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Faixa apagada coloca pedestre em risco
DATA DA PUBLICAÇÃO 08/04/2012 | Setecidades
Região conta apenas com 23 quilômetros de ciclovias
Região conta apenas com 23 quilômetros de ciclovias  Ciclovia na avenida Café Filho, em São Bernardo. Foto: Amanda Perobelli
Ciclovia na avenida Café Filho, em São Bernardo. Foto: Amanda Perobelli
Usuários reclamam da falta de vias específicas para quem anda de bicicicleta

Escapar do estresse do trânsito, economizar nos gastos com transporte urbano e de quebra ajudar o meio ambiente. Os motivos dos adeptos da bicicleta como alternativa de transporte são diversos e a figura do ciclista é cada vez mais comum nas vias da Região. No entanto, ainda faltam espaços que ofereçam segurança para os que não abrem mão da “magrela” no dia a dia.

Atualmente o ABCD possui pouco mais de 23 km de ciclovias e ciclofaixas em São Caetano, Mauá, São Bernardo e Santo André. Em Diadema e Ribeirão Pires não existem vias especificas para tráfego de ciclistas. Rio Grande da Serra não retornou à reportagem até o fechamento desta edição.
O espaço é inferior ao da cidade de Santos, que tem as ruas planas a seu favor e possui malha cicloviária de 30 km. Na Capital, são 133,5 km de extensão divididos em rota de bicicleta, ciclovia, ciclofaixa de lazer e ciclofaixa definitiva.

Quem utiliza as vias do ABCD diariamente reclama da falta de alternativas. É o caso do conferente Rafael Ferreira Esteves, 22 anos, que mora no Jardim Claudia, em São Bernardo, e trabalha no Centro da cidade. Há dois meses ele decidiu pôr fim ao tempo que perdia no trânsito e passou a ir trabalhar de bicicleta.

Se antes Rafael levava uma hora e meia para chegar ao emprego, hoje 20 minutos são suficientes. A economia também está no bolso, já que gastava R$ 220 mensais por quatro conduções diárias. Porém, o conferente relata que também existem desvantagens. “Agora mesmo quase fui atropelado, estava passando no canto e o cara jogou o carro pra cima de mim. Mas isso é normal, já estou acostumando.”

Respeito - Já o surfassagista (trabalha na fabricação de lentes de óculos) Antônio Eduardo Filho, 43, garante que nunca sofreu acidentes ao longo dos três anos em que optou pela bicicleta. Ele acredita que isso ocorre por conta dos cuidados com a segurança, como utilização de capacete e roupa apropriada.

Antônio trabalha e mora em Santo André e critica a falta de espaços seguros para ciclistas. “Na maioria das vezes acabo indo no trânsito mesmo, não tem jeito. Como uso os equipamentos, a maioria dos motoristas respeita, mas sempre tem um ignorante. Uma vez um motorista de ônibus parou no farol e falou para eu andar na calçada, achou que eu estava ocupando espaço”, relatou.

Além da economia de tempo e dinheiro, o surfassagista afirma que a bicicleta lhe proporcionou mais qualidade de vida. “Ganhei mais fôlego e condicionamento físico. Antes usava calça 46, hoje uso 42.”

Esgotamento - Para o especialista em transporte do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Creso de Franco Peixoto, o automóvel vive um processo de esgotamento e a bicicleta deve ser vista como transporte alternativo viável e sustentável.

Peixoto é contrário à ampliação das ciclofaixas, que são faixas feitas nas vias de tráfego e que, ao contrário das ciclovias, não possuem qualquer separação física dos demais veículos, o que aumenta as chances de acidentes.

O especialista ressalta ainda que, além da ampliação de vias seguras, o investimento em educação também é essencial. “Enquanto a bicicleta não passar a ser aceita, o poder público precisa investir em proteção, já que os ciclistas, ao lado dos pedestres, são os mais fracos na pirâmide do transporte.”

Planos regionais - O transporte feito por bicicleta está incluído no Plano de Mobilidade Regional do Consórcio Intermunicipal, entidade que reúne os sete prefeitos do ABCD. O projeto ainda está em fase de contratação, mas algumas prefeituras já realizam ações para expansão das vias para ciclistas.

Em São Bernardo está sendo construída ciclovia de 1,7 mil metros de extensão na avenida João Firmino, Bairro Assunção, local que possui tráfego intenso, geralmente de moradores do Bairro Alvarenga que seguem para o Centro. Também há planos de instalação na avenida Amazonas (Vila São Pedro) e ampliação da ciclovia na avenida Pery Ronchetti, construída em 2009 e que recebeu o nome de Henrique Salles Capuccini, que morreu em 2008, aos 17 anos, atropelado por um ônibus quando andava de bicicleta em uma rua na cidade.

