DATA DA PUBLICAÇÃO 13/04/2013 | Economia
Queda na tarifa de energia elétrica já reflete na conta
Os moradores do Grande ABC puderam notar, na conta de luz de março, que houve redução no valor desembolsado para o seu pagamento. Em janeiro, a presidente Dilma Rousseff anunciou que, a partir do dia 24, haveria diminuição na tarifa de energia elétrica em torno de 18% – oscilando conforme a concessionária. Para a região, abastecida pela Eletropaulo, o desconto alcançou 18,2%.
O consumidor deve ter percebido, porém, que o abatimento não se dá diretamente no preço final da conta. Houve redução na tarifa do kWh (kilowatt) sem os impostos, que era de R$ 0,29 e passou a R$ 0,23. Para fazer a conta, basta somar a Tusd (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição) e a TE (Tarifa de Energia), indicadas na descrição de faturamento da conta de dezembro, conforme orientação da Eletropaulo, e ver a diferença na de março. Em fevereiro, ainda não era possível ver o repasse total. Em janeiro, quem teve a conta faturada do dia 17 em diante, pode tomá-la como base de comparação (veja ao lado).
No valor final, a estimativa de redução gira em torno de 10%. Não é possível cravar o percentual, mesmo que o consumo mensal tenha sido idêntico, por conta dos impostos, como PIS, Cofins e ICMS, que oscilam conforme o gasto da conta, a cidade e as receitas e despesas da concessionária.
É o caso da conta de luz do morador de São Caetano Renan Brandão. Em março, seu consumo foi de 186 kWh e seu gasto, de R$ 58,91. Comparando com a fatura de janeiro (seu vencimento é no dia 23), quando o consumo alcançou 170 kWh e custou R$ 65,54, houve diminuição de R$ 6,63, ou 10,1%, mesmo com o gasto de energia tendo sido maior em 16 kWh. Sem a medida, Brandão pagaria quase o mesmo montante só para custear os valores da tarifa sem impostos: R$ 53,94. No entanto, ele desembolsou R$ 44,26 com o custo da luz – R$ 9,64 ou 17,9% a menos.
Mesmo reconhecendo a redução, Brandão reclama, ao considerar que o consumidor não consegue perceber muito o efeito da medida no bolso. “Não vi muita diferença. Para eu sentir, teria de ter abatimento de pelo menos uns R$ 20.”
A conta de luz da moradora de Santo André Cecília Marques também apresentou diminuição. Em sua casa foram consumidos 132 kWh em março, e o preço da conta foi de R$ 45,99. Na fatura de janeiro, ela pagou mais, R$ 49,27, por um consumo menor, de 119 kWh. “Embora a diferença seja pequena, de R$ 3,28 (6,65%), usei mais energia no mês passado do que em janeiro, quando fiquei uns dias fora em viagem”, avalia.
Ela pagou só pela tarifa, sem os impostos, R$ 31,41 em março. Não fosse a medida do governo federal, desembolsaria R$ 38,28, ou seja, R$ 6,87 ou 17,9% a mais.
HISTÓRICO - O desconto está sendo promovido pela renovação antecipada por mais 30 anos das concessões de geração, transmissão e distribuição da energia elétrica que venceriam entre 2015 e 2017, em troca de tarifas menores, e pela redução de encargos. Foram extintas a RGR (Reserva Global de Reversão) de novos empreendimentos e das distribuidoras de energia elétrica e a CCC (Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis). A CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) foi reduzida a 25%.
Cada concessionária possui desconto diferente por conta da quantidade de encargos e subsídios que cada uma embutia nas faturas de luz. O maior abatimento é o da gaúcha Nova Palma Energia, que chega a 25,94%.
Para colocar em prática o barateamento, o governo está investindo pelo menos R$ 3,3 bilhões.
Indústrias tiveram desconto de 20%
A presidente Dilma Rousseff estimou, durante o anúncio da redução da conta de luz desde 24 de janeiro, que indústrias teriam desconto de até 32% nos gastos com eletricidade.
Na região, entretanto, empresários estimavam que o montante chegaria a 20%, pelo fato de o desembolso com energia pesar, no máximo, 5% em seu faturamento e, consequentemente, nos preços de seus produtos. O tímido percentual se deve à atividade industrial predominante nas sete cidades, a metalmecânica (autopeças, metalúrgicas, equipamentos, transportes e eletrônicos), que não demanda uso intensivo de energia, como em usinas e siderúrgicas.
O empresário Norberto Perrela, diretor industrial da Ferkoda, fabricante de peças de alumínio para a indústria de eletrodomésticos de Ribeirão Pires, atesta que a redução teria sido de 19,5% caso comprasse energia do mercado tradicional. “Como adquiro eletricidade do mercado livre, e a tarifa chega a ser 15% menor do que a do mercado cativo, minha redução real foi de 13%. Porém, já pago menos pela obtenção de energia.”
Se comprasse luz da AES Eletropaulo – a quem ele paga montante pela transmissão de eletricidade –, seus gastos atingiriam R$ 80 mil pela tarifa antiga e, em torno de R$ 65 mil pela nova. Com a medida do governo e a opção pelo mercado livre, seus gastos hoje estão em R$ 58 mil.
