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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/10/2011 | Política
Região debate o fim da sacola plástica
Região debate o fim da sacola plástica  Coletores recolhem lixo: predomínio de sacolas que podem não ser mais distribuídas. Foto: Amanda Perobelli
Coletores recolhem lixo: predomínio de sacolas que podem não ser mais distribuídas. Foto: Amanda Perobelli
Apesar de não existir lei estadual que determine o fim das sacolas plásticas, cidades da Região estudam abolir as sacolinhas ou já aprovaram leis municipais que impõem a proibição. No ABCD, a primeira proposta a ser aprovada partiu da Câmara de Santo André, mas ainda precisa da sanção do prefeito Aidan Ravin. Além de servir para transportar produtos comprados em supermercados e mercearias, as sacolas têm um uso informal importante: o de embalar o lixo de boa parte das residências.

É aí que começa a polêmica. O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, é contra a proibição pura e simples do uso das sacolas plásticas. Mesma posição tem o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage.

Na Capital, a proibição das sacolas plásticas entra em vigor em 1º de janeiro de 2012. As grandes redes de hipermercados se comprometeram a abolir a distribuição gratuita das sacolas plásticas derivadas de petróleo em todas as lojas do Estado, a partir de junho de 2012.

Polêmica - O prefeito de Santo André, Aidan Ravin, sinalizou a intenção de sancionar o projeto de lei que proíbe as sacolas na cidade. “O tema está sendo discutido em nível estadual, então não tenho muito o que questionar. Até porque é algo para um bem maior”, falou. O projeto de lei pretende reduzir o descarte desse material no meio ambiente, por meio do incentivo do uso das sacolas reutilizáveis e das ecobags (sacolas de pano).

O prefeito Luiz Marinho é contra a extinção das sacolas plásticas e no último dia 21 assinou um Termo de Cooperação Técnica para o uso racional das sacolas de plástico no município. “Acredito que muitos governantes estão tomando medidas equivocadas proibindo o uso da sacola plástica. Com esta medida o coerente seria proibir a geração de lixo na cidade, e isso não é possível”, argumentou.

O chefe do Executivo de São Bernardo disse ainda que há mitos sobre a questão da poluição deste material. “A conscientização da população e dos empresários é o primeiro passo para solucionar o problema”, frisou. Para Marinho, o trabalho no município contribuirá para alertar outras cidades e o próprio governo do Estado. “Não podemos permitir que o Estado aprove uma lei equivocada para abolir as sacolas”, afirmou.

Sacos pretos - Entre as dúvidas do presidente da Abief (Associação Brasileira da Indústria de embalagens Plásticas Flexíveis), Alfredo Schmitt, sobre a proibição das sacolas plásticas estão o descarte do lixo doméstico e os efeitos na saúde pública. “Se tivermos de comprar sacos plásticos pretos, então isso não é uma discussão ambiental, mas econômica”, afirmou.

A dúvida sobre o descarte do lixo doméstico preocupa o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage. “Será que voltaremos a usar os latões de lixo onde misturávamos todos os resíduos?”, questionou. Lage ainda lembrou que o preço das sacolas é embutido no valor dos produtos. “Com o fim das sacolas haverá a redução dos preços dos produtos?”

Para a Abief, o fornecimento de sacolas mais resistentes, certificadas pela Norma da ABNT 14.937, evita o uso em duplicidade, incentiva o uso responsável e combate o desperdício das sacolas plásticas. “São Bernardo buscou o diálogo, e não a imposição para resolver o problema”, avaliou Schmitt sobre a decisão do município em apoiar a criação da Escola Nacional de Consumo Consciente. Lage concorda com a associação e aposta na educação ambiental, coleta seletiva e reciclagem. “O uso sustentável das sacolas plásticas é a solução”, destacou.

Ministra - A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse, com exclusividade ao ABCD MAIOR, ser favorável ao banimento da sacola plástica. “Esse material é tóxico e o custo ambiental é altíssimo, portanto, leva a uma situação não sustentável”, comentou.

Porém, a ministra esclareceu que esse posicionamento não significa que não se possam discutir períodos de transição, de novas tecnologias de plástico ou educação ambiental para mudança de comportamento e bom uso da sacola. “O importante é que as pessoas tenham opções”, destacou.

Grandes redes - As grandes redes de hipermercados realizam campanhas de conscientização para diminuir ou eliminar o uso das sacolas plásticas.

As lojas do Wal-Mart concedem R$ 0,03 de desconto por sacola plástica não utilizada pelo cliente. Já o Grupo Pão de Açúcar e a rede Carrefour Brasil assumiram o compromisso de eliminar a distribuição gratuita de sacolas plásticas em todas as lojas até junho de 2012 e 2014, respectivamente.

Projetos nas cidades variam - No ABCD, a questão da proibição da sacola plástica varia de cidade para cidade. O projeto de lei proposto pelo vereador de Santo André José Ricardo Dias (PSB) prevê prazo de adequação de três e dois anos para as microempresas e empresas pequenas, respectivamente, além de um ano para as empresas de grande porte ou hipermercados.

Atualmente, nenhuma outra cidade da Região possui estudos ou projetos que visem a abolição das sacolas plásticas. Em Mauá, o vereador Adimar José da Silva (PSDB), o Edimar da Reciclagem, levantou a discussão em 2009, mas o tema não seguiu adiante.

Conscientização - Em São Caetano existe um projeto de lei, de autoria do vereador Sidnei Bezerra da Silva (PSB), para realização de uma campanha de conscientização sobre os malefícios causados ao meio ambiente pelo uso das sacolas plásticas. Na justificativa, o parlamentar explicou que os consumidores precisam se conscientizar sobre os problemas causados pela utilização em larga escala do plástico.

Biodegradáveis - Com a proibição das sacolas plásticas, o vereador de Santo André José Ricardo Dias acredita que será incentivado o uso das sacolas biodegradáveis. Dados da Secretaria Estadual do Meio Ambiente apontam que as sacolas biodegradáveis entram em decomposição em dois meses em aterro e em até 180 dias em usina de compostagem, enquanto as sacolas comuns levam 100 anos. “A troca é benéfica”, comentou o vereador.

Para Schmitt, a substituição das sacolas plásticas por biodegradáveis é totalmente inviável. “Esse material é produzido apenas na Alemanha e a quantidade é insuficiente”, revelou. O empresário ainda argumentou que a sacola plástica significa apenas 0,2% dos resíduos sólidos urbanos e, portanto, não seria a vilã da história.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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