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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/07/2015 | Economia
Renda média do trabalhador da região sobe só 0,59% em 6 meses
Renda média do trabalhador da região sobe só 0,59% em 6 meses Foto: Claudinei Plaza/DGABC
Foto: Claudinei Plaza/DGABC
Entre dezembro de 2014 e maio deste ano, a renda nominal média do trabalhador do Grande ABC passou de R$ 2.562,94 para R$ 2.578,01 – alta de 0,59%. Em termos reais, houve desvalorização dos salários, já que a inflação do período registrada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) foi de 6,64%. O indicador é utilizado como referência para reajustes da maior parte das categorias.

De 2013 para cá, as perdas reais são ainda mais expressivas. O rendimento médio, que há dois anos era de R$ 2.557,15, teve acréscimo de apenas 0,82%. No mesmo período, o custo de vida no País aumentou 15,77%. O levantamento foi feito pelo Diário com base em dados do Ministério do Trabalho e Emprego. As informações de junho ainda não foram disponibilizadas.

“Além das demissões, que puxam para baixo a massa salarial, muitos acordos coletivos neste ano já foram feitos com reajustes abaixo da inflação”, comenta o economista Leonel Tinoco Netto, professor da Fundação Santo André e delegado do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo) para o Grande ABC. Ele avalia que as perdas reais devem se acentuar neste semestre, já que diversas categorias, como bancários, metalúrgicos e carteiros, possuem data-base na segunda metade do ano e também deverão encontrar dificuldades para obter a reposição inflacionária.

Em maio, a massa salarial nominal dos trabalhadores com carteira assinada na região atingiu R$ 2,103 bilhões – R$ 17,6 milhões a menos do que a de dezembro, o que representa queda de 0,83%. Na comparação com 2013, a redução foi de R$ 27,3 milhões, perda de 1,29%.

O estoque de pessoas empregadas na região teve decréscimo de 1,41% entre o último mês de 2014 e maio deste ano. Foram 11.677 postos de trabalho fechados. Em dois anos, a diminuição foi de 2,08%, com a demissão de 17.369 pessoas.

O salário de admissão – remuneração inicial, que é paga ao trabalhador ao entrar na empresa – teve alta de 3,71% nas sete cidades entre dezembro e maio, pouco acima da variação do rendimento médio. Entretanto, a oscilação também é inferior à inflação do período.

Segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), ao ser admitido formalmente no Grande ABC, o funcionário recebe, em média, R$ 1.504,55, ante R$ 1.450,79 no fim do ano passado. Em Santo André e Ribeirão Pires, o salário inicial teve queda de 30,79% e 3,42%, respectivamente. Em São Caetano, houve aumento, mas abaixo da inflação. As demais cidades registraram elevação superior ao INPC acumulado em seis meses.

O professor Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, salienta que, em períodos de retração da economia, é comum a prática da substituição de funcionários com melhor remuneração por outros com vencimentos inferiores. “É a lei da oferta e procura. Com a alta do desemprego, a empresa demite um empregado e contrata outro ganhando menos. E o trabalhador acaba aceitando a vaga, pois há poucas oportunidades no mercado”, explica.

BRASIL

Em todo o País, a evolução do salário médio do trabalhador formal também subiu abaixo da inflação entre dezembro e maio, mas ficou acima da variação registrada no Grande ABC. O rendimento subiu de R$ 2.140,57 para R$ 2.169,55. A massa salarial nominal diminuiu 0,28%. A perda também é menos acentuada do que a observada na região no período.

Na avaliação de Tinoco Netto, o Grande ABC apresenta índices piores em razão de as sete cidades dependerem da indústria automotiva, setor que é um dos mais afetados pela crise econômica no Brasil.

No Grande ABC, 5.721 postos foram fechados em junho

Nas sete cidades da região, 5.721 postos formais foram fechados apenas em junho, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O número é quase o dobro do saldo de demissões registrado no Grande ABC durante todo o primeiro semestre do ano passado.

Entre janeiro e junho, 18.171 pessoas ficaram desempregadas na região. No acumulado de 12 meses, 27.596 vagas foram fechadas. A maior parte dos cortes foi registrada na indústria.

“Entretanto, os demais setores, como comércio e serviços, também são prejudicados, pois o primeiro impacto do desemprego é a redução do consumo, o que faz a economia desacelerar”, comenta o professor Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia.

No caso específico do segmento de serviços, a retração ocorre porque muitas empresas desse ramo atuam na indústria, em áreas como logística e manutenção. “Quando as montadoras diminuem a atividade de produção, os prestadores de serviço também são afetados”, analisa o economista Leonel Tinoco Netto, professor da Fundação Santo André e delegado do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia) no Grande ABC.

Além da queda na massa salarial, outro fator que inibe o consumo – especialmente de produtos industrializados – é a queda na confiança por parte da população. “Há uma mudança nas expectativas. Quando tem retração na renda ou ameaça de perda de emprego, o indivíduo reduz os gastos. Isso vai provocando reações em cadeia”, afirma Tinoco Netto.

O índice de desemprego no Brasil chegou a 6,9% no mês passado, a pior taxa registrada para junho desde 1992. Os dados são da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Por Fábio Munhoz - Diário do Grande ABC
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