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DATA DA PUBLICAÇÃO 28/11/2012 | Setecidades
Região tem metade das mortes da Grande SP; cai aprovação de Alckmin
Região tem metade das mortes da Grande SP; cai aprovação de Alckmin Bar na estrada do Alvarenga foi local em que sete pessoas foram baleadas e duas morreram, incluindo um menor de 15 anos. Foto: Luciano Vicioni
Bar na estrada do Alvarenga foi local em que sete pessoas foram baleadas e duas morreram, incluindo um menor de 15 anos. Foto: Luciano Vicioni
Fim de semana deixa 22 mortos na Região Metropolitana, dez deles no ABCD; popularidade de governador despenca de 40% para 29%

A descrição é quase sempre a mesma, e ganha contornos particularmente dramáticos na Região. Homens em motos, encapuzados e armados, passam atirando contra pessoas em bares ou em ruas. No fim de semana, a Região Metropolitana de São Paulo, com 20 milhões de habitantes, registrou 22 mortes na onda de violência que aterroriza a população nas últimas semanas. Desse total, nada menos que 10 mortes foram na Região, que tem 2,5 milhões de moradores. Ou seja, o ABCD tem cerca de 12% da população da Grande São Paulo, mas no fim de semana concentrou metade das mortes resultantes da guerra entre a polícia e o PCC (Primeiro Comando da Capital).

A Região teve seu fim de semana mais sangrento desde o início dessa guerra, com 26 pessoas, entre baleados e mortos, da noite de sexta-feira (23/11) até o domingo (26/11). Desde o início de novembro, o ABCD já soma 37 mortes por arma de fogo, mais de uma por noite.

Com quatro mortes e 14 feridos, São Bernardo registrou o maior número de vítimas na Região. A onda de violência começou às 22h, em um bar na estrada do Alvarenga, Bairro Pedreira. Quatro homens em duas motos pararam e dispararam mais de 30 vezes. Sete pessoas foram baleadas e duas morreram, incluindo um jovem de 15 anos.

Poucos minutos depois, suspeitos de motos encapuzados abriram fogo contra um grupo de amigos que conversavam na rua Pedroso Horta, no Bairro Alves Dias. O ataque deixou dois feridos e um morto. A cerca de 1,5 km de distância, na estrada Eiji Kikuti, no Bairro Cooperativa, outras três pessoas foram atingidas por disparos. Uma morreu.

Na madrugada do domingo (25/11), por volta da 0h, cinco pessoas foram baleadas perto da rua Jânio Quadros, no Jardim Calux. Um homem de capacete chegou a pé e abriu fogo contra as vítimas que conversavam na via.

Houve ainda uma chacina em Diadema, com três assassinatos, duas mortes em Mauá e uma em Ribeirão Pires.

Lazer de risco - Para o delegado seccional de São Bernardo, Rafael Rabinovici, os ataques mostram que o lazer da periferia se transformou em risco de vida. “Esses suspeitos se aproveitam da movimentação para passar de moto, atirando a esmo”, comentou.

Rabinovici chamou a atenção para o fato de a maioria das vítimas serem menores de idade. “São jovens, o que reforça a questão do lazer. Os criminosos estão atirando aleatoriamente”, disse.

Despenca a avaliação do governador

A maioria dos paulistanos não confia na Polícia Militar e menos ainda no governador Geraldo Alckmin (PSDB), no que se refere à escalada da violência na cidade e no Estado, em especial na Região Metropolitana. É o que mostra pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (25/11). A aprovação de Alckmin, de acordo com a pesquisa, despencou de 40%, em setembro, para 29% agora.

Três em cada quatro paulistanos (ou 71%) acreditam que o governo estadual esconde informações sobre as mortes das últimas semanas. Ao mesmo tempo, 53% dizem sentir mais medo do que confiança na PM.

O levantamento foi feito na quinta-feira (22/11) com 1.082 pessoas. A margem de erro é de três pontos percentuais. Nesse mesmo intervalo, o total dos que avaliam a gestão tucana como ruim ou péssima subiu de 17% para 25%.

Quando o tema específico é a atuação na área de segurança, a avaliação de ruim/péssimo de Alckmin sobre para 63% - maior do que a do governador Cláudio Lembo durante os ataques do PCC em maio de 2006 (56%). Na época, 154 pessoas morreram em oito dias.

Ainda de acordo com a pesquisa, a desaprovação de 63% é o pior resultado desde 1997. Há 15 anos, quando Mário Covas (1930-2001) governava o Estado e os homicídios também se multiplicaram, ele recebeu avaliação negativa de 57% dos entrevistados.

Responsável - Alckmin é responsabilizado diretamente pela crise, de acordo com o levantamento. Para 55% dos paulistanos, o governador tem muita responsabilidade sobre os ataques - o mesmo índice atribuído ao comando da Polícia Civil. Apesar de algumas rádios e emissoras de TV nunca pronunciarem o seu nome, o PCC é conhecido por 98% dos paulistanos, informa a pesquisa.

Diadema tem a terceira chacina na atual onda de crimes

O ABCD registrou a terceira chacina da Região, desde que se iniciou a escalada da violência na Região Metropolitana. As mortes ocorreram em Diadema, na rua Doutor Manuel de Abreu, Bairro Santa Elizabeth, região do Casa Grande. No ataque, que ocorreu na madrugada de domingo (25/11), foram executados três homens.

De acordo com a polícia, dois suspeitos armados se aproximaram das vítimas e realizaram vários disparos. O local do crime é apontado como ponto de venda de drogas. As três vítimas tinham passagem pela polícia.

De acordo com a delegada do setor de Homicídios de Diadema, Liliane Lopes Doretto, a investigação está adiantada. “Estamos trabalhando com imagens e testemunhas”, explicou.

Mais mortes - Entre a noite de sexta-feira (23/11) e a madrugada de sábado (24/11), três pessoas foram mortas em Mauá e Ribeirão Pires. A primeira morte foi de um suspeito, ao tentar roubar um posto de combustível em Mauá. Um policial à paisana reagiu ao assalto e trocou tiros com o criminoso. No tiroteio, um frentista ficou ferido, um suspeito morreu e outro fugiu.

A outra morte também foi de suspeito, baleado após assaltar uma chácara em Ribeirão Pires. O comparsa foi encontrado ferido. Não se sabe quem atirou neles. Vizinhos ouviram o barulho dos tiros e acionaram a PM.

Por volta da 0h30 do sábado, uma jovem de 20 anos foi encontrada morta com sete tiros em uma residência na Vila Magini, em Mauá.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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