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Duas empresas operam linhas em Mauá
DATA DA PUBLICAÇÃO 03/11/2013 | Cidade
Protestos originaram mudanças em Mauá, diz Donisete Braga
Protestos originaram mudanças em Mauá, diz Donisete Braga 'As pessoas bem intencionadas sabem o que pretendemos fazer: daremos segurança e conforto aos usuários do transporte público'.Foto.Rodrigo Pinto
'As pessoas bem intencionadas sabem o que pretendemos fazer: daremos segurança e conforto aos usuários do transporte público'.Foto.Rodrigo Pinto
Prefeito, que rompeu com empresas do transporte, anuncia mais investimentos em mobilidade, além da reforma de todas as UBSs, com verba já garantida

“Buscamos tirar o estigma de que algum empresário é o dono da cidade.” Com a frase, o prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), demonstra o grau de enfrentamento que foi necessário para promover mudanças no transporte público da cidade. O prefeito, que rompeu com empresas do setor, anuncia mais investimentos em mobilidade, além da reforma de todas as UBSs, com verba já garantida, e a humanização do SUS no município. O motivo para as mudanças, o petista deixa claro: os protestos de junho, que tomaram conta do País e também do ABCD.

b>ABCD MAIOR: Após descobrir que duas empresas de transporte público da cidade invadiram o sistema de bilhetagem, o senhor iniciou mudanças no setor. Por que se fez necessário o enfrentamento e qual o resultado para a população?

Donisete Braga: Durante a campanha eleitoral, não houve um único dia em que não passássemos no terminal rodoviário para debater a situação do transporte coletivo. Desde o primeiro dia de governo estamos nesse debate. Foi até em função das ondas de protestos que atingiram todo o Brasil e também nossa cidade, nos meses de junho e julho, que cobravam, principalmente, melhorias em mobilidade urbana, que implantamos uma auditoria para apurar o nosso sistema de transporte. Então, constatamos fraude cometida pelas empresas Leblon e Viação Cidade de Mauá, por terem invadido o sistema de bilhetagem eletrônica. Portanto, a Prefeitura descredenciou as duas empresas, considerando-as inidôneas. A partir daí iniciamos uma nova fase, com o objetivo de implantar um novo modelo no transporte coletivo para cidade. Nesse novo modelo, está a concepção de um sistema que busque a modernidade, com 100% da frota nova, com ônibus do ano de 2014. Além disso, fizemos nossa lição de casa e garantimos a aprovação do governo federal de investimento de R$ 79,5 milhões para a construção dos terminais Guapituba, Itapark e Zaíra, além da reforma dos terminais Itapeva, Sônia Maria e Silvia Maria. Além disso, conquistamos mais R$ 12 milhões para fazer o novo Terminal Central. Portanto, esse dinheiro poderia sair do sistema; ou seja, das próprias empresas de transporte coletivo, mas o governo federal, preocupado com a situação, concedeu esses recursos. Isso dará segurança e conforto aos 120 mil usuários do nosso sistema.

No primeiro dia da Suzantur em Mauá, sete ônibus foram alvos de atos criminosos. O senhor teme pela segurança da população, de seu secretariado e pela sua própria segurança?

Acho que é bom sempre ter cuidado. Mas não podemos, em função de uma questão que é de domínio público, retroagir nenhum passo em um tema tão nobre para Mauá. As pessoas bem intencionadas sabem o que pretendemos fazer. Portanto, estou tranquilo quanto a esse processo. Constituímos um Gabinete de Crise, em parceria com a Polícia Militar e Polícia Civil. Também tenho dialogado com o Judiciário sobre o tema. Mauá é uma cidade com 450 mil habitantes, onde o maior percurso é de 19 quilômetros, um dos menores da região do ABCD. No entanto, é um dos mais rentáveis (ao sistema de transporte). Quando estabelecemos a quebra de paradigmas, é normal que haja conflitos. Mas é importante dizer que a nossa ação partiu após constatação de que os serviços não estão atendendo às necessidades dos usuários. Queremos um modelo moderno nos ônibus, já temos o GPS para o cidadão fiscalizar o itinerário e intervalo dos ônibus. Buscamos tirar o estigma de que algum empresário é dono da cidade.

Como está a situação da integração com a CPTM?

Já definimos a integração (tarifária entre ônibus e trens no Terminal Central). No entanto, ainda não acertamos o formato do cartão, mas seguramente no primeiro trimestre de 2014 já estará em funcionamento. Estamos fazendo a aquisição de 22 novas catracas, sendo que 16 já foram compradas, restando outras seis para o Terminal. Vamos ter uma tarifa de R$ 2,75 tanto nos ônibus como nos trens, então o passageiro gastará (em uma viagem de ida e volta nos dois sistemas) R$ 11, tendo R$ 1 de desconto por dia. Ao mesmo tempo, estamos redigindo o processo licitatório, que será o mais transparente, incluindo as participação de usuários e da sociedade civil. Não dá mais para seguir com um modelo (atual de transporte coletivo) totalmente esgotado.

Assim como o Transporte, a Saúde é outro gargalo em Mauá. A cidade recebeu seis médicos cubanos. No que eles podem contribuir para o serviço na cidade?

A questão do profissional é o nosso maior entrave, por isso estamos comemorando a vinda dos médicos estrangeiros na cidade. São médicos generalistas, que farão o trabalho no Programa Saúde da Família. Ainda temos carência de pediatras, ginecologista, ortopedistas. Há uma lacuna considerável. Apesar disso, tivemos avanços. Em outros anos, nessa mesma época, talvez faltasse medicamos, mas hoje temos um almoxarifado organizado quanto a medicamentos. Já inauguramos a última UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Barão de Mauá, reformamos o (Hospital de Clínicas Doutor Radamés) Nardini e garantimos recursos para recuperar nossas 23 UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Estamos em uma política de redução de gastos e humanização nos atendimentos para atender bem o usuário. Então esse modelo, que tenho discutido com a (secretária de Saúde) Lumena (Furtado).

Em quase um ano de governo, quais os principais desafios de seu mandato?

Por morar em Mauá há 36 anos, conhecer bem a cidade e os problemas dela, além da minha convivência no parlamento municipal e estadual, nos dão segurança de que os desafios são muitos, mas a convicção de vencê-los é maior. Não posso dizer que conhecia profundamente todos os problemas, pois uma coisa é conhecer a realidade financeira da cidade, outra é estar no dia a dia, fazer as escolhas (como prefeito). Mas diria que nesses 10 meses de gestão vencemos alguns obstáculos e estamos construindo uma cidade muito melhor para 2014, não apenas pelo PPA (Plano Plurianual) Participativo ou pelo bom entendimento com a Câmara, com Ministério Público e Poder Judiciário. Mas também porque estamos resolvendo a questão da dívida (contraída em 1991, após financiamento contraído para canalização dos córregos Corumbé, Bocaína e Tamanduateí), que será um marco para a cidade, já que, com o pagamento, criaremos condições que nos possibilitarão uma condição melhor para poder agregar aporte de financiamento e equilíbrio fiscal para os programas do governo do Estado e do governo federal. Estaremos nos próximos dias resolvendo os últimos detalhes para a definição do acordo (com a Caixa Econômica Federal e Secretaria do Tesouro Nacional), para pagarmos a dívida. Pretendo, já no mês de novembro ou até dezembro, dar esse presente para a população que há duas décadas nos incomoda.

Por Bruno Coelho - Diário do Grande ABC
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