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DATA DA PUBLICAÇÃO 16/03/2018 | Economia
Renda das famílias deveria ser o dobro
Renda das famílias deveria ser o dobro Em 2017, o valor era de R$ 3.637,91, mas, com a inflação de 9 anos, seria de R$ 7.113,56. Foto: EBC
Em 2017, o valor era de R$ 3.637,91, mas, com a inflação de 9 anos, seria de R$ 7.113,56. Foto: EBC
O rendimento médio familiar no Grande ABC está em R$ 3.637,91, conforme dados da Pesquisa Socioeconômica do Inpes (Instituto de Pesquisa)/ USCS (Universidade Municipal de São Caetano) referente a 2017. Ao longo de nove anos, esse montante diminuiu 17% – em 2009, a renda da família da região era de R$ 4.369,36. Ao considerar a evolução da inflação acumulada no período, de 62,8%, conforme o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), no entanto, o montante deveria ser praticamente o dobro, ou seja, R$ 7.113,56. O cálculo foi feito com base em dados do Banco Central.

De 2009 para cá, o valor médio disponível para o sustento das famílias do Grande ABC diminuiu R$ 732. Considerando, hipoteticamente, que o número de participantes do mercado de trabalho estivesse no mesmo patamar daquele ano, e que os salários tivessem todos sido reajustados conforme o INPC ao longo do período, deveria haver incremento de R$ 2.744,22 nos recursos domésticos.

A análise dos especialistas é que aspectos como a crise econômica, o desemprego e a própria inflação contribuíram para esta redução.

Prova disso é que, neste intervalo de tempo, foi observada maior redução em 2015 e 2016, quando, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, houve a eliminação de 43.614 e 31.601 postos de trabalho na região, respectivamente. Segundo a pesquisa do Inpes, os rendimentos diminuíram 11,74% e 10,1% nesses anos. Porém, em 2015, a inflação chegou a 11,28%, a maior variação desde o início do Plano Real, e em 2016, 6,58%, a segunda mais alta no período.

“Há dois elementos importantes que podem explicar estes números. A crise econômica gera aumento do desemprego, que tem impacto gigantesco na renda porque a pessoa perde o emprego e, quando procura recolocação no mercado de trabalho, só consegue muito tempo depois e com salário menor”, analisa o economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero. “Outro aspecto é a aceleração da inflação, que em 2016 passou dos dois dígitos.Nada prejudica mais o rendimento que alta do desemprego e alta da inflação.”

De acordo com o professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo Sandro Maskio, a queda de renda das famílias é reflexo da retração de todo o círculo da economia. “Quando a massa de salários cai, as vendas também diminuem, então até os autônomos sofrem com a queda no faturamento. Ou seja, há uma diminuição de atividade econômica”, disse.

Mesmo no último ano, quando houve leve melhora no cenário de crise, o rendimento médio familiar, então aos R$ 3. 637,91, foi 2,86% menor do que em 2016. Isso é explicado porque, mesmo com a redução da inflação, que encerrou o ano em 2,07% (INPC), a menor desde o início do Plano Real, o PIB (Produto Interno Bruto) do País cresceu em apenas 1%. Porém, a expectativa é a de que haja recuperação gradativa.

“A inflação caiu mais rápido do que o rendimento aumentou. O crescimento econômico de apenas 1% e a inflação a praticamente 2% são insuficientes para que se retome os rendimentos que tínhamos em 2009. É um processo muito lento e que deve ser gradual, por isso as famílias ainda não sentiram essa retomada, o que só vai acontecer com processo de crescimento mais intenso e em período maior. Se neste ano o País conseguir crescer 3%, que é a estimativa, e dependendo da inflação, pode ser que os salários voltem a crescer”, afirmou Balistiero.

CLASSES
Outra mudança importante que os dados mostram é relacionada à classificação socioeconômica das famílias. Em 2009, a classe A representava 5,1% do total no Grande ABC, percentual reduzido a 2,7% em 2017. A classe D também teve redução, passando de 5,9% para 4,5% no período. Em compensação, a classe C registrou alta, de 43,8% para 46,3%. Poucas alterações foram sentidas na classe B (de 45% a 45,6%) e na E (permaneceu estável, em 0,2%).

Por Yara Ferraz - Diário do Grande ABC
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