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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/11/2012 | Setecidades
Quatro frentes de obras do Rodoanel levam caos a Ribeirão
Quatro frentes de obras do Rodoanel levam caos a Ribeirão Família observa moradia desapropriada que foi demolida pela SPMar para a construção do trecho leste do Rodoanel na Vila Suely, em Ribeirão PIres. Foto: Amanda Perobelli
Família observa moradia desapropriada que foi demolida pela SPMar para a construção do trecho leste do Rodoanel na Vila Suely, em Ribeirão PIres. Foto: Amanda Perobelli
Obras são realizadas em vários pontos da cidade ao mesmo tempo, causando descontentamento dos moradores e da Prefeitura

Olhares atentos, corre-corre, choro e desespero. Esta é a reação dos moradores das ruas São José e Camura, na Vila Suely, em Ribeirão Pires, toda vez que veem o caminhão ou as máquinas da SPMar, responsável pela construção do trecho Leste do Rodoanel. Os veículos são um sinal de que mais alguém deixará o bairro. Em silêncio, os moradores velam as casas demolidas e assistem a outras serem derrubadas. A obra segue em ritmo acelerado em quatro pontos da cidade, o que significa desapropriações rápidas, caos no trânsito e impacto social e ambiental espalhado pelo município.

“Vi cada tijolo aqui ser erguido. Dói ver tudo sendo derrubado”, desabafou a cabeleireira Sueli Alves dos Santos, 52 anos, moradora do bairro há 40 anos. Sueli e outros vizinhos viram a casa da prima de Vanessa Cristina de Brito, 33 anos, ser demolida. Grávida, a moradora teve de ser retirada do local. “Ela tinha acabado de reformar a casa. Agora vai morar com a sogra”, disse Vanessa.

A preocupação de onde ficar também acompanha Vanessa. Com a demolição da casa da prima, ela tem certeza de que a sua será a próxima. “Com o valor que pagaram não dá para comprar nada. Vamos usar para aluguel. Quando acabar (o dinheiro), não sei o que será.”

O marido de Vanessa, Elieser Assis Bispo, 37 anos, explicou que no imóvel há duas famílias e que o valor pago pela SPMar, R$ 75 mil, será dividido por dois. “Com a metade não consigo comprar nem uma casa no meio do mato”, destacou. No caso de Bispo, o valor da casa ficou abaixo da tabela, porque os moradores não tinham a escritura. “Só tínhamos o comprovante de compra e venda. Eles se aproveitaram da situação.”

Negociações - Apesar da tentativa da Prefeitura de intermediar as negociações entre moradores e SPMar nas desapropriações, o secretário de Planejamento Urbano, Habitação, Meio Ambiente e Saneamento Básico, Temístocles Cristofaro, admitiu que não há avanços. “As desapropriações seguem sem soluções satisfatórias. Moradores ainda dizem sofrer pressão para sair das casas sem conseguir o valor justo”, comentou.

A SPMar explicou que a desapropriação é feita com base nas análises de dois peritos: um da Justiça e outro da empresa. As avaliações são apresentadas ao juiz, que decide o valor a ser pago. Durante a pré-avaliação, a SPMar tenta acordo com os proprietários. A empresa esclarece que o munícipe tem o direito de recusar a proposta e contestar o valor na Justiça.

‘Impactos maiores do que pensávamos’

O secretário de Meio Ambiente Temístocles Cristofaro está preocupado com a dimensão da obra do trecho Leste em quatro pontos no município. “Os impactos são maiores do que pensávamos. Não sabíamos que a SPMar atuaria em quatro frentes na cidade de uma vez só”, destacou.

Atualmente, a empresa realiza obras no túnel Santa Luzia, nos bairros São Caetaninho, Vila Suely e próximo da 4ª Divisão. E a preocupação não é apenas com o lado social, mas também com o ambiental. “Ao ver a obra temos a sensação de que a supressão vegetal será maior do que os 88 hectares inicialmente previstos pela SPMar”, ressaltou Cristofaro. Outra preocupação é com a interdição de vias, necessária na avenida João Baldi. “O projeto está confuso”, disse.

Em nota, a SPMar ressaltou que a interligação entre as avenidas João Baldi e Orlando Grecco não afetará a ligação entre os bairros, mas não informou se outras modificações serão feitas. A empresa assegurou que todas as vias cortadas pela obra viária terão um viaduto ou passagem subterrânea, sem interligação com o Rodoanel, permitindo que o fluxo de veículos e pedestres seja mantido.

A SPMar negou que as várias frentes da obra em Ribeirão causem mais prejuízos à cidade e destacou que, desde o início do projeto, os prefeitos foram avisados de que as obras do trecho Leste seriam simultâneas.

Mauá também enfrentou problemas

Divergências entre moradores e empresa não é novidade na construção do anel viário na Região. Em Mauá, onde cerca de dois mil imóveis foram desapropriados pela Dersa, autarquia do governo estadual, para dar lugar às obras de extensão do trecho Sul do Rodoanel, há famílias que ainda não receberam as indenizações.

As remoções no Jardim Oratório começaram em 2009, e de lá para cá protestos e reuniões contestando valores e a metodologia do governo para as desapropriações foram feitas pelas famílias. A principal reclamação era o valor estipulado pela empresa, muito baixo, de acordo com as famílias.

As famílias denunciaram ainda à Promotoria do Estado funcionários da Dersa que pressionavam para a saída das famílias. Aqueles que optaram por unidades da CDHU ainda não receberam os apartamentos, três anos após a negociação. Não há nenhum empreendimento sendo erguido pela CDHU no município.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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