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DATA DA PUBLICAÇÃO 07/08/2013 | Economia
Remédio contra depressão consome 16% de benefício
Tristeza, falta de ânimo, insônia e ansiedade. Esses são alguns dos típicos sintomas que parte das pessoas sente após se aposentar na região. O nome? Depressão. Para tratar essa doença os beneficiários comprometem 16,22% da renda, considerando que 40% dos aposentados do Grande ABC vivem com apenas um salário-mínimo (hoje em R$ 678), ou seja, R$ 110 são gastos com remédios antidepressivos.

A média de desembolsos com medicamentos que tratam essa doença é de R$ 110, mas pode ser maior, conforme o estágio do quadro. “A perda salarial com a chegada da aposentadoria, a falta de atividades e a frustração de achar que nessa fase iria ‘aproveitar’ a vida ao invés de se preocupar com dívidas são algumas das causas da depressão nessa idade”, alerta o diretor da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Luís Antonio Ferreira Rodrigues.

Após o marido se aposentar, Sandra Regina de Oliveira, 49 anos, desenvolveu depressão. “Com a aposentadoria dele, o padrão de vida caiu muito. A renda teve queda de 50%, pelo menos. Quando as contas chegavam meu marido ficava muito nervoso, pois não tínhamos como pagar, deixamos de comprar muita coisa e, com todo essa mudança na vida, fiquei doente.”

Todos os meses, Regina gasta R$ 110 com medicamentos. “As despesas de casa ficaram ainda mais apertadas, mas se não tomar o remédio todos os dias, fico em crise.”

Vale lembrar que o salário do aposentado da região já fica ‘apertado’ com gastos básicos. Um terço do benefício, por exemplo, é destinado para compras de produtos básicos no supermercado. Outros 30% da renda vão para a compra de medicamentos para a saúde (como pressão, coração, problemas vasculares). “Pouco sobra para essa parcela da população viajar ou aproveitar o tão sonhado descanso”, comenta Rodrigues.

A insônia foi a herança que a depressão deixou para a professora aposentada Arlete Borges Padilha, 69. Ela chegou a gastar R$ 150, por mês, com medicamentos para tratar a depressão. Hoje, há um ano sem remédio, ela dribla a doença fazendo pinturas em telas. “É difícil chegar nessa etapa da vida e, depois de trabalhar tanto, ver seu salário cair drasticamente, ver pessoas que você ama ficarem adoentadas e conseguir absorver tudo isso.”

Para o futuro apenas projetos simples e que fazem toda a diferença. “Quero começar a fazer computação e gostaria de voltar a dançar também.”

PARCELA

Do total de atendimentos psicológicos feitos na associação, 80% são destinados a aposentados idosos. “Com a advento da aposentadoria, principalmente para os homens, que perdem grande parte do seu convívio social e muitas vezes não encontram seu espaço dentro de casa, aparecem alguns conflitos familiares, que às vezes não são aceitos e compreendidos pela família. Dificuldades conjugais vão se avolumando dia após dia e a perda do poder aquisitivo leva o idoso a fechar-se em seu mundo. A sociedade capitalista supervaloriza a produção e o consumo. O idoso não produz, ou se produz já não é tanto quanto antes, e por perder seu poder aquisitivo, consome menos e por isso a sociedade não o valoriza”, diz a psicóloga da associação regional, Silvana Lavechia.

Ela, que se especializou em psicologia do envelhecimento, afirma ainda que a queda no rendimento dos proventos da aposentadoria, com o passar dos anos, que não acompanha os reajustes salariais, também contribui para o difícil acesso aos serviços de Saúde adequados para o tratamento da depressão.

SOLUÇÕES

Segundo a psicóloga, grande aliada ao tratamento da depressão em idosos, além do uso de medicações, quando necessário e de forma adequada, é a prática regular de atividades físicas. “Os benefícios são inúmeros, como, por exemplo, tendem a diminuir e ao mesmo tempo superar limitações físicas, o que pode vir a proporcionar ampliação da rede social de relacionamentos e de novos amigos, na qual fica mais fácil para o idoso conviver com a própria idade e suas limitações, proporcionando-lhe assim uma qualidade de vida mais satisfatória e significativa”, ensina a especialista.

Por Tauana Marin - Diário do Grande ABC
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