DATA DA PUBLICAÇÃO 21/07/2015 | Educação
Rede estadual repõe aulas sem merenda nem conteúdo
Reposição de aulas da rede pública estadual é feita sem merenda, denuncia a Apeoesp. Foto: Andris Bovo
Problema na distribuição de merenda e redução de conteúdo reposto prejudicam estudantes da rede
Professores da rede estadual de ensino do ABCD estão enfrentando uma série de dificuldades para repor as aulas perdidas durante os três meses de greve da categoria, entre março e junho deste ano. Entre as principais estão a falta de merenda e a reposição de conteúdo.
Por conta do período de férias e ausências das funcionárias da cozinha, a alimentação enviada seria a chamada merenda seca, composta por itens que não necessitam de cozimento, como bolachas e frutas. Em unidades como a escola estadual São Pedro, no Montanhão, em São Bernardo, o fornecimento não tem acontecido, o que reflete na ida dos estudantes à escola no período de férias.
“A reposição já tem baixa adesão porque é período que tradicionalmente os alunos ficam em casa. E os que decidem participar enfrentam esse tipo de problema”, relatou Paulo Neves, da subsede de São Bernardo da Apeoesp, o sindicato dos professores. Um ofício foi enviado na semana passada à diretoria de ensino para relatar o problema, mas o sindicato ainda não obteve resposta.
ORIENTAÇÃO
Em nota, a Secretaria de Educação do Estado disse ter orientado que as escolas definissem o calendário de reposição em conjunto com a comunidade escolar e que as unidades foram aconselhadas a utilizar o banco disponível com 35 mil professores substitutos durante o período da greve.
A pasta afirma ainda que todas as escolas estaduais têm estoque de merenda escolar, que está sendo reforçado mediante as solicitações de cada unidade, conforme seu calendário de reposição.
Na volta, professores encontram cadernos em branco
A reposição do conteúdo também é apontada pelos educadores como um dos maiores entraves nas escolas estaduais. Isso porque, durante o período de paralisação, professores eventuais assumiram as salas de profissionais que aderiram ao movimento, o que, na teoria, significaria que os estudantes não perderam aula. Na prática, o que alguns professores perceberam no retorno da greve foi bem diferente.
Iraci Lacerda leciona Português na escola Antonio Adib Chamas, no Jardim Santa Cristina, em Santo André. Quando voltou ao trabalho, soube que uma professora de Ciências ficou em seu lugar. No caderno dos alunos, raras páginas preenchidas mostravam que pouco foi feito durante sua ausência.
“Nossa briga agora é para que o professor possa repor o conteúdo. Eu teria que repor 280 aulas, mas a escola só autorizou 40, alegando que só iria repor se não tivesse professor eventual”.
Ana Paula Miriani, conselheira estadual da Apeoesp e professora de Português na escola Visconde de Taunay, em Santo André, vive situação parecida.
Menos aulas
“Eu teria 388 aulas para repor, mas só foram autorizadas 69. Tem aluno meu que o último conteúdo no caderno é de 11 de março, antes de eu entrar em greve. Depois disso, o caderno está em branco”, descreveu.
Após a suspensão da greve, em 12 de junho, a secretaria estadual informou que, caso fosse preciso, a reposição seria discutida de acordo com a necessidade da escola. Os professores ouvidos pelo ABCD MAIOR, no entanto, afirmam que não houve participação da comunidade escolar na discussão do tema.
Com dois filhos na rede estadual, um pai, que não quis se identificar por temer represálias, ressaltou a preocupação com a perda de conteúdo. “Tenho uma filha no 3º ano que preferiu não prestar o Enem neste ano por causa disso”, afirmou.
Professores da rede estadual de ensino do ABCD estão enfrentando uma série de dificuldades para repor as aulas perdidas durante os três meses de greve da categoria, entre março e junho deste ano. Entre as principais estão a falta de merenda e a reposição de conteúdo.
Por conta do período de férias e ausências das funcionárias da cozinha, a alimentação enviada seria a chamada merenda seca, composta por itens que não necessitam de cozimento, como bolachas e frutas. Em unidades como a escola estadual São Pedro, no Montanhão, em São Bernardo, o fornecimento não tem acontecido, o que reflete na ida dos estudantes à escola no período de férias.
“A reposição já tem baixa adesão porque é período que tradicionalmente os alunos ficam em casa. E os que decidem participar enfrentam esse tipo de problema”, relatou Paulo Neves, da subsede de São Bernardo da Apeoesp, o sindicato dos professores. Um ofício foi enviado na semana passada à diretoria de ensino para relatar o problema, mas o sindicato ainda não obteve resposta.
ORIENTAÇÃO
Em nota, a Secretaria de Educação do Estado disse ter orientado que as escolas definissem o calendário de reposição em conjunto com a comunidade escolar e que as unidades foram aconselhadas a utilizar o banco disponível com 35 mil professores substitutos durante o período da greve.
A pasta afirma ainda que todas as escolas estaduais têm estoque de merenda escolar, que está sendo reforçado mediante as solicitações de cada unidade, conforme seu calendário de reposição.
Na volta, professores encontram cadernos em branco
A reposição do conteúdo também é apontada pelos educadores como um dos maiores entraves nas escolas estaduais. Isso porque, durante o período de paralisação, professores eventuais assumiram as salas de profissionais que aderiram ao movimento, o que, na teoria, significaria que os estudantes não perderam aula. Na prática, o que alguns professores perceberam no retorno da greve foi bem diferente.
Iraci Lacerda leciona Português na escola Antonio Adib Chamas, no Jardim Santa Cristina, em Santo André. Quando voltou ao trabalho, soube que uma professora de Ciências ficou em seu lugar. No caderno dos alunos, raras páginas preenchidas mostravam que pouco foi feito durante sua ausência.
“Nossa briga agora é para que o professor possa repor o conteúdo. Eu teria que repor 280 aulas, mas a escola só autorizou 40, alegando que só iria repor se não tivesse professor eventual”.
Ana Paula Miriani, conselheira estadual da Apeoesp e professora de Português na escola Visconde de Taunay, em Santo André, vive situação parecida.
Menos aulas
“Eu teria 388 aulas para repor, mas só foram autorizadas 69. Tem aluno meu que o último conteúdo no caderno é de 11 de março, antes de eu entrar em greve. Depois disso, o caderno está em branco”, descreveu.
Após a suspensão da greve, em 12 de junho, a secretaria estadual informou que, caso fosse preciso, a reposição seria discutida de acordo com a necessidade da escola. Os professores ouvidos pelo ABCD MAIOR, no entanto, afirmam que não houve participação da comunidade escolar na discussão do tema.
Com dois filhos na rede estadual, um pai, que não quis se identificar por temer represálias, ressaltou a preocupação com a perda de conteúdo. “Tenho uma filha no 3º ano que preferiu não prestar o Enem neste ano por causa disso”, afirmou.
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