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DATA DA PUBLICAÇÃO 03/12/2015 | Saúde e Ciência
Região tem 6 suspeitas de microcefalia por zika vírus
Região tem 6 suspeitas de microcefalia por zika vírus Foto: Nario Barbosa/DGABC
Foto: Nario Barbosa/DGABC
Secretarias de Saúde de três cidades do Grande ABC – Santo André, Diadema e Mauá –, investigam seis casos de microcefalia, que podem estar relacionados com o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, o mesmo causador da dengue, e cuja maior incidência está na região Nordeste. De acordo com último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, só no Estado de Pernambuco são 646 registros, em um total de 1.248 ocorrências. O problema é caracterizado por uma má-formação cerebral, que faz com que o crânio dos recém-nascidos não se desenvolva de forma normal.

Na cidade andreense, de três casos de recém-nascidos com microcefalia, dois estão em investigação para analisar se tem associação com o zika (o terceiro foi devido à malformação genética). O primeiro bebê nasceu no dia 17 de novembro. A mãe residiu por um ano no Piauí e retornou para Santo André em junho. Há seis meses, ainda no Estado nordestino (onde já foram notificados 36 casos de microcefalia), ela apresentou febre, exantema (erupção na pele) e dor no corpo, tendo o mesmo sintoma sido detectado em familiares. A doença foi diagnosticada como dengue, porém, sem exames confirmatórios. Realizou-se a coleta de exames do bebê e da mãe no Hospital da Mulher. O caso foi notificado e o material encaminhado ao Instituto Adolfo Lutz, na Capital. O resultado leva de duas a três semanas para ser divulgado.

A segunda criança nasceu no dia 28 de novembro no Hospital e Maternidade Brasil, mas a mãe é moradora de Itupeva, no interior de São Paulo.

O secretário de Saúde e coordenador do GT (Grupo de Trabalho) Saúde do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Homero Nepomuceno Duarte, salienta que na região, até o momento, não foi identificado nenhum caso autóctone de zika vírus. Apesar disso, ele revela que muitas gestantes têm procurado os serviços de Saúde com muita preocupação. “Está criando pânico por má informação. O que orientamos é que as mulheres grávidas evitem viajar até os locais onde estão ocorrendo os casos. Caso daqui para a frente a gente veja que o zika está circulando na Grande São Paulo e aqui na região, aí podemos mudar as orientações”, falou.

Em Diadema, três casos estão sendo investigados. Destes, apenas um é de pessoa residente do município. As crianças nasceram no Hospital Estadual Serraria. A Prefeitura não informou as datas. Na cidade de Mauá, uma ocorrência foi registrada na rede privada e notificada à Vigilância Epidemiológica da cidade. O bebê nasceu em agosto e a mãe é moradora do município. A administração diz que o caso tem outras má-formações, o que sugere causa genética.

Em 2014, não houve registros de microcefalia na região.

Estado registrou dois casos autóctones

A secretaria estadual da Saúde informou que, no início deste ano, foram confirmados apenas dois casos autóctones (com transmissão local) do vírus zika, especificamente nos departamentos regionais de Saúde de Campinas e São José do Rio Preto. Segundo a Pasta, os pacientes já foram curados e o vírus não circula dentro do Estado. “Anualmente, o Estado registra cerca de 40 casos de microcefalia, sem relação com o vírus zika”, declarou, em nota.

O Ministério da Saúde confirmou no dia 28 de novembro a relação entre o vírus zika e a microcefalia, a partir da identificação em amostras de sangue e tecidos do recém-nascido que veio a óbito no Ceará.

O neurologista infantil Rubens Wajnsztejn explica que infecções congênitas são as principais causas da microcefalia: rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus, herpes e a Aids são alguns exemplos. “O cérebro adulto pesa 1,3 kg ou até um pouco mais. Na microcefalia grave, pode pesar 100 gramas. Nos casos mais leves, tem redução de 20%, 30% e compromete, na maioria das vezes, a parte intelectual.”

O infectologista Munir Akar Ayub diz que ninguém dava muita importância ao zika vírus, que tem poucos sintomas – o principal deles, manchas avermelhadas na pele. Para o especialista, é certo que o vírus chegará ao Sudeste. “Pela transição das pessoas, que vêm e vão aos locais onde há mais registros, se alguém vier com a doença de alguma dessas regiões, pode ser picada novamente pelo Aedes Aegypti, que vai picar outras pessoas e, assim, acaba disseminando o vírus.”

Proteger-se com repelente é uma maneira de prevenir-se, porém, a melhor forma é evitar os focos do mosquito transmissor. “É preciso ficar sempre atento à própria casa e que a vizinhança faça uma vigilância bastante intensa”, alerta o clínico geral do Hospital e Maternidade Dr. Christóvão da Gama Richard Rosenblat.

Por Vanessa de Oliveira - Diário do Grande ABC
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