DATA DA PUBLICAÇÃO 23/07/2012 | Política
Região tem 1,3% dos eleitores com 16 e 17 anos
Jovens que podem votar sem obrigação legal somam 27.052 na Região. Foto: Luciano Vicioni
Para cientista político, existe desencanto pela política e falta de articulação dos partidos para atrair os jovens à militância
O ABCD tem 1,9 milhão de eleitores aptos a comparecer às urnas neste ano. Destes, 1,3% (27.052) são jovens entre 16 e 17 anos que votarão pela primeira vez mesmo sem a obrigação legal de votar.
O número de jovens com título de eleitor nesta faixa etária permaneceu quase o mesmo no comparativo com a eleição de 2010, quando 26.917 adolescentes entre 16 e 17 anos tinham o documento, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral. Somente a partir dos 18 anos, a participação na eleição é obrigatória. O voto também é opcional para os analfabetos e maiores de 70 anos.
Na opinião do cientista político e diretor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Aldo Fornazieri, existe desencanto do jovem pela política e a falta de articulação dos partidos para aglutinar os jovens em discussões e participação. Para eles, estes são motivos fortes a contribuir para para o distanciamento dos adolescentes do universo da política e também das eleições.
“O descontentamento com os políticos, os constantes escândalos e a falta de mobilização das legendas resultam na falta de interesse dos jovens. Mas acredito que este é um fenômeno que se repete no Brasil, e em outros locais do mundo, como a Europa. As pessoas estão cada vez mais desacreditadas na política”, avaliou.
Entretanto, para o professor, os jovens precisam entender que participar do processo de escolha dos seus representantes é um dever cívico e moral. “Primeiro, o jovem nesta faixa etária vota por direito e não por dever. Outro ponto importante é que participar da eleição é poder escolher o menos pior”, afirmou.
Cabeças feitas - Renan Monteiro, 16 anos, é um dos que fizeram questão de providenciar o título especialmente para votar neste ano. Disse, inclusive, que já escolheu em quem votará para prefeito e vereador. “Votarei em candidatos que têm propostas para a juventude. Não adianta ter cara bonita ou feia, o que me interessa é o que vão fazer para os jovens”, disse Renan.
A estudante Aline Maria Santos, 16 anos, disse ter recebido o incentivo dentro do próprio lar. “Meu tio adora política. Foi um espelho para mim. Tirei meu título porque passei a me interessar por política. Já escolhi até em quem vou votar”, afirmou.
No caso de Brenda Tavares, 16 anos, votar neste ano foi um incentivo dos pais, que a alertaram a observar os projetos dos candidatos. A estudante afirmou que não é comum discutir política entre os amigos, mas disse aprender sobre o assunto por meio de ensinamentos e debate com os professores.
A curiosidade foi o motivo que levou Thais Giorio, 17 anos, a tirar o título de eleitor e irá votar pela primeira vez. “Estou curiosa para saber como é participar desse processo. Agora que começou a campanha quero saber melhor sobre os candidatos e ver as propostas. Acho que é interessante participar deste processo”, disse.
Estudante afirma que falta informação
Os jovens que decidiram esperar os 18 anos para ter o título de eleitor apresentam, em sua maioria, basicamente dois motivos: falta de informação e desmoralização da política.
O estudante Mário César Rodrigues, 16 anos, queria votar nas eleições municipais deste ano, mas só ficou sabendo que poderia participar, mesmo sendo menor de idade, depois do prazo legal para tirar o título de eleitor.
“Fiquei sabendo pelo meu pai num bate-papo. Acredito que falta informação. Na internet, pouco se fala sobre isso e a escola, que deveria fazer uma mobilização e explicar a importância do voto, não faz este debate”, disse Rodrigues, que irá tirar o documento nos próximos meses, mas não poderá votar na eleição de outubro.
Para participar das eleições deste ano, o título de eleitor deveria ter sido feito até maio deste ano. A moradora de São Bernardo, Larissa Lemos, 16 anos, quer participar da eleição apenas quando for obrigatório. “Não acredito nos políticos e não tenho vontade de participar, por isso optei por não tirar o título. Só vou fazer isso quando for obrigado legalmente”, avaliou.
(Colaborou Gislayne Jacinto).
