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DATA DA PUBLICAÇÃO 11/04/2016 | Setecidades
Radares multam 200% mais que agentes
 Radares multam 200% mais que agentes Foto: Denis Maciel/DGABC
Foto: Denis Maciel/DGABC
O número de multas aplicadas ao longo de 2015 por radares eletrônicos espalhados por três municípios do Grande ABC (Santo André, São Caetano e Mauá) é quase 200% superior à quantidade de infrações lavradas por agentes de trânsito no mesmo período.

No total, foram 496.487 multas geradas por equipamentos eletrônicos, ante 165.929 infrações aplicadas pelos conhecidos marronzinhos, segundo informações repassadas pelas três prefeituras. As demais cidades não retornaram a demanda encaminhada pela equipe de reportagem na primeira quinzena de março.

Juntos, os três municípios arrecadaram, no ano passado, mais de R$ 68,2 milhões com infrações de trânsito. O valor é 36,41% superior a quantia obtida por meio de multas em 2012. Na época, os cofres públicos arrecadaram R$ 50 milhões.

Para especialistas, o índice, que há quatro anos não tem sofrido grandes alterações – em 2012 os equipamentos eletrônicos foram responsáveis por superarem em 220% o total de multas aplicadas por agentes –, deixa em evidência procedimento que os Executivos da região têm adotado no sistema de fiscalização de trânsito.

Visando arrecadação maior de valores provenientes de multas de trânsito, prefeituras optam por manter em seus territórios mais equipamentos eletrônicos que profissionais de ruas, os tradicionais agentes de trânsito.

O procedimento pode ser visto por muitos como normal, entretanto, quando analisados os custos aos cofres públicos, é possível notar que as prefeituras têm optado por investir mais com fiscalização eletrônica.

Levantamento feito pelo Diário com os três municípios supracitados mostra que, em média, um radar tem custo mensal na faixa de R$ 10,4 mil, enquanto agentes de trânsito no mesmo período recebem cerca de R$ 2.000 de salário. Isso significa diferença de 424,15%.

São Caetano é um exemplo do sistema adotado na região. Em 2012, o município possuía em seu território 38 agentes de trânsito e 14 radares. No ano passado, o número de profissionais de rua foi reduzido para 19, enquanto os equipamentos eletrônicos saltaram para 15. Durante o período, a quantidade geral de infrações aplicadas no município aumentou de 51.862 para 63.643 autuações.

Nas demais cidades o cenário não é diferente. Em Santo André são 58 radares em operação, enquanto o quadro de agentes é de 46 profissionais. Mauá, por sua vez, tem 43 equipamentos eletrônicos, ante 32 agentes de trânsito.

“É inevitável o uso dos meios tecnológicos em nossas vidas. Porém, no caso em questão temos mais uma aberração das autoridades brasileiras. Se fizéssemos uma apuração dessas contratações e aluguéis de radares, encontraríamos mais uma penca de bandalheiras”, relata o presidente do Instituto Brasileiro de Ciências de Trânsito, Pedro Siqueira Matheus.

Na visão do especialista, é preciso que as prefeituras entendam que “os radares ou qualquer outro meio tecnológico na atividade de trânsito vêm como meio auxiliar dos agentes e não como substituto.” O advogado ainda acrescenta que “uma mera foto não é meio lícito de autuação, sem que haja a presença do agente de trânsito na via.”

Já para o professor de Engenharia da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Creso Peixoto, especialista em Transportes, “a estratégia de radares em vez de agentes para o controle de um dos dois maiores problemas de trânsito do Brasil, excesso de velocidade e beber e dirigir, tira o fator da explicação a uma pessoa.” Para ele, os equipamentos eletrônicos tendem a gerar maior efetividade no processo de fiscalização, por ser um sistema de multas com mais transparência.

Embora veja pontos positivos na presença de radares, o professor destaca que as prefeituras precisam entender que o controle do trânsito tem como pilares três pontos: educação, instrução e punição. E é necessário que todos os itens sejam colocados em prática, principalmente a parte educativa, que “é o fator de abordagem ampla, quando o ser humano, devidamente educado, desenvolve consciência do trânsito, sobre riscos e consequências, tanto para ele quanto para os outros envolvidos.”

Por Daniel Macário - Diário do Grande ABC
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