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DATA DA PUBLICAÇÃO 09/05/2013 | Cidade
Região terá mais uma usina de incineração de resíduos sólidos
O presidente do Consórcio Intermunicipal e prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), confirmou que a região estuda a implementação de uma usina de incineração de lixo em Santo André ou Mauá. Esse seria o segundo equipamento do tipo na região, já que há projeto avançado para construção de modelo semelhante em São Bernardo até 2016.

De acordo com Marinho, as duas usinas seriam capazes de solucionar o problema de destinação de resíduos sólidos da região. "O Grande ABC suportaria duas usinas. Três, seguramente, não dariam equilíbrio econômico, porque uma trabalharia no prejuízo, sem retorno, e nenhum investidor toparia colocar dinheiro em um projeto assim", explicou.

O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), confirmou que dialoga com o chefe do Executivo de Santo André, Carlos Grana (PT), sobre a viabilidade do projeto em uma das duas cidades. "Estamos conversando há algum tempo. O que temos de favorável para que seja em nossa cidade é que a ideia seria fornecer o vapor produzido pela queima de lixo ao Polo Petroquímico, que fica em Mauá", argumentou.

A intenção é que seja feita PPP (Parceria Público-Privada) na construção da usina. Marinho disse que a Braskem, que tem indústrias no Grande ABC, já demonstrou interesse em investir no projeto. Procurada, a empresa informou que não irá se pronunciar sobre o assunto.

Donisete disse que será feito estudo aprofundado para saber as reais condições de implementação do equipamento. "Vamos fazer trabalho detalhado, chamando audiências públicas e pesquisadores, para que possamos adotar grande modelo para atender não só Mauá e Santo André, mas outros municípios, como Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra."

Empresas do ramo ajudariam a definir o local onde será construída a usina. "O setor que opera nesse segmento é que vai dizer onde é melhor fazer para que o projeto seja viável. Não tenho dúvida de que isso trará ganhos enormes para o Grande ABC", comentou o prefeito de Mauá.

A equipe do Diário procurou Grana, mas não conseguiu contato com o prefeito andreense. O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental), que administra a gestão de resíduos sólidos na cidade, informou que o projeto só poderá ser discutido posteriormente, como uma alternativa futura, já que o aterro municipal passará a ter vida útil de nove anos ainda em 2013.

O Grande ABC gera, por mês, 66.523 toneladas de lixo doméstico. Com exceção de Santo André, que possui área própria para despejo, as demais cidades da região enviam o lixo para o aterro particular Lara, em Mauá, ao custo total de R$ 5,35 milhões por mês.

A Usina Verde de São Bernardo, que irá separar o lixo seco para reciclagem e incinerar a parte úmida para geração de energia, está em fase de implementação. Atualmente, o terreno do antigo lixão do Alvarenga, onde o equipamento será instalado, está sendo remediado. Ainda neste mês, será enviado pedido de licença de instalação à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). A previsão é que o documento seja obtido em até seis meses para que as obras sejam iniciadas, no máximo, até janeiro. Após o começo das intervenções, a expectativa é que a usina seja inaugurada em 24 meses.

Marinho disse que o equipamento terá capacidade para receber o lixo de São Bernardo, Diadema e, possivelmente, São Caetano. A usina irá produzir cerca de 17 megawatts por hora, suficientes para abastecer aproximadamente 170 mil casas.

Coleta de recicláveis começará pelo Rudge

A Prefeitura de São Bernardo traçou meta para realizar coleta seletiva de recicláveis porta a porta em 100% do território da cidade. De acordo com o prefeito Luiz Marinho (PT), a previsão é oferecer o serviço em toda cidade até o fim de 2014. "Não é tarefa fácil, mas essa é a meta que queremos cumprir. Será um grande desafio", disse o chefe do Executivo.

A ação terá início no próximo mês, com projeto piloto nas 7.407 residências do bairro Rudge Ramos. "Esse trabalho experimental vai dar condições para expandirmos para toda a cidade, porque é um processo de desenvolvimento cultural", comentou o prefeito.

O primeiro bairro receberá a ação de 16 agentes ambientais da Prefeitura, que vão entregar materiais explicando o projeto com os horários em que o caminhão de coleta vai passar. Quem perder a hora da coleta poderá depositar os recicláveis em postos de entrega voluntária que serão colocados nas imediações da região.

A retirada do material seletivo será realizada uma vez por semana. "Em várias cidades foi implementada dessa forma e, aparentemente, parece que está indo bem. Se houver necessidade de aumentar, faremos isso", disse Marinho.

A partir de amanhã, começa a funcionar o canal de comunicação entre o munícipe e a Prefeitura para relatar problemas com a limpeza urbana. O morador poderá ligar para 0800-7708156 ou acessar o site www.saclimpeza.com.br.

Ontem, a Prefeitura entregou 75 veículos para atuarem na limpeza urbana e coleta de lixo da cidade. Os equipamentos irão substituir a frota antiga, que estava em uso há cerca de seis anos. A aquisição dos caminhões está prevista no contrato entre a Prefeitura e a empresa Consórcio SBC Valorização de Resíduos S.A., responsável pelo sistema Integrado de Manejo e Gestão de Resíduos Sólidos. O investimento do grupo é de aproximadamente R$ 15 milhões. Outros 55 veículos serão entregues até o fim deste mês.

Especialistas divergem sobre eficácia de projeto

A instalação de outra usina de incineração de lixo no Grande ABC como solução para o problema de destinação dos resíduos sólidos não é unanimidade entre os ambientalistas da região. O assunto divide opiniões dos ativistas da área ouvidos pela equipe do Diário.

O presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida), Virgílio Alcides de Farias, não concorda com a implementação do modelo. "É algo que contraria o que o século 21 tem buscado: a sustentabilidade. A incineração não é a destinação final ambientalmente adequada, porque é definida como fonte poluente pela Convenção de Estocolmo (tratado internacional de 2001 que visa a proteção da saúde humana e do meio ambiente)."

Farias é advogado e representou a ação de catadoras de lixo de São Bernardo contra a criação da Usina Verde, que irá incinerar parte úmida dos resíduos da cidade. O ambientalista alega que o equipamento vai contra a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que prevê que os municípios devam reciclar a maior quantidade possível de resíduos. Inicialmente, a ação foi negada pela Justiça.

O ambientalista promete recorrer no STJ (Superior Tribunal de Justiça). "A Justiça não entende que o Direito ambiental é preventivo e evita danos futuros", reclamou.

Caso o projeto para a construção de uma usina incineradora de lixo em Santo André ou Mauá for adiante, o advogado promete entrar com outra ação para tentar impedir a viabilidade do novo equipamento. "O que o (Luiz) Marinho (prefeito de São Bernardo) está querendo é incendiar o Brasil", disse Farias.

Já o coordenador do curso de Engenharia Ambiental da Fundação Santo André, Murilo Valle, é favorável à incineração de lixo no Grande ABC. "Na região metropolitana de São Paulo não há mais áreas aptas para a instalação de aterros sanitários. Então, se as usinas tiverem por trás delas programa de logística reversa e melhoria na cadeia de recicláveis, será bastante produtiva. Existe tecnologia suficiente para haver queima de resíduos de forma boa", argumenta o especialista.

Por Cadu Proieti - Diário do Grande ABC
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