noite. Para se contentar, ela acabou provando uma massa com camarões e pão de azeitona.

Em Rabat, os locais históricos acompanham o Rio Regreg. A poucos quilômetros do centro da cidade, fica a ruína romana de Chellah, que já funcionou como cemitério e depois como um centro religioso islâmico – hoje é um parque tranquilo, um dos raros espaços verdes da região.

Ao andar em direção ao oceano, é possível ver a inacabada Torre Hassan, do século 12, ao lado de um mausoléu reluzente que pertencia ao avô do atual rei, Mohammed VI. O passeio inclui, ainda, a fortaleza medieval Kasbah dos Oudaias, que fica no alto de uma falésia sobre o Atlântico, cercada de muralhas e palmeiras.

Foi lá que Giovanna viu várias gerações de mulheres em uma casa retirarem os véus para cozinhar cuscuz e bolos de amêndoa, enquanto passava uma telenovela no pátio central.

Em um café movimentado perto do bairro francês Ville Nouvelle, a repórter provou bolos de chocolate, smoothies e Coca-Cola com estudantes marroquinas que participavam de um documentário sobre assédio sexual. Uma delas, inclusive, se preparava para viajar sozinha – para estudar na China.

Serviço
Como chegar ao Marrocos:
A maioria dos voos internacionais vai para Casablanca, Rabat e Marrakech, que são atendidas por várias companhias de baixo custo.

Como se locomover: Trens e "pequenos táxis" (que trafegam dentro das cidades) são convenientes e baratos. A agência de turismo Desert Majesty, com base em Ouarzazate, oferece passeios pelo deserto.

Hospedagem: Na cidade velha de Fez, a dica é ficar no Dar Dmana, que tem quartos espaçosos e boas refeições. Em Rabat, a repórter indica o Mercure Sheherazade, que oferece um excelente café da manhã francês e marroquino. Em Marrakesh, há duas opções: uma na cidade velha, o Riad Nesma, com bons serviços e bonita decoração; e o luxuoso Dar Zemora, fora da cidade velha, em Palmeraie.

Por G1 - Associated Press
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