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Na região, 71% dos aposentados ainda trabalham
DATA DA PUBLICAÇÃO 22/01/2016 | Economia
Região elimina 43,6 mil vagas formais
Região elimina 43,6 mil vagas formais Foto: Nario Barbosa/DGABC
Foto: Nario Barbosa/DGABC
As empresas do Grande ABC eliminaram 43.614 postos de trabalho com carteira assinada em 2015. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social. O saldo (diferença entre admissões e demissões) supera em três vezes o do ano anterior e é o mais baixo desde pelo menos 2004 – início da série histórica com recorte municipal disponibilizado pela Pasta.

A situação do emprego formal na região é ainda mais alarmante se levados em conta os resultados de 2014, quando já houve saldo negativo, de 14.369 vagas. Portanto, em dois anos foram contabilizadas 57.983 demissões. O volume é maior do que toda a população de Rio Grande da Serra. Para se ter ideia da gravidade da crise, entre 2004 e 2013 as empresas do Grande ABC efetuaram 270.795 contratações de pessoas com carteira assinada. O último biênio representou fechamento de 21,4% dos postos que haviam sido abertos.

Todos os meses de 2015 registraram saldo negativo, sendo que o pior deles foi dezembro – período marcado por admissões –, com deficit de 8.988 vagas. “Isso é reflexo claro da baixa atividade econômica e de como ela tem afetado os diversos setores de atuação”, comenta o professor Sandro Maskio, coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista. Ele cita que o desaquecimento é provocado, entre outros fatores, pelo ajuste fiscal feito pelo governo federal para tentar equilibrar as contas públicas – no acumulado de 12 meses até novembro, o deficit primário divulgado pelo Banco Central foi de R$ 52,4 bilhões, equivalente a 0,89% do PIB (Produto Interno Bruto).

“O maior agente econômico no País, pensando individualmente, é o governo. Quando ele diminui o consumo, cai a demanda. Se reduz o investimento, reduz o capital na economia”, comenta Maskio, justificando os impactos do ajuste fiscal. O especialista acrescenta que os juros elevados no País (a taxa básica, a Selic, está em 14,25% ao ano) também desestimula a atividade produtiva, já que os fundos de investimento apresentam boa rentabilidade, enquanto a produção tende a gerar retorno inferior, em razão da queda na demanda.

Sem perspectiva de melhoras, o economista Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, avalia que as demissões devem continuar em ritmo acelerado neste semestre. “Acredito que a taxa de desemprego (que ficou em 7,5% em novembro) deve atingir os dois dígitos ainda no primeiro trimestre, mesmo com o ministro Nelson Barbosa (Fazenda) tentando animar o mercado (na região, o percentual já atingiu 12,2%).” Em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, Barbosa disse a investidores que o Brasil está em “processo de reequilíbrio macroeconômico”, e que o País oferece “boas oportunidades em infraestrutura e outras áreas”. “O Nelson Barbosa está parecendo aeromoça, que, mesmo com o avião caindo, continua sorrindo até o fim.”

DADOS NACIONAIS - Em todo o País, foi fechado 1,542 milhão de postos formais de trabalho em 2015, o pior resultado desde 1992 – ano em que o ex-presidente Fernando Collor de Mello sofreu impeachment. Em dezembro, o saldo também foi negativo, com 596,2 mil cortes. Apesar dos recordes, o Ministério do Trabalho faz questão de destacar que o estoque de empregos, de 39,6 milhões, é o terceiro maior da série histórica do Caged.

Setor de serviços foi o que mais encerrou postos no mês passado

Contrariando o que era tendência no Grande ABC, o setor de serviços foi o que mais cortou postos formais de trabalho em dezembro de 2015, com 4.149 demissões. Até então, a indústria era o segmento de atividade que mais eliminava vagas. No mês passado, as fábricas da região desligaram 3.137 trabalhadores.

Os outros grandes setores também tiveram saldo negativo no mês passado: construção (-935) e comércio (-776).

Na totalidade do ano, entretanto, a indústria continua sendo a recordista de demissões, com 24,5 mil dispensas. Em seguida estão serviços (-12,1 mil), comércio (-3.430) e construção (-3.386).

O professor Sandro Maskio, coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista, explica que a indústria já veio efetuando cortes ao longo de todo o ano e que, portanto, não precisou fazer grande ajuste de mão de obra em dezembro.

O economista Ricardo Balistiero, professor do Instituto Mauá de Tecnologia, comenta que a tendência é que os desempregados passem a atuar na informalidade ou que se arrisquem na abertura de negócios.

Por Fábio Munhoz - Diário do Grande ABC
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