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DATA DA PUBLICAÇÃO 22/10/2015 | Setecidades
Reclamação por falta de água aumenta 66% no ABCD
Reclamação por falta de água aumenta 66% no ABCD Na casa de Katia Suzana Justino da Silva, água chega às 5h da manhã: 'Neste fim de semana ficamos dois dias sem água'. Foto: Andrea Iseki
Na casa de Katia Suzana Justino da Silva, água chega às 5h da manhã: 'Neste fim de semana ficamos dois dias sem água'. Foto: Andrea Iseki
Para especialistas, manobra realizada pela Sabesp nada mais é do que racionamento seletivo

Desde o início da crise hídrica é comum o cenário de caixas d’água vazias e torneiras secas. Conforme o nível dos reservatórios abaixa, mais bairros são atingidos pela redução da pressão da água, que tem deixado mais lugares sem abastecimento.

Não é à toa que cresceu em 65,8% o número de reclamações por falta de água recebidas pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) feitas por consumidores abastecidos pelo braço Rio Grande, represa Billings, o que inclui São Bernardo, Diadema e 50% de Santo André.

Entre janeiro e julho de 2014, a Sabesp recebeu 9.526 reclamações dos consumidores do ABCD por falta de água. Neste ano, no mesmo período, foram 15.795 queixas, média de 74 reclamações por dia ou três por hora nas cidades do ABCD abastecidas pela Billings. O levantamento é do site Fique Sabendo, com base em dados fornecidos pela Sabesp por meio da Lei de Acesso à Informação (nº 12.527).

“Esse número pode ser maior, pois temos informações de que a Sabesp manipula esses dados internamente, marcando as reclamações não como falta de água, mas como problema de manobra”, argumentou Hamilton Rocha, do Coletivo de Luta pela Água. Na Grande São Paulo, o número saltou de 162.316 queixas (32 por hora) para 255.093 (50 a cada hora, em média).
PERIFERIA MAIS AFETADA

Para o membro do Coletivo da Luta Pela Água, os dados evidenciam ainda mais o racionamento disfarçado na Região Metropolitana. “E é um racionamento seletivo, pois o abre e fecha dos reservatórios atinge principalmente as partes mais altas das cidades, onde mora a população mais pobre”, afirmou Rocha.

O especialista explicou que esse fenômeno ocorre porque faltam bombas para pressurizar as redes de água ou as mesmas não funcionam direito. “Mesmo quando a Sabesp abre os registros dos reservatórios não dá tempo de a água chegar nessas áreas altas, porque logo eles fecham novamente.”

A Sabesp vê com naturalidade a alta de reclamações. Em nota, explicou que com a redução da produção de água de 27% desde o início da crise hídrica, era previsível que o número de reclamações aumentasse no período. “Nos meses de janeiro e fevereiro de 2014, a produção de água se mantinha acima dos 71 metros cúbicos por segundo e as ações para combater o desperdício ainda não tinham sido implantadas. Em julho de 2015, a produção caiu para 51,8 m³/s”, informou.

Moradores da Região sofrem com torneiras secas

Se tem água de manhã, falta no período da tarde. Se tem à noite, falta no período da manhã. Essa é a rotina que vários bairros do ABCD têm vivenciado ao longo desse período de crise hídrica. E ficar com as torneiras secas apenas um dos períodos do dia já é considerado um privilégio, pois em várias partes da Região moradores ficam dois, três ou até mais dias sem uma gota. Reclamações são feitas na página do ABCD MAIOR diariamente.

“Todo dia falta água e às vezes o que vem à noite não enche a caixa d’água. A solução é economizar ao máximo”, disse a dona de casa Aurora Andrade Martins, moradora da rua Germânia, Parque Novo Oratório, em Santo André. Mudanças na hora do banho e o reaproveitamento da água da máquina de lavar roupa estão entre as adaptações. “No final de semana, meu filho que mora na rua Cáucaso [mesmo bairro], teve de vir tomar banho aqui, pois ficou três dias sem água”, relatou.

Já na casa de Kátia Suzana Justino C. da Silva, 46 anos, que mora na rua Evangelista de Souza, também no Parque Novo Oratório, a água costuma chegar por volta das 5h da manhã. “Neste fim de semana ficamos dois dias sem água. Aí é aquele transtorno, né? Mas tem lugar em São Paulo que não chega água nas torneiras há dois anos, então ainda estamos bem”, ponderou a moradora, que já pediu balde de água na casa de vizinhos.

MENOS ÁGUA

Desde o começo de 2014, conforme o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), a Sabesp reduziu de 2.370 litros por segundo para 1.750 l/s a quantidade de água enviada para Santo André. A autarquia, que é responsável pela distribuição da água no município, não responsabiliza a companhia estadual, uma vez que houve redução de envio de água em outras cidades. Na visão de Kátia, a população está pagando pelos erros dos governantes. “Nossos rios estão todos poluídos e a seca é um fenômeno da natureza, mas não nos preparamos para ela.”

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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