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DATA DA PUBLICAÇÃO 25/03/2013 | Economia
Região deixa de pagar R$ 237 milhões de juros
Região deixa de pagar R$ 237 milhões de juros Imagem Ilustrativa. Foto: www.clmais.com.br
Imagem Ilustrativa. Foto: www.clmais.com.br
A taxa Selic atingiu o menor patamar histórico e os bancos iniciaram uma competição acirrada pelos clientes. Bom para os consumidores, já que esses dois pilares ofereceram, em 2012, economia aos moradores do Grande ABC da ordem de R$ 237 milhões. Esse é o montante aproximado que as famílias deixaram de pagar de juros nas operações de crédito de recursos livres. É um reflexo, de modo geral, da queda no custo de várias linhas de empréstimos, como os financiamentos de veículos, empréstimos pessoais e, até mesmo, o rotativo do cartão de crédito.

O gerente de vendas José Eduardo Gaspar percebeu essa economia. "Comprei um carro zero em agosto por R$ 33,5 mil. Dei entrada de 50% e, na hora de negociar o restante, consegui taxas de juros bem mais baixas do que em outros carros que adquiri em anos passados", conta.

Até o fim de dezembro, os consumidores da região tinham emprestado, e ainda não liquidado, aproximadamente R$ 6,2 bilhões. Desta maneira, durante os 12 meses do ano passado, os moradores pagaram cerca de R$ 2,059 bilhões de juros. É neste momento que o governo federal e os bancos entram. Se a Selic não tivesse atingindo 7,25% ao ano e as instituições não competissem pelas menores taxas, os gastos com juros chegariam R$ 2,296 bilhões. Os números são fruto de cruzamento com base em pesquisa da Fecomercio-SP e informações do BC (Banco Central).

QUEDAS - A taxa Selic é considerada o piso nacional de juros. "Claro que a transferência da redução da Selic nas taxas vai depender de cada instituição financeira. Elas avaliam vários fatores para definir isso. Mas há um entendimento de que, quando a Selic encolhe, as taxas seguem a redução", opinou o professor de Finanças Mário Amigo, que ministra aulas na Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), FIA (Fundação Instituto de Administração) e na Saint Paul Escola de Negócios.

No início de 2012, a meta da taxa básica estava em 11% ao ano. No dia 19 de janeiro, o Copom (Comitê de Política Monetária), formado pelos diretores do BC, determinou que a Selic diminuísse para 10,50%. Em março, caiu para 9,75%, em abril, 9%, em maio, 8,5%, em julho, 8%, em agosto, 7,5% e, desde outubro, ela está em 7,25%. O Copom se reúne a cada 45 dias para decidir a nova taxa. A última reunião ocorreu no dia 6.

Amigo deixou claro que os bancos consideram, para cada modalidade de crédito, o risco, o custo operacional, a tributação e, claro, as decisões do conselho. E, como empresas, sempre buscam o lucro. Mas, segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), os cerca de 30 bancos que a entidade pesquisa mensalmente consideraram a Selic e muito mais.

Enquanto a taxa básica de juros caiu 3,75 pontos percentuais em 2012, o custo médio das operações para os consumidores ficou 26,01 pontos percentuais menor. Passou de 114,84% ao ano para 88,83% ao ano. O rotativo do cartão de crédito, por exemplo, passou de 238,30% para 192,94%, redução de 45,36 pontos percentuais. "Evito, mas precisei utilizar uma vez o rotativo do cartão de crédito no ano passado. Paguei um pouco do valor e em mais duas parcelas o restante. Mas os valores não aumentaram muito", revelou a assistente técnica Juliana Pomin de Lara Olivi. Segundo ela, em outros anos, quando realizou a mesma operação, percebeu altas relevantes nas parcelas.

Na avaliação do diretor e responsável pelas pesquisas da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, a competição entre os bancos deu o maior estímulo para que os juros aos consumidores caíssem mais do que a Selic. "Em 2012, o ambiente foi de competição. Os bancos públicos puxaram as reduções das taxas e todo o mercado acompanhou."

Anefac enxerga tendência de leve diminuição das taxas

Os bancos deverão manter o caminho de redução nas taxas de juros cobradas dos consumidores nas novas operações de crédito. Esta é previsão da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

A argumentação do diretor da entidade, Miguel Ribeiro de Oliveira, está baseada na continuidade da competição entre os bancos para atrair mais clientes. Neste mês, por exemplo, algumas das maiores instituições financeiras que atendem os consumidores disputaram a liderança das menores taxas para a linha de antecipação da restituição do Imposto de Renda. A Caixa Econômica Federal foi a mais agressiva até a semana passada, quando diminuiu os juros para 1,57% ao mês e tomou conta do topo da lista.

Oliveira diz que a inadimplência, fator determinante na precificação do crédito, apresenta tendência de queda, o que também estimulará movimento de redução dos juros. Para ele, os atrasos diminuirão pelo estímulo do ambiente positivo de emprego e renda.

Financeiras registram maior queda

Os empréstimos pessoais de financeiras, seguidos do rotativo do cartão de crédito, apresentaram as maiores reduções médias nas taxas de juros entre dezembro de 2011 e o mesmo mês no ano passado. Segundo as pesquisas de juros da Anefac, a primeira operação teve queda de 46,71 pontos percentuais na taxa anualizada e, a segunda, 45,36 pontos.

Mas ambas ainda vestem a camisa dos empréstimos mais caros às famílias. A operação das financeiras caiu de 170,92% ao ano para 124,21%, e continua 116,96 pontos percentuais superior à Selic, juros básicos do País. No caso do plástico, passou de 238,30% ao ano para 192,94%.

Os juros dos parcelamentos no comércio encolheram 25,90 pontos percentuais, para 61,22% ao ano. E os empréstimos pessoais dos bancos diminuíram 22,61 pontos percentuais em 12 meses encerrados em dezembro, atingindo 41,42% ao ano. No caso do cheque especial, que figura na lista dos mais caros, com 146,83% ao ano, a redução foi de 15,25 pontos percentuais. E os financiamentos de veículos baratearam 9,7 pontos, para 19,84% ao ano.

Por Pedro Souza - Diário do Grande ABC
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