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DATA DA PUBLICAÇÃO 12/07/2008 | Setecidades
Região tem 218 espécies ameaçadas
Um estudo elaborado pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) mapeou 218 espécies vegetais da região ameaçadas de extinção. São árvores originárias da Mata Atlântica que sofrem com o crescimento desordenado do espaço urbano e com a poluição. Essas plantas agora fazem parte de um esforço para reflorestar o Parque do Pedroso - maior reserva desse ecossistema na região, com oito quilômetros quadrados de área.

A Mata Atlântica do Grande ABC não é nem sombra do que já foi até o início do século passado. Segundo a ONG (Organização Não-Governamental) SOS Mata Atlântica, a cobertura vegetal de nossa região foi reduzida à metade do que era em 1900. O dado pode causar arrepio nos ambientalistas, mas é uma situação melhor do que o índice total do País, que devastou 93% da mata original.

Essa floresta é considerada o bioma com maior diversidade de árvores do planeta. Justamente por isso, o reflorestamento tem de abranger essa quantidade de espécies nativas.

O programa do Semasa aproveita-se da obrigatoriedade de pessoas e empresas em fazer compensação ambiental caso derrubem árvores para obter as mudas e recobrir a área devastada do parque. Cerca de 75% das espécies replantadas têm essa origem. O restante vem de um viveiro mantido pelo Depav (Departamento de Parques e Áreas Verdes) da Prefeitura.

As mudas são plantadas por adolescentes cadastrados no projeto Desafio Jovem. São jovens vindos da área do entorno do parque - Núcleo Pintassilgo e Recreio da Borda do Campo -, que fazem profissionalização em Agroindústria Florestal.

"Do grupo original desta turma (que começou com 35 pessoas em 2007), restaram apenas 12 jovens. Eles eram todos voluntários, faziam cursos ligados ao meio ambiente, mas sem bolsa de estudos. Por isso, muitos deles foram conseguindo outros empregos e deixando o projeto para ajudar a família", explica a gerente de Educação e Mobilidade Ambiental do Semasa, Ana Cristina Villas Boas.

O reflorestamento é um trabalho de longo prazo. Inicialmente, a área precisa ser limpa, retirando-se as espécies de fora do ecossistema - eucaliptos, bambus, dracenas e espécies ornamentais. Depois, o solo precisa ser adubado.

Preparado o terreno, as covas com as mudas são abertas para mesclar as árvores que serão plantadas. Conforme os vegetais vão crescendo, a atenção é focada no controle de pragas - em especial as formigas, que são repelidas com receitas caseiras como pimenta malagueta e gergelim com casca nas áreas críticas. E os jovens têm de impedir que as espécies retiradas anteriormente voltem a brotar - e comprometer a volta da Mata Atlântica.

O projeto de reflorestamento existe desde 2005. A previsão é que, em 2009, uma nova turma de adolescentes seja selecionada para dar andamento ao projeto.

Ações locais não focam reflorestamento

O foco das ações de compensação ambiental das cidades da região tem sido impedir que o desenvolvimento econômico e o crescimento populacional diminua ainda mais a área de vegetação nativa do Grande ABC. Mas o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) segue isolado em programas para recuperar as áreas já perdidas para o desmatamento.

Há 10 anos, a Prefeitura de São Bernardo tem o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) Ecológico, em que oferece descontos de até 80% no tributo, calculado com a comparação entre a área preservada e a área construída de uma propriedade. Para ter acesso ao benefício, o contribuinte precisa fazer um cadastro no Poupatempo da cidade. Existem 500 propriedades com acesso ao benefício.

Cerca de 67% da área do município é protegida; 52% são áreas de mananciais da Represa Billings e outros 15% estão no Parque Estadual da Serra do Mar. Mas segundo a SOS Mata Atlântica, a cidade guarda apenas 50% das florestas originais.

Diadema, que mantém apenas 8% de sua mata intacta, tem um programa de compensação modesto. Se um munícipe derruba uma árvore, tem de plantar outra no mesmo terreno, em uma área adjacente ou em algum local determinado pela Prefeitura. O número de árvores que o morador deve replantar varia de acordo com o tamanho do tronco, altura e a variedade da planta (se é nativa ou nobre). A Prefeitura não passou informações sobre cortes realizados por indústrias.

Mauá tem um programa similar a Diadema, mas as exigência legais são maiores. Nesta cidade, cada árvore derrubada significa o plantio de duas novas mudas. Outro diferencial na cidade é que, a exemplo de Santo André, há uma lista de espécies nativas a serem replantadas.

Por Bruno Ribeiro - Diário do Grande ABC / Foto:
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