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DATA DA PUBLICAÇÃO 15/12/2010 | Cidade
Quase um ano após alagamento, bairro de SP tem obras antienchente inacabadas
As obras antienchente do Jardim Romano, bairro da zona leste de São Paulo que ficou cerca de dois meses alagado no início deste ano por causa das chuvas, ainda não ficaram prontas. Moradores da região se queixam de rachaduras em suas casas, causadas, segundo eles, por obras de drenagem. Entulho permanece espalhado pelas ruas. A reportagem do R7, que esteve na região na semana passada, constatou a existência de bocas de lobo entupidas, e ruas cheias de lama, e ouviu reclamações sobre alagamentos.

O Jardim Romano ganhou notoriedade em janeiro passado por ter ficado alagado por mais de um mês. Em meados deste ano, a prefeitura começou uma série de obras no local para conter os efeitos dos temporais. Entretanto, a temporada de chuvas na cidade já começou e os trabalhos ainda não foram concluídos. Apesar de a prefeitura dizer que o sistema antienchente está pronto, o R7 verificou que máquinas continuam trabalhando em canteiros de obra na região.

"O objetivo primordial da obra - que é garantir a segurança dos moradores da região contra alagamentos - já foi atingido", diz a Siurb (Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras), por meio de nota. O sistema antienchente é composto por um dique, um piscinão com capacidade de 13 mil m³ e rede de bombeamento de água. Após a conclusão da obra, a prefeitura promete retirar os entulhos. A secretaria não comentou, entretanto, as queixas dos moradores.

Atualmente, as obras se concentram nas ruas Duarte Martins Mourão e Francisco Cubas Ferreira. O desempregado André Luís Lopes, morador da rua Francisco Cubas Ferreira, afirma que as obras de construção de um dique provocaram várias rachaduras em sua residência. Ele relata que a rua ainda fica alagada com chuvas fracas.

– Parece que o [rio] Tietê passa aqui na rua. Faz até correnteza.

Vizinho de André, o gari Israel Ribeiro mantém em sua casa tijolos para elevar eletrodomésticos, como uma máquina de lavar roupas, com medo de que a água das chuvas volte a invadir a residência. Ele também reclama de rachaduras nas paredes, que foram pintadas recentemente.

"Aqui agora é praia"

Uma possível causa para os alagamentos na via são as bocas de lobo, entupidas desde que as obras chegaram à rua Francisco Cubas Ferreira, segundo os moradores. Além de não escoarem a água, os bueiros trazem mau cheiro. A dona de casa Berenice de Melo Leite mora em frente a uma boca de lobo entupida. Ela lamenta a situação, mas diz "ter fé de que a coisa vai ficar boa" depois.

Assim como Berenice, a catadora de papéis Beatriz Lopes sofre com rachaduras nas paredes, mas diz estar esperançosa com o fim das enchentes na região. Beatriz é uma das moradoras que circulam em meio às máquinas sem nenhum constrangimento. Os limites da obra não são claros em algumas ruas. Crianças brincam em um canal de concreto feito para escoar a chuva. Ao notar a presença da reportagem, um garoto deitado no cimento gritou:

– Aqui agora é praia.

Os adultos gastam horas observando compactadores, retroescavadeiras, niveladoras, entre outras máquinas pesadas que circulam pelo bairro. O trânsito das máquinas destrói as ruas ao redor das obras, conforme aponta o pedreiro Henrique Gutemberg.

– Antes tinha cascalho para cobrir a lama. Agora, essas máquinas pesadas afundam as pedras. Basta uma aguinha para tudo virar lama. Antes, a gente vivia na água, agora vivemos na lama. É muito pedir para viver no seco?

Gutemberg reclama também do entulho que as obras deixam. O R7 noticiou o cenário de "pós-guerra" em setembro passado. Na última semana, a reportagem constatou melhoria no que diz respeito ao entulho nas ruas, mas ainda há material descartado das obras não recolhido que, segundo moradores, atrai ratos.

Por João Varella - R7
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