O ABCD tem 1,9 milhão de eleitores aptos a comparecer às urnas neste ano. Destes, 1,3% (27.052) são jovens entre 16 e 17 anos que votarão pela primeira vez mesmo sem a obrigação legal de votar.
O número de jovens com título de eleitor nesta faixa etária permaneceu quase o mesmo no comparativo com a eleição de 2010, quando 26.917 adolescentes entre 16 e 17 anos tinham o documento, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral. Somente a partir dos 18 anos, a participação na eleição é obrigatória. O voto também é opcional para os analfabetos e maiores de 70 anos.
Na opinião do cientista político e diretor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Aldo Fornazieri, existe desencanto do jovem pela política e a falta de articulação dos partidos para aglutinar os jovens em discussões e participação. Para eles, estes são motivos fortes a contribuir para para o distanciamento dos adolescentes do universo da política e também das eleições.
“O descontentamento com os políticos, os constantes escândalos e a falta de mobilização das legendas resultam na falta de interesse dos jovens. Mas acredito que este é um fenômeno que se repete no Brasil, e em outros locais do mundo, como a Europa. As pessoas estão cada vez mais desacreditadas na política”, avaliou.
Entretanto, para o professor, os jovens precisam entender que participar do processo de escolha dos seus representantes é um dever cívico e moral. “Primeiro, o jovem nesta faixa etária vota por direito e não por dever. Outro ponto importante é que participar da eleição é poder escolher o menos pior”, afirmou.
Cabeças feitas - Renan Monteiro, 16 anos, é um dos que fizeram questão de providenciar o título especialmente para votar neste ano. Disse, inclusive, que já escolheu em quem votará para prefeito e vereador. “Votarei em candidatos que têm propostas para a juventude. Não adianta ter cara bonita ou feia, o que me interessa é o que vão fazer para os jovens”, disse Renan.
A estudante Aline Maria Santos, 16 anos, disse ter recebido o incentivo dentro do próprio lar. “Meu tio adora política. Foi um espelho para mim. Tirei meu título porque passei a me interessar por política. Já escolhi até em quem vou votar”, afirmou.
No caso de Brenda Tavares, 16 anos, votar neste ano foi um incentivo dos pais, que a alertaram a observar os projetos dos candidatos. A estudante afirmou que não é comum discutir política entre os amigos, mas disse aprender sobre o assunto por meio de ensinamentos e debate com os professores.
A curiosidade foi o motivo que levou Thais Giorio, 17 anos, a tirar o título de eleitor e irá votar pela primeira vez. “Estou curiosa para saber como é participar desse processo. Agora que começou a campanha quero saber melhor sobre os candidatos e ver as propostas. Acho que é interessante participar deste processo”, disse.
Estudante afirma que falta informação
Os jovens que decidiram esperar os 18 anos para ter o título de eleitor apresentam, em sua maioria, basicamente dois motivos: falta de informação e desmoralização da política.
O estudante Mário César Rodrigues, 16 anos, queria votar nas eleições municipais deste ano, mas só ficou sabendo que poderia participar, mesmo sendo menor de idade, depois do prazo legal para tirar o título de eleitor.
“Fiquei sabendo pelo meu pai num bate-papo. Acredito que falta informação. Na internet, pouco se fala sobre isso e a escola, que deveria fazer uma mobilização e explicar a importância do voto, não faz este debate”, disse Rodrigues, que irá tirar o documento nos próximos meses, mas não poderá votar na eleição de outubro.
Para participar das eleições deste ano, o título de eleitor deveria ter sido feito até maio deste ano. A moradora de São Bernardo, Larissa Lemos, 16 anos, quer participar da eleição apenas quando for obrigatório. “Não acredito nos políticos e não tenho vontade de participar, por isso optei por não tirar o título. Só vou fazer isso quando for obrigado legalmente”, avaliou.
(Colaborou Gislayne Jacinto).
Assine nosso Feed RSSAs últimas | Política
25/09/2018 | Bolsonaro inicia dieta branda e faz caminhada fora do quarto, diz boletim
21/09/2018 | Bolsonaro diz nunca ter cogitado volta da CPMF e fixa postagem no seu Twitter
20/09/2018 | Ibope: Em São Paulo, Bolsonaro se isola com 30% das intenções de voto
As mais lidas de Política
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda