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DATA DA PUBLICAÇÃO 31/08/2016 | Setecidades
Região remove 246t de lixo do esgoto
 Região remove 246t de lixo do esgoto Foto: André Henriques/DGABC
Foto: André Henriques/DGABC
Em 2015, cerca de 246 toneladas de lixo foram retiradas da rede de esgoto de seis cidades do Grande ABC. O índice 4,68% superior ao registrado em 2014, quando equipes removeram 235 toneladas, tem como consequência média de 53 atendimentos diários para desobstruções de ramais e redes coletoras na região. O problema é resultado do descarte irregular de resíduos por parte da população, em especial o óleo de cozinha, papel higiênico, fraldas descartáveis, algodão hidrófilo, cotonete, absorventes e medicamentos.

Levantamento feito pelas companhias responsáveis pelo saneamento básico da região, com exceção do DAE (Departamento de Água e Esgoto) de São Caetano, mostram que, somente no ano passado, foram realizados mais de 17 mil chamados para a remoção de resíduos que impediam o pleno funcionamento do sistema de esgotamento sanitário entre as sete cidades (confira tabela acima).

“O descarte irregular desses itens mostra, cada vez mais, a falta de conscientização da população. Parcela desses materiais possui projetos específicos para o descarte correto (como é o caso do óleo de cozinha), porém mesmo tendo ciência disso, muitos optam por desprezar os resíduos de maneira incorreta”, avalia o professor Reinaldo Dias, especialista em ciências ambientais da Universidade Presbiteriana Mackenzie em Campinas.

O óleo de cozinha ainda é descartado de maneira recorrente pela população em pias, ralos ou vasos sanitários. O item é responsável não só por entupir as redes de esgoto, como também por causar o refluxo do sistema. No Grande ABC, por exemplo, diversas ONGs (Organizações Não Governamentais) e empresas especializadas recolhem o material (armazenado em garrafas PET) e trocam por sabão em pedra.

Outro material descartado de maneira irregular e que é altamente prejudicial para o meio ambiente é o medicamento. Isso porque os produtos podem atingir o lençol freático e contaminar fontes de captação de água.

Na análise do especialista, mais do que bloquear a passagem das redes coletoras, o descarte irregular de lixo também tem responsabilidade na ocorrência dos constantes alagamentos na região a cada temporal. “Os materiais impedem o fluxo do esgoto nas tubulações e, com as chuvas, acabam transportando as redes coletoras.”

O professor também cita a deficiência do saneamento básico da região. Levantamento divulgado em fevereiro pelo Ministério das Cidades apontou que 209.680 moradores do Grande ABC – o equivalente a 7,7% da população em 2014 – não eram atendidos com esgotamento sanitário naquele ano.

Para o especialista, tal situação só tem se agravado, muito em virtude da falta de avanço nas discussões acerca do tema por gestores municipais. “É importante salientar que, além do problema da falta de conscientização da população, temos a ausência de projetos do poder público para solucionar esse descarte irregular. Não vemos programas de educação intensiva sobre o tema nas escolas visando crianças e adolescentes. Pior é a falta de diálogo entre as companhias responsáveis pelo saneamento básico e as prefeituras para a criação de projetos em conjunto”, afirma Dias.

Visando amenizar os problemas de descarte irregular, em março deste ano, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) publicou boletim para a população alertando sobre os perigos da ação. Atualmente, o município gasta cerca de R$ 250 mil por mês na desobstrução da rede coletora. Com este valor seria possível comprar 5.500 hidrômetros para o município.

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que opera o serviço nos municípios de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, destacou realizar distribuição de materiais informativos em locais com alta obstrução de resíduos.

A Odebrecht Ambiental, concessionária de esgoto em Mauá, informou que faz intervenções diárias para evitar o problema classificado como “uma das maiores dificuldades enfrentadas pela companhia.”

Resíduos chegam à estação de tratamento

Embora equipes de saneamento básico trabalhem diariamente para desobstruir as redes coletoras da região, parcela significativa do lixo descartado irregularmente pela população é recolhida por peneira feita na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ABC, localizada na Avenida Almirante Delamare, na divisa de São Caetano com a Capital.

Levantamento feito pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) aponta que, no ano passado, 414,2 toneladas de resíduos foram removidas da estação de tratamento. O local é responsável por receber materiais dos sete municípios do Grande ABC e pequena parte de esgoto da Capital.

Segundo a companhia, o material encontrado no destino final do esgoto da região é referente a parcela de lixo que acabou passando pelas tubulações sem que antes as equipes fizessem a remoção dos itens, como é o caso de restos de alimentos e plásticos.

Para o professor Reinaldo Dias, especialista em ciências ambientais da Universidade Presbiteriana Mackenzie em Campinas é preciso alertar a população sobre o risco de problemas de saúde. “O descarte irregular pode causar a contaminação dos recursos hídricos”, observa.

Por Daniel Macário - Diário do Grande ABC
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