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DATA DA PUBLICAÇÃO 12/04/2012 | Educação
Professores vão ao Senado pedir suspensão da reforma ortográfica
Professores vão ao Senado pedir suspensão da reforma ortográfica Foto: educacao.uol.com.br
Foto: educacao.uol.com.br
Os professores Pasquale Cipro Neto, colunista da Folha, e Ernani Pimentel estiveram nesta quarta-feira (4) no Senado para pedir a suspensão da reforma ortográfica, resultado de um acordo firmado em 1990 entre todos os países de língua portuguesa.

O acordo foi assinado pelos países que tinham o português como língua oficial: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste (que não era independente à época), Brasil e Portugal. As mudanças trazidas pelo acordo, como a ausência de acento na palavra "ideia", já são aplicadas aqui desde 2009, em período de "acomodação" que deve durar até o final deste ano.

Para os professores, o conteúdo do acordo é de difícil aplicação por ser "ilógico" e contraditório. Eles condenaram também a forma como o acordo está sendo implantado no país e apontaram várias divergências entre as novas regras e o que está disposto no VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), elaborado pela Academia Brasileira de Letras e usado como referência para verificar a grafia das palavras.

Os professores querem que a adoção obrigatória do acordo no Brasil, que ocorre em janeiro do ano que vem, seja suspensa. Dessa forma, haveria mais tempo para discutir mudanças no conteúdo, inclusive com os outros países signatários. "Como nós vamos costurar todo o imbróglio decorrente da adoção estapafúrdia dessa reforma ortográfica?", questionou Cipro Neto.

A não-adesão de países como Angola e Moçambique e a baixa aceitação de Portugal, que só recentemente sancionou a lei que tornou o acordo obrigatório no país, também foram citadas como problemas do acordo. Até 2015 os portugueses estarão em período de acomodação, mas segundo Cipro Neto lá também existe a intenção de rever o texto.

Pimentel, idealizador do movimento "Acordar Melhor" (que pede mudanças no acordo) criticou duramente a ABL. "É a segunda vez que a academia é convidada para esse debate e não comparece. Isso mostra um comportamento adequado à época do autoritarismo, uma posição aristocrática. Eles não vieram porque não têm argumentos para justificar esse acordo que está aí", afirmou.

Apenas no século 20, foram feitas nove reformas da língua portuguesa. Cipro Neto afirmou que a audiência dessa quarta "foi um primeiro passo", mas que uma eventual "reforma da reforma" não será fácil.

"Reforma ortográfica é como uma garrafa pet, leva muito tempo para ser deglutida. É preciso ter muito cuidado quando se coloca em vigor uma reforma, ela precisa ser muito bem feita para que não haja problemas como esses que temos hoje", afirmou.

A ABL, por meio da assessoria, informou que o feito pela comissão do Senado era pessoal a Evanildo Cavalcante Bechara, tesoureiro da academia. Como ele está em viagem, não pôde comparecer à audiência pública. Quanto às divergências apontadas por Cipro Neto e Pimentel, a assessoria da ABL informou que apenas Bechara poderia se pronunciar sobre a questão.

Por Nádia Guerlenda, de Brasília - Folha Online
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