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DATA DA PUBLICAÇÃO 22/04/2013 | Economia
Região ganha 9,5% mais aposentados do que trabalhadores
Região ganha 9,5% mais aposentados do que trabalhadores Imagem Ilustrativa. Foto: visionbresil.wordpress.com
Imagem Ilustrativa. Foto: visionbresil.wordpress.com
O Grande ABC ganhou, nos últimos 12 meses, mais aposentados e pensionistas do que trabalhadores com registro em carteira. Em março, havia 373,2 mil beneficiários da Previdência Social nas sete cidades, 10.427 a mais do que no mesmo mês em 2012, conforme dados da regional de São Paulo do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Considerando a criação de emprego com carteira assinada na região, segundo informações do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), nos últimos 12 meses o saldo (contratações menos demissões) ficou em 9.514 postos. As sete cidades registraram, portanto, o ingresso de 913 aposentados e pensionistas a mais, ou 9,5% , do que profissionais com registro em CLT. O que contribuiu para essa diferença, por um lado, foi o mercado de trabalho em 2012, que seguiu o ritmo de marcha lenta da economia, e mais dispensou do que admitiu profissionais. Para se ter ideia, desde 2009, auge da crise financeira internacional, não se criava tão pouco emprego no Grande ABC.

As indústrias passaram por maus bocados devido à enxurrada de itens importados, favorecida pelo dólar baixo, na casa dos R$ 2, que fez com que perdessem pedidos. O mesmo dólar baixo, inclusive, aliado à recessão de países europeus e dos Estados Unidos, dificultou as exportações. As montadoras lançaram mão, durante o ano passado, de semanas de trabalho reduzidas, banco de horas e férias coletivas.

O ambiente de incertezas fez com que profissionais ficassem preocupados com o futuro. Esse mesmo cenário levou funcionários que estavam adiando a aposentadoria a aderir a PDVs (Programas de Demissão Voluntária) ou, ao serem demitidos da empresa justamente por terem salário mais altos ou idade avançada, a aproveitar para darem entrada no benefício. "Temos muitos metalúrgicos no Grande ABC e muitos deles já não conseguem mais espaço para se recolocar no mercado de trabalho. Hoje, a economia da região está se voltando mais a serviços e comércios", avalia o assessor da diretoria da Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Ewander Cezar Moraes.

FATOR PREVIDENCIÁRIO

Ele aponta ainda como motivo que tem levado profissionais a requererem a aposentadoria, mesmo ainda com idade ativa, é o medo de mudanças na fórmula para concessão do benefício. Hoje, o INSS usa o fator previdenciário, que leva em conta a idade do trabalhador, o tempo de contribuição e a expectativa de vida da população para que o benefício seja pago integralmente.

O tempo mínimo de contribuição é de 35 anos para homens e 30 para mulheres. A idade mínima é de 65 anos para eles e 60 para elas. Entidades sindicais e de aposentados lutam para que seja implementado o regime 85/95, que permite a solicitação do benefício quando alcançado 95 anos para homens e 85 anos para mulheres ao somar contribuição e idade (sem mínimo estabelecido). No entanto, o governo acena com a possibilidade da regra 95/105, com 95 anos para elas e 105 anos para eles, o que dificultaria a entrada no INSS. Há rumores, ainda, de que seja considerada apenas a idade do empregado, que teria de permanecer mais tempo no mercado de trabalho para então pedir seu benefício.

FUTURO

A partir de 2020 a população idosa começará a crescer de maneira expressiva, o que acarretará no aumento da demanda pelo benefício do INSS, de acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). O órgão projeta que, em sete anos, o contingente de pessoas com idade acima de 60 anos deverá atingir 30,9 milhões, o que representará 14% da população brasileira. Em 2000, eram 14,5 milhões, que representavam 8,6% do total. "Isso acontecerá por conta do aumento da expectativa de vida e da redução da taxa de natalidade", avalia a gerente do INSS de São Bernardo e Diadema Marina Reiko Iwai.

A expectativa de vida hoje, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é de 70,6 anos para os homens e de 77,7 anos para as mulheres. Em 2020, deverá ser de 79,5 anos para elas e de 87,9 anos para eles. Com as mulheres também cada vez mais inseridas no mercado de trabalho, o número de filhos cai, o que reduz também a quantidade de jovens. "Nesse cenário, em 2050 o número de aposentados irá ultrapassar o total de pessoas no mercado de trabalho. "Marina conta que o sistema vigente hoje no País, que permite a aposentadoria por tempo de contribuição e por idade, só existe no Irã e no Iraque. "Nos demais países, é estimada idade mínima, geralmente acima de 65 anos, para requerer o benefício.

Mas, para isso, sem dúvida, tem de haver condições boas para manter os profissionais no mercado de trabalho por mais tempo."

Por Soraia Abreu Pedrozo - Diário do Grande ABC
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