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DATA DA PUBLICAÇÃO 17/05/2013 | Setecidades
Recolhimento de resíduos perigosos ainda engatinha no ABCD
Recolhimento de resíduos perigosos ainda engatinha no ABCD Equipamento do Semasa tritura lâmpadas, separando metais pesados e mercúrio dos cacos de vidro, o que permite a reciclagem das partes; hoje o Brasil importa mercúrio, o que seria evitado com mais reciclagem. Foto: Adonis Guerra
Equipamento do Semasa tritura lâmpadas, separando metais pesados e mercúrio dos cacos de vidro, o que permite a reciclagem das partes; hoje o Brasil importa mercúrio, o que seria evitado com mais reciclagem. Foto: Adonis Guerra
Terceira reportagem da série mostra que apenas duas prefeituras da Região coletam e destinam corretamente pilhas, baterias e lâmpadas;

Além de misturar resíduos orgânicos e recicláveis, os moradores do ABCD se acostumaram a descartar resíduos perigosos, como pilhas, baterias, lâmpadas e telhas de amianto, no lixo comum ou mesmo em terrenos baldios. Compostos por metais pesados e outras substâncias tóxicas e cancerígenas à saúde e agressivas ao meio ambiente, tais resíduos precisam ser separados, descontaminados, antes de ser reciclados, mas atualmente dois fatores atrapalham esse processo. O primeiro está no desconhecimento da população sobre o risco dos materiais e o outro na falta de pontos de coleta no ABCD.

Apesar de a coleta de materiais perigosos não ser de responsabilidade das prefeituras, na Região, apenas Santo André e Ribeirão Pires oferecem o serviço. “Sem saber onde descartar, os materiais iam parar em rios e terrenos baldios da cidade, o que colocava em risco a saúde da população e do meio ambiente”, esclareceu o assistente da Diretoria de Resíduos Sólidos do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Ednilson Ferreira dos Santos. O recolhimento de resíduos perigosos é realizado desde 2007 nas 16 estações de coleta e nos 53 PEVs (Pontos de Entrega Voluntária) do município.

Por mês, o Semasa recolhe cerca de 250 kg de pilhas e baterias, mil unidades de lâmpadas e, entre janeiro e abril deste ano, arrecadou 133 toneladas de telhas de amianto. Os resíduos vão para aterro industrial em Caieiras e para empresa de Reciclagem de Suzano que aproveita 100% dos componentes de pilhas e baterias, inclusive metais pesados, utilizados na fabricação de pigmentos e tintas. Em março deste ano, o Semasa teve de destinar 3 toneladas de pilhas e baterias que se acumularam, nos últimos anos, no aterro municipal. “Hoje o processo está normalizado e é realizado mensalmente”, afirmou Santos.

Descontaminação - Além de recolher as lâmpadas, o Semasa faz um processo de descontaminação. O equipamento tritura a lâmpada, separando os metais pesados e mercúrio dos cacos de vidro, permitindo a reciclagem das partes. “Hoje o Brasil importa mercúrio, sendo que a quantidade que temos em materiais a serem reciclados é o dobro do que precisamos”, revelou Santos. O mercúrio é usado na produção de eletroeletrônicos e os cacos de vidros em cristais.

Além do Semasa, os moradores de Santo André também contam com o Instituto de Proteção Ambiental, que recolhe gratuitamente, em domicílio, materiais perigosos e lixo eletrônico (qualquer aparelho que utilize energia elétrica). “Cansei de ver tanta matéria- prima desperdiçada, então decidi recolher e vender. Tudo volta à cadeia produtiva”, comentou o presidente fundador do instituto, Jaime Mendes. O serviço também é oferecido em São Bernardo. “Queremos expandir para todo o ABCD, mas nos faltam recursos e pessoal”, avaliou. Os interessados em agendar um dia e horário podem ligar para o telefone 9 6870-2726 e falar com Jaime.