A redução, porém, ainda não é suficiente para refletir nos preços de seus produtos. “Meu gasto com energia representa 1,5% no faturamento da empresa. É muito baixo. Por isso, não vejo como reduzir os valores das peças.
O consumidor deve ter percebido, porém, que o abatimento não se dá diretamente no preço final da conta. Houve redução na tarifa do kWh (kilowatt) sem os impostos, que era de R$ 0,29 e passou a R$ 0,23. Para fazer a conta, basta somar a Tusd (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição) e a TE (Tarifa de Energia), indicadas na descrição de faturamento da conta de dezembro, conforme orientação da Eletropaulo, e ver a diferença na de março. Em fevereiro, ainda não era possível ver o repasse total. Em janeiro, quem teve a conta faturada do dia 17 em diante, pode tomá-la como base de comparação (veja ao lado).
No valor final, a estimativa de redução gira em torno de 10%. Não é possível cravar o percentual, mesmo que o consumo mensal tenha sido idêntico, por conta dos impostos, como PIS, Cofins e ICMS, que oscilam conforme o gasto da conta, a cidade e as receitas e despesas da concessionária.
É o caso da conta de luz do morador de São Caetano Renan Brandão. Em março, seu consumo foi de 186 kWh e seu gasto, de R$ 58,91. Comparando com a fatura de janeiro (seu vencimento é no dia 23), quando o consumo alcançou 170 kWh e custou R$ 65,54, houve diminuição de R$ 6,63, ou 10,1%, mesmo com o gasto de energia tendo sido maior em 16 kWh. Sem a medida, Brandão pagaria quase o mesmo montante só para custear os valores da tarifa sem impostos: R$ 53,94. No entanto, ele desembolsou R$ 44,26 com o custo da luz – R$ 9,64 ou 17,9% a menos.
Mesmo reconhecendo a redução, Brandão reclama, ao considerar que o consumidor não consegue perceber muito o efeito da medida no bolso. “Não vi muita diferença. Para eu sentir, teria de ter abatimento de pelo menos uns R$ 20.”
A conta de luz da moradora de Santo André Cecília Marques também apresentou diminuição. Em sua casa foram consumidos 132 kWh em março, e o preço da conta foi de R$ 45,99. Na fatura de janeiro, ela pagou mais, R$ 49,27, por um consumo menor, de 119 kWh. “Embora a diferença seja pequena, de R$ 3,28 (6,65%), usei mais energia no mês passado do que em janeiro, quando fiquei uns dias fora em viagem”, avalia.
Ela pagou só pela tarifa, sem os impostos, R$ 31,41 em março. Não fosse a medida do governo federal, desembolsaria R$ 38,28, ou seja, R$ 6,87 ou 17,9% a mais.
HISTÓRICO - O desconto está sendo promovido pela renovação antecipada por mais 30 anos das concessões de geração, transmissão e distribuição da energia elétrica que venceriam entre 2015 e 2017, em troca de tarifas menores, e pela redução de encargos. Foram extintas a RGR (Reserva Global de Reversão) de novos empreendimentos e das distribuidoras de energia elétrica e a CCC (Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis). A CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) foi reduzida a 25%.
Cada concessionária possui desconto diferente por conta da quantidade de encargos e subsídios que cada uma embutia nas faturas de luz. O maior abatimento é o da gaúcha Nova Palma Energia, que chega a 25,94%.
Para colocar em prática o barateamento, o governo está investindo pelo menos R$ 3,3 bilhões.
Indústrias tiveram desconto de 20%
A presidente Dilma Rousseff estimou, durante o anúncio da redução da conta de luz desde 24 de janeiro, que indústrias teriam desconto de até 32% nos gastos com eletricidade.
Na região, entretanto, empresários estimavam que o montante chegaria a 20%, pelo fato de o desembolso com energia pesar, no máximo, 5% em seu faturamento e, consequentemente, nos preços de seus produtos. O tímido percentual se deve à atividade industrial predominante nas sete cidades, a metalmecânica (autopeças, metalúrgicas, equipamentos, transportes e eletrônicos), que não demanda uso intensivo de energia, como em usinas e siderúrgicas.
O empresário Norberto Perrela, diretor industrial da Ferkoda, fabricante de peças de alumínio para a indústria de eletrodomésticos de Ribeirão Pires, atesta que a redução teria sido de 19,5% caso comprasse energia do mercado tradicional. “Como adquiro eletricidade do mercado livre, e a tarifa chega a ser 15% menor do que a do mercado cativo, minha redução real foi de 13%. Porém, já pago menos pela obtenção de energia.”
Se comprasse luz da AES Eletropaulo – a quem ele paga montante pela transmissão de eletricidade –, seus gastos atingiriam R$ 80 mil pela tarifa antiga e, em torno de R$ 65 mil pela nova. Com a medida do governo e a opção pelo mercado livre, seus gastos hoje estão em R$ 58 mil.
A redução, porém, ainda não é suficiente para refletir nos preços de seus produtos. “Meu gasto com energia representa 1,5% no faturamento da empresa. É muito baixo. Por isso, não vejo como reduzir os valores das peças.
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