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DATA DA PUBLICAÇÃO 26/06/2012 | Saúde e Ciência
Remédios novos pouco avançam em relação aos antigos
Mais da metade dos novos medicamentos que chegaram ao mercado na última década não apresentou vantagens em relação às opções similares mais antigas.

As conclusões são de um estudo no periódico científico francês "Prescrire" (que não aceita anúncio ou patrocínio da indústria farmacêutica) e foram apresentadas na semana passada em conferência na Universidade Georgetown, em Washington.

No levantamento, foram analisadas 998 drogas aprovadas pelas agências reguladoras americana e europeia entre 2002 e 2011.

Dessas, 514 (51%) não se mostraram melhores do que as mais antigas. E apenas uma parcela mínima (1,5%) foi considerada pelo periódico uma real inovação.
Segundo o estudo, 14,8% dos novos remédios trouxeram mais riscos do que benefícios aos pacientes.

Entre eles, estão o Vioxx (anti-inflamatório) e o Avandia (para controle do diabetes), ambos retirados do mercado em 2004 e 2010, respectivamente, por aumentar os riscos cardiovasculares.

Os resultados devem servir de munição contra um projeto de lei em trâmite no Congresso americano que pretende acelerar a aprovação de drogas consideradas essenciais ("life saving").

Uma das propostas é encurtar a fase 3 da pesquisa clínica, a última antes de a droga ser aprovada no país.

Em geral, agências reguladoras de outros países, como o Brasil, seguem os mesmos critérios adotados pelos EUA.

"Os laboratórios são um dos principais financiadores das campanhas eleitorais. O políticos pressionam a FDA [agência que regula fármacos e alimentos no país] para que atenda às necessidades da indústria", afirma o médico Joel Lexchin, pesquisador da área farmacêutica e professor da Universidade York, em Toronto (Canadá).

Para Donald Light, professor na Universidade de Nova Jersey (EUA) e pesquisador do Safra Center for Ethics, caso a lei seja aprovada, haverá um prejuízo ainda maior para a segurança.

"Será temerário", resume. Segundo ele, 80% do orçamento com medicamentos nos EUA vai para os novos remédios. Também é para onde vai 90% do marketing da indústria farmacêutica.

"A falta de drogas novas e eficazes não afeta o lucro da indústria porque ela tem muito sucesso com o marketing de drogas que não têm vantagem sobre as mais antigas", afirma a médica Adriane Fugh-Berman, professora da Universidade Georgetown. Ela cita o lítio como exemplo de droga antiga e eficaz.

Outro lado

Mark Grayson, que responde pelo setor de relações públicas internacionais da Pharma (associação das indústrias farmacêuticas nos EUA), não quis comentar a pesquisa da "Prescrire".

"Nessa última década, as mortes por doenças cardíacas e por câncer tiveram uma significativa queda. Muitos concordariam que esses ganhos foram obtidos por conta das novas drogas", disse.

Em nota, a FDA também não comentou o estudo e refutou que sofra pressão política na aprovação das drogas.

Por Cláudia Collucci, de São Paulo - Folha Online
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