Mauá planeja expandir as vias para ciclistas de 10 km para 30 Km. No entanto, o projeto está parado e será retomado daqui a aproximadamente dois meses, quando o Programa de Recapeamento de Ruas e Avenidas for finalizado.

Ciclofaixa - São Caetano, que possui 5 km de vias para ciclistas, inaugurou recentemente uma ciclofaixa na avenida Tijucussu, que se estende até o Parque Linear da avenida Kennedy. Aos domingos, há interdições no tráfego para privilegiar o fluxo de ciclistas.

Em Santo André, que conta com mais 5 km de ciclovias, está em execução a implementação de espaço para bicicletas na avenida Lauro Gomes, além de estudos para construção de via na estrada do Pedroso e avenida Firestone.

Diadema e Ribeirão Pires informaram que existem estudos para viabilizar a implementação de ciclovias nas cidades.

Segurança para iniciantes - Andar de bicicleta dividindo espaço com veículos motorizados requer alguns cuidados. Quem tiver interesse em testar a alternativa pode contar com o apoio dos Bike Anjos, grupo de voluntários que auxiliam ciclistas iniciantes a pedalar com segurança nas grandes metrópoles. O serviço está disponível em vários Estados e atende também o ABCD.

O piloto de teste Robson Cameirino Teles, 39 anos, mora e trabalha em São Bernardo e é um dos voluntários que orientam os novatos. Há três anos ele abandonou o automóvel e passou a incluir a bicicleta em suas atividades diárias. Hoje auxilia pessoas que querem seguir pelo mesmo caminho e dá dicas de direção defensiva para tornar o trajeto mais seguro.

“A pessoa faz o cadastro no site e marcamos um dia para começar. Ela mostra o caminho que quer fazer e tentamos evitar ao máximo as avenidas grandes, tentamos criar uma ciclorrota. O medo inicial é normal e mostramos para a pessoa que quando você sabe ocupar seu espaço, o motorista desvia”, explicou.

Cuidados - O orientador afirma que a maioria dos acidentes acontece com ciclistas amadores que não tomam cuidados básicos. “Todo biker tem que ser visto, quanto mais atenção você chamar, mais o motorista vai desviar.”

Apesar de o Código Nacional de Transito não considerar obrigatória a utilização do capacete, Teles aconselha o uso do equipamento. Óculos de proteção, luva e farol também são indicados.
Andar na contramão e utilizar fones de ouvido são fatores que contribuem para acidentes. “Trafegar pela calçada também é errado, a calçada foi feita para pedestres”, afirmou. Quem quiser conhecer melhor o trabalho do grupo ou mesmo receber ajuda dos Bike Anjos, basta acessar o site http://bikeanjo.com.br/.

Bicicletários - Os bicicletários instalados no ABCD são utilizados diariamente por ciclistas que fazem integração com transporte público. A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) disponibiliza o serviço em dois terminais metropolitanos da Região.

No de São Bernardo são 68 vagas, sendo que 1.110 bicicletas foram estacionadas no local apenas no mês de fevereiro. Em São André, o bicicletário é parceria com a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e fica ao lado da estação de trem, no Centro. São 334 vagas e a EMTU estima que 1.285 bicicletas foram alocadas no espaço em fevereiro. Há ainda estudos para a criação de postos nos terminais de Piraporinha e Diadema.

O serviço é gratuito e para utilizá-lo é preciso fazer cadastro mediante apresentação de documento com foto. O usuário deve trazer dispositivo de segurança, como cadeado e trava. Os espaços funcionam das 6h às 22h em dias úteis e das 6h às 20h aos finais de semana e feriados.

Em Mauá a opção é o bicicletário administrado pela Asco Bike (Associação dos Condutores de Bicicletas de Mauá), organização não governamental criada em 2001 com objetivo de encontrar espaço para as bicicletas que eram deixadas amarradas próximas à estação de trem do município. Em espaço cedido pela CPTM, a associação estima que sejam atendidos diariamente 1,7 mil usuários.

Para não associados, a diária custa R$ 1, enquanto associados pagam taxa de R$ 10 por mês e têm descontos em reparos e peças para bicicletas. Mais informações no site http://ascobike.org.br/.

Por Rosângela Dias - ABCD Maior
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