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Mulheres ganham menos, mas pagam mais as contas em dia
DATA DA PUBLICAÇÃO 08/03/2016 | Economia
Quase 70% das mulheres trabalham no setor de serviços no Grande ABC
Quase 70% das mulheres trabalham no setor de serviços no Grande ABC Foto: Ari Paleta/DGABC
Foto: Ari Paleta/DGABC
Depois de se formar em Ciências da Computação, estudar Comércio Exterior e trabalhar como chefe de cozinha no Canadá, ao regressar ao Brasil decidiu mudar de novo e atuar na área de beleza e estética. Foi quando ela finalmente se encontrou. Pegou gosto pela profissão de cabeleireira e percebeu que o interesse por cortes masculinos diferenciados era uma tendência. Não pensou duas vezes. Largou tudo para se especializar na Inglaterra e na Holanda em estética direcionada aos homens e trabalhar em uma barbearia. Hoje tem o próprio negócio, que leva seu nome.

Essa história seria menos surpreendente não fosse por um detalhe: a protagonista é Carla Daros, uma barbeira de 40 anos, de São Caetano, que não é casada, não tem filhos e adora viajar. “Sou uma pessoa bastante independente e procuro fazer o que eu gosto. Não vejo problema nenhum em ser mãe e ter uma família, só acho que são escolhas, e a minha é um pouco diferente do (que é considerado) comum”, conta ela, que começou a dar aulas de visagismo – arte de criar imagem pessoal que revela as qualidades interiores de uma pessoa, conforme suas características físicas e os princípios da linguagem visual (harmonia e estética), utilizando a maquilagem, o corte, a coloração, o penteado do cabelo e a barba, entre outros recursos estéticos.

Apesar do estranhamento inicial, e até certo preconceito por se tratar de uma mulher em ambiente predominantemente masculino, hoje ela já conta com clientela bastante sólida. “Quando comecei, muitos homens preferiam cortar o cabelo com outros homens. Mas é natural, já que sou minoria na minha área”, completa Carla.

Assim como ela, muitas mulheres encontram mais postos de trabalho no setor de serviços, conforme divulgou a PED ABC (Pesquisa de Emprego e Desemprego no Grande ABC), do Seade/Dieese, que mapeou a presença feminina no mercado de trabalho.

O estudo revela que, entre as mulheres que estão ocupadas, 69,1% estavam em alguma área de serviços em 2015, sendo o ramo de administração pública, Defesa e seguridade social; Educação; Saúde e serviços sociais com maior presença feminina, com 24,5% do total.

A empresária Edilene Loiola, 32, de São Bernardo, também viu na área de serviços uma oportunidade. Após ser sócia de uma empresa de entregas rápidas, com seu ex-marido, decidiu ter a própria companhia, a Mar Express.

“Divido minha vida entre ser mãe, gestora de empresa e dona de casa. Mas tenho muito orgulho disso”, afirma Edilene. Hoje, a firma possui equipe interna, de gestão do negócio, formada só por mulheres, e conta com uma terceirizada responsável por treinamento dos funcionários também inteira feminina. “Acho que nós somos mais organizadas e detalhistas. Engana-se quem diz que não é fácil trabalhar com um grupo feminino. Conseguimos pensar mais fora da caixa”, declara.

DIFICULDADE - Ao contrário de Carla, Edilene vê certa discriminação por estar à frente de uma companhia com maior presença masculina, mas isso não a incomoda. “Estamos crescendo, e cada vez mais a mulher consegue espaço nos cargos mais altos, isso nos dá força”, diz.

Por estar em uma empresa cuja maioria dos funcionários é homem (há seis mulheres trabalhando na administração da empresa, mais 18 homens que ficam responsáveis pela entrega, seja por moto ou por minivans), Edilene sabe que é preciso enfrentar algumas situações de desigualdade de gênero. “O modo de tratamento é um pouco diferente, pregando a igualdade e o respeito com meus funcionários e clientes. Percebo que isso tem ajudado muito depois que comecei a me preocupar com esse quesito”, afirma ela.

OUTROS SETORES - No Grande ABC, na sequência de serviços, os ramos que mais empregam mulheres nas sete cidades são comércio, com 16% do total, e indústria, com 13,8%.

Sete em cada dez são do sexo feminino na procura por educação financeira

As mulheres também estão mais atentas quando o assunto é educação financeira. De acordo com o coach e diretor da unidade São Bernardo da DSOP Educação Financeira, Edward Claudio Júnior, tem havido crescimento no poder de decisão econômica das mulheres nos últimos anos, o que estimula a busca por informação. “Grande parcela das pessoas que procuram aprender mais sobre o tema é formada pelo público feminino, o que demonstra o papel de protagonista sobre o tema que as mesmas assumiram de algumas décadas para cá”, analisa.

Com o passar dos anos, a mulher conquistou mais espaço no mercado de trabalho, e muitas abandonaram o papel único e exclusivo de dona de casa para compor e, muitas vezes, assumir o papel principal na renda familiar.

O especialista afirma que a cada dez pessoas que o procuram para consultoria financeira, sete são mulheres. “Elas estão cada vez mais participativas no mercado de trabalho e também como protagonistas nas decisões financeiras familiares. Apesar de todas as obrigações assumidas, com sua sensibilidade elas priorizam seus sonhos pessoais e familiares, para ter uma vida financeira mais próspera e feliz”, explica.

Outra justificativa é o fato de as mulheres estarem mais interessadas em adquirir conhecimento. “Elas são mais escolarizadas que os homens, hoje. Isso ajuda na hora de procurar consultoria ou buscar informações que, até então, não lhes eram dadas”, completa o diretor da DSOP.

Por Marina Teodoro - Especial para o Diário
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