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DATA DA PUBLICAÇÃO 04/03/2012 | Veículos
Registro de motos aquáticas em SP quadruplica em dez anos
Número de acidentes até fevereiro equivale a metade dos registros de 2011.

Duas crianças morreram em ocorrências com moto aquática no último mês.

O número de motos aquáticas registradas em 2011 pela Capitania dos Portos de São Paulo equivale a quatro vezes à quantidade de 2001, dez anos antes. No ano passado, foram incluídos 2.284 veículos deste tipo no cadastro da Capitania, contra 577 em 2001.

O presidente da Associação Brasileira de Jet Ski, Luiz Marcelo Teixeira, avalia que o aumento do número de motos aquáticas exige maior conscientização dos condutores. "A população [destas embarcações] sempre vai aumentar, é inevitável. A maioria das motos aquáticas antigas acaba sendo repassada para outros [donos]", afirma.

Atualmente, o número total de motos aquáticas é de 16.643 no território da Capitania, que abrange 211 cidades do estado de São Paulo. A capital paulista, com represas como Billings, Guarapiranga e Cantareira, está sob jurisdição da capitania, assim como cidades dos litorais Sul e Norte.

Moto aquática que atropelou menina em Bertioga vai passar por perícia em SPDesde 2010, houve aumento de 23% no total de motos aquáticas cadastradas na Capitania - elas passaram de 13.517 para 16.643, em fevereiro de 2012. A instituição diz não ter disponíveis os dados totais do número de motos aquáticas antes de 2010 porque eles não foram digitalizados.

Já o número de acidentes com este tipo de embarcação neste ano já chega a mais da metade das ocorrências de todo o ano passado - foram quatro acidentes em dois meses, até fevereiro de 2012, contra sete acidentes em 2011.

O capitão dos portos do estado de São Paulo, Gerson Luiz Rodrigues, considera que conduzir uma moto aquática com imprudência ocasiona mais acidentes do que o aumento na quantidade dos veículos. "O que dificulta [a fiscalização] é a condução irregular, sem estar habilitado", diz.

O crescimento no número de embarcações está ligado ao maior poder de compra da população, diz Rodrigues. "Existem diversos fatores [para o crescimento das motos aquáticas]: particularmente, em SP, a descoberta de excelentes condições para a prática da atividade de esporte e recreio nas represas", ressalta.

O presidente da Associação Brasileira de Jet Ski se diz preocupado com alguns novos condutores, que costumam comprar as motos náuticas antigas por um menor valor. "E esse sujeito não vai gastar R$ 300 para fazer cursinho e tirar a habilitação. É um pensamento errado", afirma Teixeira.

Teixeira considera que os bons pilotos acabam pagando pelos erros dos maus, no caso dos acidentes. "A gente vê bastante gente que comete irregularidade, pais que colocam os filhos guiando, pessoas que guiam sem habilitação", afirma. "É uma inconsequência, e recai sobre quem usa o jet-ski direito."

O crescimento no número de registros inclui casos de motos aquáticas trazidas de outros Estados, embarcações que foram revendidas e outras ressalvas, de acordo com a Capitania.

Fiscalização
Não há fiscais específicos para motos aquáticas. A fiscalização, diz a Capitania, é realizada por funcionários que checam todas as embarcações de esporte e recreio, incluindo lanchas. "O conhecimento técnico os torna aptos à fiscalização de qualquer embarcação", ressalta a instituição, em nota.

Os acidentes mais comuns com motos aquáticas ocorrem por imprudência, imperícia e negligência dos condutores, segundo o capitão Gerson Silva. "Sempre que são detectadas suspeitas na documentação [da embarcação], esta é apreendida para verificação, fato que representa irresponsabilidade e crime", diz.

A partir do dia 2 de julho, a exigência para guiar as motos aquáticas vai ser endurecida. Além da carteira de Arrais-Amador, uma espécie de CNH para quem guia embarcações esportivas, será necessário ter habilitação de Motonauta. A carteira de Arrais-Amador exige ter mais de 18 anos, participar de quatro aulas teóricas e fazer uma prova escrita. A habilitação de Motonauta cobra pelo menos quatro horas de aulas práticas, segundo o capitão.

A regra vale apenas para quem for fazer novas habilitações - quem tiver a carteira de Arrais-Amador obtida antes da data terá que obter a de Motonauta apenas quando sua habilitação vencer.

Acidentes
Ao menos duas crianças foram vítimas de acidentes com motos aquáticas no último mês: um jovem de 9 anos, morto em uma represa de Ribeirão Pires, no ABC, no dia 26 de fevereiro; e uma garota de 3 anos, morta em uma praia de Bertioga após ser atropelada por uma moto aquática, no dia 18.

O garoto estava em uma boia que era puxada na moto aquática pelo pai, Antonio Edvan de Carvalho, na represa de Ribeirão Pires. A criança morreu depois que a boia bateu em uma pilastra. A defesa do pai disse que pedirá o perdão judicial para ele no caso de condenação.

Já o jovem suspeito de pilotar a embarcação que atropelou a menina diz que apenas deu a partida na moto aquática. A informação foi confirmada pelo advogado dele, Maurimar Bosco Chiasso. "Ele confirmou toda aquela informação (...) de que ele inadvertidamente acionou o jet ski, se projetou e aconteceu esse fatídico acidente." Testemunhas dizem ter visto quando dois adolescentes subiram no jet ski e aceleraram. Segundo elas, o veículo empinou, os garotos caíram na água e o equipamento seguiu até a areia, acertando a menina.

Por Rafael Sampaio - G1, em São Paulo
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