Apesar de não recolher lâmpadas ou telhas de amianto, Ribeirão Pires coleta pilhas e baterias junto com o lixo eletrônico, no trailer destinado para a coleta no Centro da cidade e pelo caminhão da coleta seletiva. Entre agosto a dezembro do ano passado, com exceção das pilhas que não foram contabilizadas, o município arrecadou 120 baterias. Todo o material arrecadado segue para a Cooperpires (Cooperativa de Materiais Recicláveis de Ribeirão Pires).

Logística reversa depende de prefeituras

O novo olhar que a Política Nacional de Resíduos Sólidos traz para os resíduos também se reflete nos materiais perigosos. A chamada logística reversa estipula que os fabricantes, distribuidores e comerciantes são responsáveis por recolher, reaproveitar, reciclar ou realizar a destinação final ambientalmente adequada dos resíduos classificados como perigosos. Já as prefeituras devem fiscalizar e estimular a correta destinação. Para o grupo de meio ambiente do Ciesp (Centro de Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, o apoio e a parceria das prefeituras serão fundamentais no processo.

“A lei é nova, abrangente e trata de mudanças de paradigmas. Precisamos da parceria dos governantes, alguém que mostre o caminho das pedras. Porém, ao invés disso, vemos cada um por si, o tempo passa e ficamos cada vez mais preocupados”, analisou o diretor do grupo de meio ambiente do Ciesp São Bernardo, Luiz Roberto Tombolato. Lâmpadas, pilhas, baterias, pneus, óleos lubrificantes, eletroeletrônicos, agrotóxicos e medicamentos estão nesta lista obrigatória da logística reversa.

Outro receio dos empresários, para colocar a lei em prática, está na diversidade do parque industrial. “Isso significa que teremos de aumentar a eficiência da coleta, manuseio e destinação final, ou seja, teremos de investir”, ressaltou Tombolato. Na visão do diretor de meio ambiente do Ciesp, não dá para falar de logística reversa enquanto não se falar de política fiscal simplificada. “Os empresários precisam ser estimulados a fazer isso”, observou. Para Tombolato, a lei precisa ser, acima de tudo, educativa. “Esperamos que a lei não seja usada como máscara do meio ambiente para punir”, concluiu.

Hipermercados - Na Região, o Grupo Pão de Açúcar (dos hipermercados Extra, Pão de Açúcar e Extra Minimercado) e a Coop recolhem pilhas, baterias, óleo de cozinha, aparelhos eletrônicos e materiais recicláveis de um modo geral nas unidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires. De todas as unidades, a que mais de destaca, por receber a maior variedade de resíduos, é o Extra Anchieta (rua Garcia Lorca, 301, São Bernardo).


Coleta de óleo e pneus também é tímida na Região

Apesar de não serem classificados como materiais perigosos, óleo de cozinha e pneus, se descartados incorretamente, também podem causar danos ao meio ambiente e à saúde. Das sete prefeituras, apenas Santo André, Mauá e Ribeirão Pires coletam esses materiais. Diadema estuda a inclusão desses resíduos e dos perigosos no Plano Municipal de Resíduos Sólidos, em elaboração. Já São Caetano e São Bernardo apenas apontaram não serem responsáveis por tal recolhimento.

Tanto Santo André como Ribeirão Pires têm convênio com a Reciclanip, programa de reciclagem da Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos) para recolher pneus. No acordo, as prefeituras ficam responsáveis por coletar e armazenar os pneus até que a Reciclanip possa recolhê-los e dar a destinação final. O Semasa, em Santo André, recolhe 80 toneladas de pneus por mês. Em Ribeirão, são mil unidades.

“Os pneus podem acumular água e proliferar o mosquito da dengue. Se queimados, geram fumaça tóxica”, explicou o assistente da Diretoria de Resíduos Sólidos do Semasa, Ednilson Ferreira dos Santos. Em relação ao óleo, Santo André recolhe em 16 estações e depois repassa para cooperativas de reciclagem. O mesmo é feito em Ribeirão, onde o material vai para fabricação de biodiesel. Em Mauá, a coleta de óleo e pneus é realizada em dez ecopontos.

O Instituto Triângulo oferece 53 pontos de coleta de óleo no ABCD. Os locais estão no site www.triangulo.org.br.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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